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MINERAÇÃO

Projeto cria 25 regiões para garimpeiros tradicionais com licença simplificada

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Um projeto de lei, aprovado em primeira votação na Assembleia Legislativa, cria e delimita 25 regiões garimpeiras em Mato Grosso destinadas aos “garimpeiros tradicionais”. Para essas áreas, o garimpo deve ter “licença simplicada” para autorizações ambientais.

O texto começou a tramitar em fevereiro e é assinado pelo 1º secretário da ALMT, deputado Max Russi (PSB), tendo sido aprovado na primeira votação em 31 de maio. Foi aprovado pelas comissões de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Mineirais (CMARHRM), e também de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).

O formato atual é de um substitutivo integral assinado pelo próprio Max Russi. O texto entrou na pauta de quarta-feira (30), mas houve pedido de vista do deputado Lúdio Cabral (PT).

O PL nº 191/2023 define a “regiões garimpeiras tradicionais” e também o “garimpo artesanal” entre outros termos para o licenciamento dessa atividade.

Definição de “garimpo tradicional”

As áreas de “garimpo tradicional”, segundo o projeto, serão “regiões com notório vínculo histórico e tradição cultural, compreendendo vilas e cidades reconhecidas como tendo origem a partir da migração de populações garimpeiras, e que, por esta lei, têm seus territórios delimitados para fins de assegurar a aplicação de políticas públicas ajustadas, de forma a garantir os direitos constitucionais assegurados a essas populações remanescentes e seus descendentes”.

O licenciamento simplicado não pode ser maior que três hectares e é preciso escritura da terra ou declaração de posse, ou ainda a “autorização do proprietário do solo (superficiário), acompanhado de documento comprobatório (escritura ou declaração de posse de imóvel)”. Garimpeiros que tiverem essa autorização poderão vender diretamente para o consumidor final

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E define ainda o garimpo artesanal como “atividade garimpeira conduzida em região garimpeira tradicional, de base familiar ou associativista, mediante o aproveitamento de substâncias minerais garimpáveis, processando por unidade de beneficiamento pequeno volume de minério (< 50 t/mês), com médio a baixo impacto ambiental, envolvendo sistema de produção com uso intensivo de mão de obra, ou ainda, através de cooperativa, nas modalidades de trabalho previstas na Lei nº 11.685, de 2 de junho de 2008 (Estatuto do Garimpeiro)”.

Nas regiões garimpeiras tradicionais, os garimpeiros poderão ter “licença simplificada” com a Licença por Adesão e Compromisso (LAC). Trata-se de uma licença ambiental “de natureza social” e individual, emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) a partir de um cadastro feito pelas prefeituras onde está a região do garimpo.

O licenciamento simplicado não pode ser maior que três hectares e é preciso escritura da terra ou declaração de posse, ou ainda a “autorização do proprietário do solo (superficiário), acompanhado de documento comprobatório (escritura ou declaração de posse de imóvel)”. Garimpeiros que tiverem essa autorização poderão vender diretamente para o consumidor final. A licença vai durar três anos, no mínimo, e custará uma UPF (unidade padrão fiscal), hoje em R$ 229,57.

“Que essas áreas alteradas pela exploração serão reabilitadas preferencialmente para projetos de piscicultura, nos termos da lei nº 9.619, de 04 de outubro de 2011”, diz trecho do projeto de lei.

Aqueles que não estiverem enquadrados como “garimpo artesanal”, será exigido um requerimento padrão único com Projeto Ambiental Integrado (Picra) para obter Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (PI) e Licença de Operação (LO), incluindo plano de recuperação de áreas degradadas. O texto dá prazo de 60 dias para a Sema emitir as licenças ambientais.

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Para esses casos, o licenciamento poderá ser feito por pessoa física ou empresa que seja dona da área e com título minerário na Agência Nacional de Mineração (ANM), ou ainda por cooperativa ou garimpeiro que tenha autorização do proprietário.

O projeto limite a exigência do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que só poderá ser exigido no licenciamento ambiental para fazendas maiores que 150 hectares. E o CAR poderá ser substituído pelo Cadastro Estadual de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CERM).

O limite máximo do licenciamento ambiental para os casos que não são “garimpeiros artesanais” é de 50 hectares para pessoa física e 100 hectares para cooperativas de garimpeiros.

Na justificativa do projeto, Max Russi aponta que o “propósito deste projeto é o de resgatar populações garimpeiras tradicionais que vivem a décadas nessas regiões garimpeiras, instituídas por esse projeto de lei, de maneiras a se ter condições legais para que nessas regiões, específicas se tenha instrumentos para o licenciamento simplificado, notadamente, para o garimpo de cunho artesanal”.

“É necessário modificar essa visão estereotipada de que garimpo é tudo de ruim, paradigmas existem para serem contraditados. É possível sim, se ter uma política e leis que facultem a garimpagem legal. Vergonha é não dar oportunidade de trabalho e renda para quem quer trabalhar dentro da lei”, defende.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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