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Paquistão descobre ‘rio de ouro’ com mais de 64 toneladas de metal precioso; entenda

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Uma reserva de ouro foi descoberta recentemente no Rio Indo, próximo à cidade de Attock, no Paquistão. O achado aconteceu graças a uma pesquisa encomendada pelo governo local, que motivou planos de extração na área e, agora, pode dar um impulso vital à economia do país asiático.

De acordo com o jornal paquistânes Dawn, especialistas estimaram o valor do ouro encontrando no “rio de ouro” em aproximadamente ₨ 80 bilhões na moeda local, que é a rúpia paquistanesa. No Brasil, o valor corresponde a mais de R$ 1,5 bilhão.

Após a descoberta, foi determinado que o projeto de mineração será liderado pela empreiteira de energia estatal National Engineering Services of Pakistan, mais conhecida como NESPAK, e pelo Departamento de Minas e Minerais do estado indiano de Punjab.

“Serviços de consultoria são necessários para preparar documentos de licitação e fornecer serviços de consultoria transacional para nove blocos de ouro de aluvião ao longo do Rio Indo, no distrito de Attock”, explicou Zargham Eshaq Khan, diretor administrativo da NESPAK.

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No entanto, os moradores da região também começaram a explorar o leito do Rio Indo. A mineração no entorno do curso de água é, em grande, parte ilegal, e máquinas pesadas são frequentemente usadas para extração de metais.

Depois disso, de acordo com um artigo no Times of India, o governo paquistanês implementou a Seção 144, uma medida legal projetada para impedir a mineração ilegal.

Apesar disso, ainda não se sabe se o ouro poderá ser extraído ou não. Até o momento, as autoridades do Paquistão não emitiram nenhuma declaração oficial sobre o assunto.

Por que existem reservas de ouro no Rio Indo?

O Rio Indo é um dos rios mais antigos e longos do planeta e desempenhou um papel fundamental no surgimento de uma das primeiras civilizações. A civilização do Vale do Indo floresceu ao longo de suas margens entre 3300 e 1300 a.C. C., representando uma fase de desenvolvimento notável.

Antes da partição da Índia em 1947, o rio ficava inteiramente dentro do território indiano, o que foi essencial para o florescimento da civilização. Hoje, ele atravessa os dois países e continua tendo grande importância histórica e cultural para ambos.

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De acordo com estudos geológicos, o Rio Indo transporta sedimentos auríferos do Himalaia, que foram depositados na forma de pepitas ou partículas de ouro em áreas que agora pertencem ao Paquistão. Devido ao fluxo de água, essas partículas geralmente assumem formas achatadas ou arredondadas, informou o Dawn.

Além disso, a região do Vale do Indo tem recursos minerais abundantes e é considerada uma área rica em ouro e outros metais valiosos.

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Como a China dominou minerais críticos da transição

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Tecnologias modernas têm como peças-chave 17 elementos da tabela periódica: as terras raras, essenciais para inteligência artificial, chips, bombas e produção de energia limpa. A China domina a produção, define preços e transforma esses metais em moeda geopolítica.

A mineração é apenas o primeiro passo. O maior desafio está no processamento, separação e refino dos elementos, que são caros e complexos.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que a China seja responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. É justamente isso que confere ao país uma posição de força no tabuleiro da geopolítica.

As terras raras também são importantes para sistemas de defesa avançados, como fabricação de jatos militares, mísseis e sistemas de radar.

Isso garante à China um poder de barganha. Em resposta às tarifas impostas por Donald Trump, por exemplo, a China restringiu exportações de certos elementos, o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos e a de defesa.

Não foi a primeira vez que terras raras entraram no centro de disputa dos EUA. Em 2022, Trump chegou a negociar com a Ucrânia a extração desses minerais em meio às conversas sobre um possível acordo de paz com a Rússia, ainda nos primeiros meses da guerra.

Hoje, países correm para diversificar suas fontes de suprimento e fortalecer suas próprias produções. “Mesmo antes do governo Trump, a Europa já havia acendido o alerta para os riscos da dependência externa de minerais estratégicos”, diz Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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A ascensão chinesa

A China reconheceu o valor estratégico das terras raras nos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dominavam o mercado. Desde então, começou a copiar o modelo americano e comprou empresas estrangeiras – inclusive a maior empresa americana de ímãs de terras raras, a Magnequench.

Isso permitiu que a China tivesse em mãos as patentes, equipamentos e expertise técnica.  Nos anos 1990, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), fez uma declaração que ficou famosa: “O Oriente Médio tem petróleo, a China tem terras raras.”

O investimento nesses minerais tornou-se uma estratégia de Estado. O país buscou consolidar a indústria, reduzindo-a para seis grandes empresas, em uma campanha chamada de “guerra secreta” contra a produção ilegal.

Também foram feitos investimentos em mapeamento geológico, a primeira etapa para o desenvolvimento da mineração, diz Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo e professor da Universidade Federal do Paraná.

“Há mais de 25 anos, a China investiu pesado em pesquisas nesses depósitos. Não porque tivesse reservas muito maiores, mas porque o governo chinês enxergou o potencial de longo prazo e manteve consistência”, diz.

Hoje, a China também tem consolidadas indústrias de carros elétricos, turbinas eólicas e robótica, que criam demanda interna significativa para terras raras e contribuem para gerar mais valor na cadeira.

Descaso ambiental

Esses avanços foram possíveis, em grande parte, porque a China operou sob quase nenhuma regra ambiental.

O processo de lixiviação (método químico usado para separar minerais), por exemplo, é feito em pilhas – o minério é empilhado e a solução química escoa dissolvendo os elementos; ou in situ, quando a reação é injetada diretamente no corpo mineral no próprio local.

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As soluções usam ácidos fortes, como sulfúrico, nítrico ou clorídrico, que podem se infiltrar no solo e contaminar água e ar. O processo também exige grandes volumes de água e gera resíduos sólidos que, se não forem tratados, se acumulam como passivo ambiental. Um dos casos mais emblemáticos é o lago de rejeitos tóxicos em Baotou, na Mongólia Interior.

A separação e o refino de terras raras usam mais energia que a mineração inicial. A estimativa é entre 9 e 13 vezes a mais para cada tonelada processada.

Agora, países como Japão, Austrália, Canadá e Arábia Saudita vêm estabelecendo limites em suas políticas de minerais críticos, para não depender só da China, segundo Nery, do Ibram. Nesse cenário, o Brasil teria uma “janela de oportunidade” comercial.

“Se criar as condições necessárias, [o Brasil] pode avançar na cadeia de valor e estimular a industrialização local”, diz.

O domínio chinês gera incertezas para investimentos em novas minas e refinarias em outros países. A imprevisibilidade do mercado e a manipulação de preços tornam esses projetos arriscados e afastam capital de companhias no ocidente.

As descobertas de minerais e os processos de extração são de alto risco e investimento. No caso do Brasil, apenas uma mina extrai e exporta – para a China – um produto mais “puro” de terras raras, sem a separação de cada elemento.

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