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Projeto Ouro Sem Mercúrio inicia pesquisas de campo em municípios de Mato Grosso

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O projeto “Ouro Sem Mercúrio” deu início às suas atividades de campo para conhecer mais profundamente a realidade da extração de ouro em áreas de mineração artesanal e de pequena escala (MAPE). Cinco pesquisadores embarcaram nessa jornada, que começou no dia 19 de maio em Mato Grosso, nos municípios de Poconé e Nossa Senhora do Livramento e seguirá para Peixoto de Azevedo, de 27 de maio a 2 de junho.

Os pesquisadores têm a missão de aplicar questionários e coletar dados sobre a realidade da MAPE de ouro nessas regiões, além de testar tecnologias alternativas de extração que não envolvam o uso do mercúrio. Com um cronograma previsto de 15 dias para as visitas às localidades, eles esperam obter informações valiosas para embasar o desenvolvimento do Plano de Ação Nacional do Brasil, que deve ser entregue no âmbito da Convenção de Minamata sobre Mercúrio até 2025.

     Cada trabalho de campo será concluído com dois encontros chamados de “Oficina para o Futuro”, que são momentos dedicados a ouvir as pessoas envolvidas diretamente na atividade garimpeira. Além da oficina geral, com todos os interessados, uma oficina exclusiva para mulheres também está sendo planejada pelas pesquisadoras do projeto. A antropóloga Januária Pereira Mello, que está em campo, ressalta a importância de ouvir e perceber a participação feminina nesse contexto.

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“É essencial que as mulheres, que estão envolvidas nas atividades de mineração artesanal, tenham voz e sejam ouvidas. Elas possuem perspectivas e experiências próprias que podem contribuir de maneira significativa para a busca de soluções responsáveis e seguras para a extração de ouro”, destaca Januária.

O coordenador dos trabalhos de campo, Carlos Henrique Xavier, está otimista em relação aos resultados que serão alcançados. Ele ressalta a relevância do projeto para o meio ambiente e a saúde das comunidades envolvidas na MAPE.

“Nosso objetivo é promover uma mudança positiva no setor de mineração artesanal de ouro, incPOconéentivando práticas mais seguras, ambientalmente responsáveis e socialmente justas. Almejamos encontrar uma tecnologia viável para substituir o uso do mercúrio por tecnologias mais limpas e eficientes, que garantam o bem-estar das pessoas e a preservação dos recursos naturais”, afirma Carlos Henrique Xavier.

Sobre a equipe de campo

  • Januária Pereira é antropóloga e doutoranda da UNICAMP.
  • Carlos Eduardo Andrade é técnico de química e estudante de engenharia de minas da UFMG.
  • Rodrigo Miranda é engenheiro civil formado pela UFOPA
  • Oswaldo Nico é engenheiro de minas, doutor em Ciências pela USP e coordenador de operações do projeto.
  • Carlos Henrique é engenheiro de minas, doutor em Ciências pela USP e coordenador dos trabalhos de campo.
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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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