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IDM BRASIL

Comissão Especial para elaborar o Novo Código de Mineração Brasileiro

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O Instituto para o Desenvolvimento da Mineração – IDM Brasil,  mais uma vez traz para reflexão a importância da Segurança Jurídica na mineração. Fomos nós do IDM Brasil junto com um grupo grande de mineradores, já no início de 2019, que sugerimos a elaboração de um Novo Código de Mineração.

No início houve manifestações contrárias ao Novo Código de Mineração, inclusive por parte do próprio Ministério de Minas e Energia, porém, felizmente com o passar do tempo e com a manifestação de vários segmentos do setor minerário brasileiro e também com a participação de vários Parlamentares, conseguimos que o Presidente da Câmara, Deputado Arthur Lira, criasse o GT Minera em meados de 2021 e então a ideia contrária ao GT Minera se transformou em oportunidade inclusive para aqueles que publicamente declaram-se contrários enfaticamente ao Novo Código de Mineração.

Por fim foram dois os Relatórios apresentados ao GT Minera, o primeiro apresentado pela Deputada Greyce Elias, de Minas Gerais e o segundo apresentado pelo Deputado Joaquim Passarinho, do Estado do Pará.

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Ambos os relatórios apresentaram pontos importantes para a inovação do setor minerário, mas não foram relatórios robustos que pudessem seguir exemplos de outros códigos, como o Civil, o Penal etc… Ficaram faltando vários pontos essenciais para colocar o Brasil na vanguarda da mineração mundial.

Pois bem, mais uma vez, o IDM Brasil apresenta uma sugestão institucional que poderá, de forma proporcional, trazer a discussão transversal para o Novo Código de Mineração Brasileiro. O IDM Brasil acaba de propor que seja criada a Comissão Especial do Novo Código de Mineração. Será uma forma justa de aproveitar o trabalho feito pela Deputada Greyce Elias, bem como, o trabalho também realizado pelo Deputado Joaquim Passarinho e os demais membros do GT Minera e trazer todas essas inovações legislativas para um texto claro, objetivo e que traz acima de tudo Previsibilidade, Sustentabilidade e Segurança Jurídica.

Nós do IDM Brasil temos a certeza que os Parlamentares estão prontos, juntamente, com todo o setor mineral brasileiro, em sua imensa diversificação, a elaborar um verdadeiro Código de Mineração Brasileiro, onde além da legislação seca contemple também o Código de Processos que é ferramenta essencial para a previsibilidade do empreendedor minerário. Mais uma vez é hora de todos nós estarmos unidos em favor de um setor fundamental para a economia do Brasil.

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O Minerador continua resiliente, é assim que ele aprendeu a viver, se superando e acreditando que somos capazes de dar o nosso melhor. Que venha o Novo Código de Mineração.

 

Suelen Geremia

Vice-Presidente do IDM Brasil

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O Brasil precisa assumir seu papel na corrida dos minerais críticos

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O Brasil está diante de uma oportunidade histórica. Com vastas reservas de lítio, nióbio, grafita, terras raras e outros minerais estratégicos, o país tem condições de se tornar protagonista da transição global para a energia limpa e a economia digital. Mas, para isso, é preciso abandonar improvisos e avançar em direção a uma política pública sólida e confiável.

O recente leilão da Agência Nacional de Mineração (ANM), no qual uma empresa recém-criada em Minas Gerais arrematou áreas de exploração maiores que o Distrito Federal, expôs de forma contundente a fragilidade do atual modelo. Ao permitir que agentes sem histórico ou capacidade financeira assumam concessões dessa magnitude, o Estado transmite o pior sinal possível: afasta investidores sérios e transforma recursos estratégicos em ativos especulativos.

Minerais críticos não são commodities comuns. Eles são a espinha dorsal da economia verde e digital, presentes em baterias, semicondutores, turbinas eólicas, telecomunicações e aplicações de defesa. Quem dominar sua produção, processamento e integração industrial terá papel decisivo na geopolítica do século XXI. Por isso, não se trata apenas de explorar reservas, mas de integrá-las a uma política industrial e tecnológica nacional.

Outros países compreenderam isso e já se moveram. A Turquia transformou suas reservas de boro em instrumento de influência industrial e diplomática, equilibrando cooperação entre Ocidente e China. A Índia lançou em 2025 a sua “National Critical Minerals Mission”, centralizando estratégia, conferindo ao governo federal autoridade exclusiva sobre os leilões e prevendo mais de mil projetos de exploração até 2031. O Canadá, por sua vez, vinculou sua política de minerais críticos diretamente à agenda climática e industrial, incentivando o refino doméstico e a agregação de valor local.

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O Brasil não parte do zero. Em 2024, o IBRAM lançou o “Green Paper”: Fundamentos e Diretrizes para a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE), propondo eixos estruturantes como definição clara da lista de minerais prioritários, integração com a transição energética, governança democrática, agregação de valor local, circularidade e inovação. Esse documento já oferece um caminho consistente para estruturar uma política de Estado.

Mais recentemente, o próprio governo federal reconheceu a urgência do tema. O Ministério de Minas e Energia anunciou que a Política Nacional de Minerais Críticos será lançada ainda em 2025. Na Câmara dos Deputados, tramita o PL 2780/2024, que institui a PNMCE e cuja aprovação é esperada antes da COP30, em novembro. A ANM também criou um departamento dedicado exclusivamente a minerais críticos e estratégicos, fortalecendo a institucionalidade do tema.

Além disso, foi lançado, em conjunto com o setor privado, um novo Green Paper sobre minerais críticos e a COP30, reforçando o papel do Brasil na diplomacia global desses recursos. Estas iniciativas apontam para um alinhamento promissor entre Executivo, Legislativo e setor privado. Mas para que se traduzam em confiança e atração de investimentos, é indispensável que o país estabeleça regras claras de pré-qualificação, exigindo capacidade técnica e financeira robusta de qualquer empresa interessada em concessões. Não podemos permitir que aventureiros se apossem de ativos vitais à transição energética e à reindustrialização.

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Se quisermos protagonismo, concessões devem ser condicionadas a compromissos de investimento real, processamento local e integração às cadeias produtivas nacionais. Mais que extrair, é preciso refinar, industrializar e inovar no Brasil.

A corrida global pelos minerais críticos não é apenas sobre geologia – é sobre visão, credibilidade e soberania. O Brasil tem os recursos, as propostas e as instituições necessárias para se tornar referência mundial. Agora falta transformar boas intenções em política pública efetiva e duradoura. A hora de agir é agora.

JEAN PAUL PRATES

*Mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia e Mestre em Economia da Energia pelo IFP School (Paris). Foi presidente da Petrobras (2023–2024) e senador da República (2019–2023)

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