CUIABÁ
Search
Close this search box.

PEDRO EUGENIO DA SILVA

Mineração de ouro: menos teoria, mais prática

A mineração de ouro de pequeno e médio porte tem ganhado destaque

Publicado em

A mineração de ouro de pequeno e médio porte desenvolvida no estado de Mato Grosso tem, cada vez mais, ganhado destaque, seja pela produção, pelo crescimento, mas principalmente pelas boas práticas e iniciativas fomentadas pelo setor como um todo.

No mês de julho, ocorreu um evento que abrilhantou o setor de mineração, o 3º Seminário de Mineração do Norte de Mato Grosso, ocorrido em Guarantã do Norte.

O evento contou com a participação de importantes representantes tanto do âmbito público, quanto privado, reunindo lideranças, mineradores, representantes de cooperativas e associações, além de demais interessados no desenvolvimento da sustentabilidade, crescimento e maturação do segmento.

O evento mostrou a grande relevância do setor para o Brasil e para o mundo, e os incentivos e recursos gerados pela mineração de ouro de pequeno e médio porte. Além disso, o evento propiciou discussões e propostas acerca da sustentabilidade, rastreabilidade e certificação das minas de ouro e ao final provocou a iniciativa privada para que tomasse frente de uma autorregulação setorial.

Propiciar o desenvolvimento dessa cadeia mineral de forma sustentável é uma tarefa árdua, pois sabemos que tirar de circulação o ouro ilegal não é fácil, mas perfeitamente possível.

Leia Também:  Artigo: No xadrez da transição energética, seremos dama ou peão?

Para isso, esses debates são de suma importância, pois é preciso que haja a união de forças de todos os envolvidos nesta cadeia produtiva, visando que a extração do mineral ocorra de forma sustentável, aliado a boas práticas, e em parceria com os órgãos reguladores, agentes públicos e a comunidade local, levando desenvolvimento e progresso às regiões próximas as zonas auríferas.

No seminário, a conclusão unânime foi que isso só será possível com implantação de ações, e não apenas teorias, que permitam a desmistificação, como por exemplo a rastreabilidade do metal, garantia de procedência e originação com conformidade.

Existem excelentes e reais exemplos, evidenciados durante o evento, não apenas no norte de Mato Grosso, mas também na baixada cuiabana, que, juntos são responsáveis por mais de 80% da produção de ouro advindo de pequenos produtores no estado.

Hoje, a baixada cuiabana é pioneira no programa da Associação Suíça Ouro Responsável (Swiss Better Gold Association), que certifica as pequenas e médias mineradoras para a exportação sustentável do minério.

Leia Também:  O Brasil no mapa do futuro da mineração

Inspirado neste exemplo internacional, durante o 3º Seminário de Mineração do Norte de Mato Grosso, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sugeriu a criação de um certificado regulamentado pela entidade à cadeia produtiva do ouro, para auxiliar no combate a extração e comércio ilegal no país.

As cooperativas são muito importantes nesse processo, pois contribuem com a conscientização dos cooperados sobre a preservação do meio ambiente.

Sendo assim, precisamos parabenizar todos os envolvidos no evento, pela iniciativa em apresentar a realidade atual da mineração, quebrando paradigmas e evidenciando o empenho do setor em erradicar a imagem distorcida do segmento.

Além de salientar a importância do setor minerário de pequena escala no cenário nacional e internacional, e mais uma vez, tivemos a certeza de que a iniciativa privada deve protagonizar a mudança.

Pedro Eugenio Gomes Procópio da Silva é diretor de operações.

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Artigos

Nióbio, lítio e cobalto: o plano do governo para mapear as riquezas do Brasil

Published

on

Alexandre Silveira é ministro de Minas e Energia do Brasil

Detentor de extraordinários recursos minerais, o Brasil ainda não conhece com precisão a totalidade de seu potencial para exploração econômica. Com as oportunidades abertas pela transição energética e a demanda por minerais críticos e estratégicos, é urgente intensificar investimentos públicos e privados na identificação desse potencial por meio de tecnologias avançadas aplicadas ao mapeamento geológico.

O Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo 2025-2034), desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), surge como resposta a esse desafio. O plano busca direcionar pesquisas para a descoberta de jazidas de minerais essenciais no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono. Entre os exemplos estão lítio, cobre, grafita, elementos de terras raras, níquel, nióbio, cobalto e alumínio, além de fosfato e potássio, indispensáveis para elaboração de fertilizantes que garantem a segurança alimentar.

A execução do PlanGeo é liderada pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa pública vinculada ao MME. Entre as principais ações estão a identificação e a priorização de áreas estratégicas para mapeamento geológico sistemático, considerando um horizonte de 10 anos.

O PlanGeo tem como principais diretrizes: a produção de conhecimento para fomentar o desenvolvimento nacional e a geração de empregos; garantia de participação social na tomada de decisões públicas e transparência nos critérios, ações e resultados.

Leia Também:  Faça engenharia de minas na UFMT

Essas iniciativas são essenciais para promover a exploração sustentável dos recursos minerais, com foco nos benefícios sociais, como a geração de emprego e renda.

A construção do PlanGeo incluiu uma inédita consulta pública, acolhendo as demandas de diferentes setores: empresas de pesquisa mineral, universidades e instituições públicas. Como resultado, a versão preliminar definiu 60 blocos prioritários para mapeamento, com destaque para regiões como Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia e Acre.

Entre 1969 e 2023, cerca de 49% do território continental brasileiro foi mapeado na escala 1:250.000, e 27% na escala 1:100.000. Esses números representam o detalhamento das áreas mapeadas, mas evidenciam a necessidade de ampliar ainda mais essa cobertura.

A expansão do mapeamento geológico é fundamental para atrair investimentos nacionais e estrangeiros, reduzindo os riscos para empresas interessadas em pesquisa e exploração. Com maior disponibilidade de informações de qualidade, aumenta-se a confiança e a probabilidade de novos aportes em empreendimentos minerais.

O governo federal trabalha para consolidar o Serviço Geológico do Brasil como referência nacional e principal repositório de dados do setor. Para isso, busca-se a ampliação de instrumentos e ações que intensifiquem o conhecimento do subsolo em profundidade, além de estimular projetos de levantamento geológico desenvolvidos por empresas, universidades e instituições públicas.

Leia Também:  O Brasil precisa de uma nova política para o setor mineral

Também faz parte dos objetivos garantir o compartilhamento de dados geológicos durante a fase de pesquisa mineral, com a Agência Nacional de Mineração (ANM), bem como a incorporação desses dados a uma base nacional gerenciada pelo SGB.

Além do setor mineral, o mapeamento geológico é relevante para aumentar a disponibilidade de água no semiárido brasileiro e identificar insumos agrícolas que assegurem a qualidade e a competitividade dos alimentos. É fundamental reduzir a dependência internacional de fertilizantes, diminuindo custos agrícolas e beneficiando diretamente a população, especialmente as camadas de baixa renda, com maior segurança alimentar.

O PlanGeo representa um compromisso estratégico para o desenvolvimento sustentável do Brasil, unindo ciência, tecnologia e recursos naturais. Ao ampliar o conhecimento do solo e subsolo, o país se posiciona de maneira competitiva no cenário internacional, promovendo benefícios econômicos e sociais para toda a população.

Alexandre Silveira é ministro de Minas e Energia do Brasil

 

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA