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Mineração: entenda a diferença entre barragens, pilhas de rejeito e pilhas de estéril

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Na mineração, os rejeitos são produzidos após a lavagem do minério. Esse material com pouco ou nenhum valor econômico pode ser depositado de duas maneiras:

  • em barragens, em que o material é depositado em camadas sucessivas e misturado com água;
  • em pilhas de rejeito, em que o material é drenado e empilhado a seco.

As pilhas de rejeito têm sido utilizadas pelas mineradoras como uma alternativa mais segura às barragens, depois da morte de quase 300 pessoas nas cidades de Brumadinho e Mariana, em 2015 e 2019.

Entenda as diferenças

Barragens a montante: são estruturas nas quais os rejeitos de minérios são depositados em camadas sucessivas e misturados com água, formando uma espécie de lama. Novas barragens desse tipo estão proibidas no Brasil após a tragédia de Brumadinho, porque estão mais suscetíveis a acidentes.

Pilhas de rejeito: essas estruturas são como montanhas de lixo da mineração, formadas pelo material sem valor econômico que resta após a lavagem do minério e a drenagem da água. O rejeito é drenado e empilhado a seco.

Pilhas de estéril: todo empreendimento minerário tem as pilhas de estéril, estruturas formadas pelo material que está entre a superfície do solo e o minério, principalmente areia e rochas.

Mais pilhas do que barragens

 

Pilhas de rejeitos também são chamadas de empilhamento a seco — Foto: Arte g1

Pilhas de rejeitos também são chamadas de empilhamento a seco — Foto: Arte g1

A disposição dos resíduos em pilhas passou a dominar o setor de mineração nos últimos anos, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais.

 

Por Nayara Felizardo

 

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Sem regras de fiscalização, pilhas de rejeito substituem as barragens na mineração

 

 

 

Sem regras de fiscalização, pilhas de rejeito substituem as barragens na mineração

Na mineração, os rejeitos são produzidos após a lavagem do minério. Esse material com pouco ou nenhum valor econômico pode ser depositado de duas maneiras:

  • em barragens, em que o material é depositado em camadas sucessivas e misturado com água;
  • em pilhas de rejeito, em que o material é drenado e empilhado a seco.

 

As pilhas de rejeito têm sido utilizadas pelas mineradoras como uma alternativa mais segura às barragens, depois da morte de quase 300 pessoas nas cidades de Brumadinho e Mariana, em 2015 e 2019.

Entenda as diferenças

 

Barragens a montante: são estruturas nas quais os rejeitos de minérios são depositados em camadas sucessivas e misturados com água, formando uma espécie de lama. Novas barragens desse tipo estão proibidas no Brasil após a tragédia de Brumadinho, porque estão mais suscetíveis a acidentes.

Pilhas de rejeito: essas estruturas são como montanhas de lixo da mineração, formadas pelo material sem valor econômico que resta após a lavagem do minério e a drenagem da água. O rejeito é drenado e empilhado a seco.

Pilhas de estéril: todo empreendimento minerário tem as pilhas de estéril, estruturas formadas pelo material que está entre a superfície do solo e o minério, principalmente areia e rochas.

Mais pilhas do que barragens

 

Pilhas de rejeitos também são chamadas de empilhamento a seco — Foto: Arte g1

Pilhas de rejeitos também são chamadas de empilhamento a seco — Foto: Arte g1

A disposição dos resíduos em pilhas passou a dominar o setor de mineração nos últimos anos, de acordo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais.

Segundo relatório anual da Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão federal responsável pela gestão de mineradoras, o país tem mais de 3 mil pilhas de rejeito, de estéril ou mistas.

Dessas, 232 são apenas de rejeitos, sendo 41 da mineração de ferro — que produz as pilhas mais altas — e de ouro, que tem as substâncias mais tóxicas, como arsênio, cianeto e mercúrio.

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Dados da Vale, a maior mineradora do país e responsável pelas barragens que romperam em Minas Gerais, mostram que houve aumento no número de pilhas de rejeito. Hoje, 70% dos rejeitos da mineradora estão armazenados em pilhas e não em barragens. Esse número era de 40% em 2014.

Já a Samarco, outra responsável pelo rompimento da barragem em Mariana, filtra e empilha atualmente cerca de 80% dos rejeitos de minério que produz, uma mudança que vem sendo feita desde 2020.

Risco é menor, mas ainda não há regulação

De acordo com o engenheiro Júlio Grillo, ex-superintendente do Ibama de MG, o material seco que é depositado nas pilhas tende a se acomodar mais rapidamente e alcança uma área menor do que a lama, em caso de rompimento. Por isso, o potencial de dano é menor. No entanto, a falta de fiscalização e de transparência quanto aos cálculos que definem as dimensões das pilhas preocupam.

Se, por um lado, as pilhas de rejeito têm menor potencial de dano que as barragens, por outro, são mais instáveis que as pilhas de estéril.

Isso acontece porque, embora o rejeito seja drenado, ainda resta certa umidade, segundo o engenheiro Euler Cruz, presidente do Fórum Permanente São Francisco, uma entidade da sociedade civil que se dedica à segurança da população em áreas de mineração em Minas Gerais.

“As pilhas de rejeito precisam ter um sistema de drenagem dessa água que sobra depois que o material é empilhado”, explicou o engenheiro.

Mesmo com potencial de dano menor, diferente das barragens, ainda não há regulamentação e protocolo de fiscalização das pilhas da mineração, sejam elas de rejeito ou de estéril. O governo federal prevê definir regras até 2026.

 

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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