CUIABÁ
Search
Close this search box.

SWISS BETTER GOLD

Projeto Ouro Responsável deve ampliar para seis o número de minas certificadas na baixada cuiabana

Publicado em

Há um ano, minas da baixada cuiabana iniciaram o processo de certificação da iniciativa Suíça Ouro Responsável (Swiss Better Gold – SBG). Nesse período, três já receberam o selo e outras estão em processo de regulamentação. A expectativa é de que elas atinjam total conformidade com os critérios estabelecidos e que, com isso, Mato Grosso – estado pioneiro nessa implementação – tenha seis minas produzindo ouro de maneira responsável.

A vinda do projeto para o Brasil foi realizada ainda em setembro de 2021 por intermédio da Fênix DTVM, instituição financeira autorizada pelo Banco Central para atuar na compra e venda de ouro como ativo financeiro, responsável por fazer a ponte entre as minas da baixada cuiabana com a SBGA. O objetivo da empresa é justamente promover as boas práticas e reconhecer os mineradores do bem.

Nacionalmente, o programa está sendo acompanhado pela consultora da SBG no Brasil, Erika Cavalheiro Halla. A profissional é responsável por realizar as visitas in loco, conhecer as condições dessas minas para que então seja traçado um diagnóstico do que precisa ser aperfeiçoado a fim de atender aos padrões suíços de compra de ouro e, assim, abrir o mercado para esses mineradores considerados de pequena e média escala.

Leia Também:  Moradores na Colômbia transformam rua em garimpo após rumores sobre ouro

Erika conta que em 2021, foi certificado o garimpo Santa Clara e, em 2022, foram certificados os garimpos Chimbuva e Cangas II. “Assinamos um termo de compromisso para eliminação do mercúrio, que vai ser uma iniciativa entre SBGA (Swiss Better Gold Association) e os garimpos, utilizando a porcentagem relativa à Assistência Técnica do bônus já acumulado pelo ouro exportado à Suíça após a certificação destes garimpos”.

Como parte desse projeto, o desenvolvimento de um plano para que seja viabilizada a redução gradual e eliminação do uso do mercúrio na produção do metal. A consultora conta que foram realizadas duas frentes como parte do Plano de Melhoria Contínua definido pela Swiss Better Gold para cada mina: conscientização de saúde e segurança ocupacional e conscientização sobre direitos e princípios fundamentais no trabalho.

Esse, aliás, é o princípio fundamental da SBG, onde as minerações artesanais e de pequena escala são incentivadas a melhorar continuamente suas práticas em direção à manutenção da total conformidade com os critérios da Iniciativa, contando sempre com o suporte técnico dos consultores SBG.

Um exemplo dado por Erika é a parceria com o garimpo Cangas II, onde foi implementado um ponto de coleta de resíduos, para que os trabalhadores possam descartar adequadamente os resíduos mais comumente gerados como óleo lubrificante usado, materiais contaminados com graxa e óleo e plásticos. O objetivo desta ação é fomentar o cuidado com o meio ambiente e com a saúde dos trabalhadores.

Leia Também:  Governo de Goiás abre as discussões sobre o Plano Estadual de Mineração

Como incentivo, após serem certificadas as minas passam a receber a bonificação de US$ 1 para cada grama exportada à Suíça, que é um dos maiores compradores deste mineral do mundo. Do total, 70% é destinado para desenvolvimento de melhorias socioambientais, 15% para a promoção de assistência técnica, o que inclui dentre várias medidas, o desenvolvimento e implementação de tecnologias para redução e eliminação do mercúrio, e outros 15% será reaplicado para a manutenção do projeto e aperfeiçoamento.

O diretor de operações da Fênix DTVM, Pedro Eugênio Gomes Procópio da Silva, destaca a importância da iniciativa privada no incentivo às boas práticas. “É possível investir em melhorias e ser sustentável, não apenas nas questões ambientais, mas também economicamente para comercializar ouro advindo de pequenas e médias minerações através da promoção de uma cultura positiva para esses mineradores”, afirmou.

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Notícias

Expominério 2025 reúne 17 painéis em três dias de debates técnicos

Published

on

A edição 2025 da Expominério terá uma das programações mais completas do setor mineral no país, reunindo ao longo de três dias, entre 26 e 28 de novembro, um total de 17 painéis distribuídos entre os auditórios Minerais e Flores, do Cento de Eventos do Pantanal.

Os debates abordam desde tendências geopolíticas e minerais críticos até desafios ambientais, novas tecnologias, relações comunitárias, políticas públicas e o futuro da mineração sustentável em Mato Grosso e no Brasil. Para um dos organizadores do congresso, Humberto Paiva, a edição deste ano consolida um novo patamar de articulação técnica e institucional.

“Reunir 17 painéis em três dias reforça o propósito da Expominério de ser um espaço real de construção de conhecimento e de diálogo qualificado. A cadeia mineral vive um momento de transformação profunda, em que tecnologia, sustentabilidade, segurança jurídica e participação social caminham juntos. Nossa intenção, ao trazer especialistas de diferentes áreas, é criar um ambiente que permita entender os desafios, apresentar soluções e aproximar cada vez mais o setor das demandas da sociedade”, afirma.

Leia Também:  Mineração no contexto da reforma tributária é tema de debate na Comissão de Minas e Energia

O evento começa na quarta-feira (26.11), às 8 horas, no Auditório Minerais, com a abertura oficial do ciclo de palestras do IEL e segue para discussões sobre minerais críticos e estratégicos na transição energética, governança e regulação do setor, mineração de gemas, diversidade e inclusão nas operações e os desafios tributários da atividade. Especialistas de diferentes áreas farão análises sobre o momento atual da mineração e os cenários projetados para os próximos anos.

Na quinta-feira (27.11), às 08h30, os painéis tratam dos desafios da mineração diante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, das relações entre mineração e comunidades, dos conflitos socioambientais e dos avanços tecnológicos aplicados à cadeia produtiva, incluindo energia solar e inovação para eficiência das operações. A programação segue até o início da noite, quando será realizada a palestra magna com o professor titular da USP, Fernando Landgraf.

Ao mesmo tempo, o Auditório Flores recebe o encontro temático “Mercúrio: Olhando Juntos para o Futuro”, organizado pelo Instituto Escolhas. O dia será dedicado à discussão regulatória, análises sobre o futuro da mineração artesanal, apresentação de casos reais de transição para métodos livres de mercúrio e debates sobre alternativas tecnológicas. Representantes de entidades, pesquisadores, lideranças do setor e especialistas internacionais participam das mesas, reforçando o caráter multidisciplinar do encontro.

Leia Também:  Mineração se movimenta na COP e quer protagonismo na transição energética

No último dia da Expominério (28.11), o congresso encerra com discussões sobre investimentos e dinâmicas do mercado de ouro, políticas de desenvolvimento mineral para Mato Grosso, avanço dos mapeamentos geológicos e a importância dos agregados da construção civil para a infraestrutura estadual.

Os últimos debates tratam da produção de minerais críticos a partir de rejeito e da empregabilidade e desenvolvimento socioeconômico na mineração, antes do encerramento oficial da Expominério 2025, previsto para as 22h.

A Expominério 2025 será realizada de 26 a 28 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá.

Patrocinador Oficial: Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Também apoiam o evento a Fecomin e a Fomentas Mining Company (patrocinadores Ródio), Nexa Resources, Keystone e Brazdrill (Diamante), Aura Apoena, Salinas Gold Mineração e Rio Cabaçal Mineração (Ouro), além da GoldPlat Brasil e Ero Brasil (Prata).

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA