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A popularidade duradoura do ouro: porque é que nunca perde o seu brilho?

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De acordo com o investidor e analista Simon Popple o ouro continua a ter vantagens, como o facto de ser uma cobertura credível da inflação, de ser raro e finito e de ter uma correlação relativamente baixa com outros ativos.

O ouro pode não parecer ser o investimento mais excitante atualmente, mas este metal precioso pode ainda merecer um lugar na sua carteira durante estes tempos turbulentos. Quem aconselha é o investidor e analista de ouro Simon Popple, Diretor Executivo da Brookville Capital.

O ouro é normalmente visto como uma proteção contra a inflação. Isto porque, à medida que a inflação corrói os seus euros, o preço de cada onça de ouro aumenta em simultaneamente, em termos de euros, deixando-o com um ativo mais valioso.

Nos últimos meses, vários países em todo o mundo registaram uma inflação elevada, um aumento das taxas de juro e do custo de vida, bem como uma crescente incerteza económica e geopolítica. Nestes cenários, os investidores têm fugido mais para os metais preciosos, como o ouro e a prata, devido às suas capacidades de proteção contra a inflação.

Como diz Popple, “o ouro existe há milhares de anos e é reconhecido como sendo valioso em qualquer parte do mundo. Independentemente do clima social, político ou financeiro, o ouro nunca se desvalorizou ou defraudou um investidor. É a derradeira forma de dinheiro.”

Porque é que ainda vale a pena investir em ouro?

O ouro tem uma enorme vantagem sobre a moeda fiduciária, no sentido em que as suas quantidades são finitas, pois os países não são capazes de produzir mais ouro para além das quantidades disponíveis para serem extraídas.

Por outro lado, as moedas fiduciárias podem ser impressas pelos governos à vontade, sendo que a impressão excessiva contribui frequentemente para consequências desastrosas como a hiperinflação.

Popple sublinha: “É preciso lembrar que as moedas fiduciárias são essencialmente apoiadas pelos governos que as emitem. A lógica é convincente, mas se imprimirmos demasiado dinheiro, o poder de compra diminui e, invariavelmente, temos inflação – tornando a moeda menos valiosa.”

Popple também sublinhou que imprimir mais dinheiro pode funcionar como uma medida de afrouxamento monetário no início, mas, mais cedo ou mais tarde, quase sempre leva a uma inflação mais elevada.

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Outra vantagem é a liquidez do metal, que é facilmente convertível em moeda fiduciária. O ouro também é consistente em todos os países, ao passo que coisas como moedas fiduciárias, propriedades e ativos tendem a variar significativamente em todo o mundo.

O ouro tem uma correlação relativamente baixa com a maioria dos outros ativos. “Quando outros investimentos sofrem flutuações em períodos de tensão, o ouro evolui frequentemente na direção oposta ou mantém-se relativamente estável. Esta baixa correlação faz do ouro uma ferramenta eficaz para equilibrar a sua carteira”, salienta Popple.

Por outro lado, fatores muito semelhantes têm impacto em ativos como as ações e as obrigações, que, em termos gerais, seguem as mesmas direções, em termos de movimentos do mercado.

O ouro também tem tido um bom desempenho em épocas de elevado endividamento, com Popple a referir: “Em épocas de aumento da dívida , o ouro tem tido geralmente um bom desempenho. De um modo geral, à medida que a dívida subiu, o ouro parece ter seguido o seu exemplo. É importante ter em conta que houve alturas em que a dívida subiu, mas o ouro desceu. No entanto, a longo prazo (mais de 10 anos), o ouro parece ter-se saído bem.”

O analista explica ainda que o que agrada no investimento deste material precioso é sua capacidade de decisão, caso uma moeda ou investimento estiverem em queda, existe a possibilidade de converter o ouro noutra moeda que esteja mais vantajosa.” Se a libra esterlina se desvalorizar em relação a várias moedas importantes, como o dólar americano, o euro e o yuan. Se eu tiver alguns dos meus investimentos em ouro, não me interessa o que acontece às moedas, o que me interessa é o preço do ouro”, exemplifica.

Os investimentos em ouro podem ser feitos diretamente, através de barras de ouro, moedas de ouro e jóias, ou indiretamente, através de fundos negociados em bolsa de ouro e de ações de empresas mineiras de ouro.

Muitas vezes, os investidores principiantes ou inexperientes que se aventuram no mercado do ouro optam por investir em ouro indiretamente, a fim de terem uma ideia do mercado antes de se aventurarem mais profundamente.

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No entanto, o ouro não é um ativo que rende juros, o que significa que num ambiente de taxas de juro elevadas, como aquele em que a maior parte do mundo se encontra atualmente, os investidores podem ainda hesitar um pouco em investir em ouro.

Quando questionado sobre o interesse dos investidores em escolher ouro em vez de outros ativos ,que rendem juros neste momento, Popple diz. “Acho que toda a gente devia ter uma carteira diversificada que devia incluir ouro. Acredito firmemente que o que é importante é o «tempo no mercado», e não o «timing do mercado», pelo que sugiro que se entre no mercado.”

“Se as pessoas estão preocupadas com o timing, podem sempre entrar ao longo de um período de tempo”, acrescenta.

Ouro versus Bitcoin: qual parece estar a ganhar?

Nos últimos anos, desde o aumento exponencial da Bitcoin, a criptomoeda também tem sido vista como uma espécie de proteção contra a inflação, embora alguns investidores ainda estejam céticos, devido ao facto de as criptomoedas serem especialmente voláteis.

Quanto à sua posição no debate em curso sobre o ouro e a bitcoin como proteção contra a inflação, Popple considera que “o ouro tem um historial, enquanto a Bitcoin não tem. Pessoalmente, prefiro algo com forma. Com o Bitcoin tão caro, não me sinto confortável em comprá-lo agora.”

O facto da oferta ser limitada faz com que o preço se mantenha razoavelmente elevada. “Mas os países gostam de controlar a oferta de dinheiro e, se alguma vez houvesse uma crise, penso que a Bitcoin poderia ser um alvo – mas talvez a sua utilização fosse proibida”, diz.

Assim, o analista diz não ser contra o criptoativo mas prefere ter os seus investimentos em ouro em primeiro lugar. “Se os Bitcoin estivessem todas em ordem, que ainda não estão, e eu tivese algum capital livre, então podia considerar ter uma pequena exposição à Bitcoin , mas o ouro é a minha prioridade”.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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