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OPERAÇÃO HERMES

TRF anula buscas em imóveis de Nei Garimpeiro e sócios

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Por dois votos a um, os desembargadores federais da Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) concederam um habeas corpus para os empresários Ronny Morais, Cristiana das Dores de Souza e Valdinei Mauro, mais conhecido como Nei Garimpeiro, para anular a decisão judicial que autorizou as buscas e apreensões em imóveis residenciais e comerciais dos três.

Ronny, Cristiana e Ney Garimpeiro foram alvos de uma ação da Polícia Federal durante a deflagração da Operação Hermes, em dezembro do ano passado, após adquirir supostamente mercúrio ilegal comercialziado pelo Grupo Veggi. Os três são sócios das mineradoras Santa Clara, Chimbuva e Salinas Gold Mineração Ltda.

Na prática, o habeas corpus anula a decisão judicial da 1ª Vara Federal de Campinas (São Paulo) que autorizou as buscas e apreensões nos imóveis residenciais e comerciais dos empresários.

No habeas corpus, os advogados Hélio Nishiyama, Alberto Zacharias Toron, Ralph Tórtima Filho e Fernando da Nóbrega Cunha, defensores dos empresários, argumentaram que aquisição de créditos de mercúrio não autoriza a presunção de que os empresários teriam ciência das irregularidades eventualmente praticadas pelo Grupo Veggi.

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O relator do habeas corpus, o desembargador federal André Nekatschalow, negou conceder o pedido às defesas. Para o magistrado, a investigação da Polícia Federal se encontra respaldada em diversos elementos de prova. Ele destacou que os empresários devem continuar a ser investigados pelo “elevado volume de mercúrio que veio a ser adquirido pelos pacientes”.

O desembargador federal Maurício Kato apresentou um voto divergente do colega e avaliou que a decisão judicial que autorizou os cumprimentos dos mandados de busca e apreensão teve um caráter explorátório dado a ausência de indícios de provas de que os empresários façam parte da organização criminosa voltada para comércio de mercúrio ilegal.

“(…) Entendo que a decisão exarada pelo juízo de primeiro grau, com relação especificamente aos pacientes, possui, neste momento processual, caráter estritamente exploratório, já que não há nos autos indícios mínimos de crime a indicar a necessidade da adoção das medidas constritivas ou invasivas, que objetivam, na verdade, coletar indícios da ocorrência de fatos criminosos e construir elementos indiciários de materialidade e autoria delitivas”.

Maurício apontou também que não há indicação concreta de que os empresários, por meios de suas mineradoras, estariam a praticar algum delito voltado para eventual comércio ilegal de mercúrio ou de que tinham conhecimento sobre a origem do material vendido pelas empresas do Grupo Veggi.

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O desembargador federal Ali Mazloum também acompanhou o entendimento de Maurício, votou por conceder o habeas corpus para os empresários e argumentou que há ausência de mínimos de materialidade para investigá-los como supostos integrantes da organização criminosa.

“A aquisição do mercúrio pelos pacientes e empresas a eles atreladas não indica, de per si, conduta penalmente típica ou mesmo adesão à suposta condutas típicas perpetrados pelas empresa (s) vendedora (s)”, fundamentou.

A Operação Hermes, deflagrada pela PF e pelo Ibama no dia 1º de dezembro, investiga o comércio ilegal de mercúrio que teriam provocado rombo de R$ 1 bilhão nos cofres públicos.

O Grupo Veggi, que representa um conjunto de empresas de diversos setores (do químico ao imobiliário) e leva o mesmo nome da família, é apontada como líderes do suposto esquema de venda ilegal de mercúrio, segundo a Polícia Federal.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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