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MT mostra potencial na produção de mármore em feira nacional do setor

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O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), César Miranda, e o presidente da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat), Juliano Jorge, participam da 21ª edição da Vitória Stone Fair, no Espírito Santo, a principal feira do setor de rochas ornamentais no Brasil. Os expositores apresentam as principais tecnologias e a diversidade de pedras naturais no evento.

Mato Grosso deve se tornar um player significativo na indústria de rochas ornamentais.

Na quinta-feira, eles visitam um showroom em Cachoeiro do Itapemirim (ES), onde são expostos mármores oriundos de todo país. Pela primeira vez, peças do estado participam de uma exposição.

“Temos a expectativa de avançar na produção de mármore em Mato Grosso mantendo o compromisso com a sustentabilidade. Foram feitas descobertas recentes do potencial da produção de mármore na Serra do Boi Morto, em Cáceres. Os primeiros blocos extraídos foram enviados ao Espírito Santo no ano passado, onde análises e estudos detalhados foram conduzidos. Os resultados indicam a integração dessas jazidas em um novo mercado, abrindo oportunidades na mineração para Mato Grosso”, pontuou o secretário.

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Equipe de MT na feira no Espírito Santo – Assessoria/Metamat

Para o presidente da Metamat, a participação de Mato Grosso na feira mostra o potencial econômico do setor da mineração no Estado.

“É muito importante essa presença no mercado nacional e na maior feira do setor. É um material que tem futuro e estamos muito felizes, orgulhosos de ter aí uma mina que pode trabalhar 50, 60 anos, produzindo para o mundo inteiro”, destacou.

Miranda ressalta a importância estratégica do evento para a promoção do mármore de Mato Grosso. Há um ano, ele iniciou seu contato com o segmento, visando impulsionar a produção e tornar o mármore mato-grossense uma referência internacional. Empresas como a Magramar já expõem o mármore do estado, revelando avanços no setor em curto prazo.

O secretário expresou a confiança no potencial das recentes descobertas na Serra das Araras, em Cáceres, enfatizando a qualidade e sustentabilidade do mármore de carrara. Os primeiros blocos extraídos foram enviados ao Espírito Santo ano passado, onde análises e estudos detalhados foram conduzidos. Os resultados indicam a integração dessas jazidas em um novo mercado, abrindo oportunidades na mineração para Mato Grosso.

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Em agosto de 2023, a Sedec já previa o impacto econômico dessas descobertas, antecipando a abertura de um novo sistema econômico na mineração mato-grossense.

Com a produção avançando e o compromisso com a sustentabilidade, o secretário visualiza um futuro onde empresários comercializam o mármore de Mato Grosso globalmente. A expectativa é que, daqui a um ano, esse cenário se concretize, consolidando o estado como um player significativo na indústria de rochas ornamentais.

Estado deve se tornar um player significativo na indústria de rochas ornamentais

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Como a China dominou minerais críticos da transição

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Tecnologias modernas têm como peças-chave 17 elementos da tabela periódica: as terras raras, essenciais para inteligência artificial, chips, bombas e produção de energia limpa. A China domina a produção, define preços e transforma esses metais em moeda geopolítica.

A mineração é apenas o primeiro passo. O maior desafio está no processamento, separação e refino dos elementos, que são caros e complexos.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que a China seja responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. É justamente isso que confere ao país uma posição de força no tabuleiro da geopolítica.

As terras raras também são importantes para sistemas de defesa avançados, como fabricação de jatos militares, mísseis e sistemas de radar.

Isso garante à China um poder de barganha. Em resposta às tarifas impostas por Donald Trump, por exemplo, a China restringiu exportações de certos elementos, o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos e a de defesa.

Não foi a primeira vez que terras raras entraram no centro de disputa dos EUA. Em 2022, Trump chegou a negociar com a Ucrânia a extração desses minerais em meio às conversas sobre um possível acordo de paz com a Rússia, ainda nos primeiros meses da guerra.

Hoje, países correm para diversificar suas fontes de suprimento e fortalecer suas próprias produções. “Mesmo antes do governo Trump, a Europa já havia acendido o alerta para os riscos da dependência externa de minerais estratégicos”, diz Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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A ascensão chinesa

A China reconheceu o valor estratégico das terras raras nos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dominavam o mercado. Desde então, começou a copiar o modelo americano e comprou empresas estrangeiras – inclusive a maior empresa americana de ímãs de terras raras, a Magnequench.

Isso permitiu que a China tivesse em mãos as patentes, equipamentos e expertise técnica.  Nos anos 1990, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), fez uma declaração que ficou famosa: “O Oriente Médio tem petróleo, a China tem terras raras.”

O investimento nesses minerais tornou-se uma estratégia de Estado. O país buscou consolidar a indústria, reduzindo-a para seis grandes empresas, em uma campanha chamada de “guerra secreta” contra a produção ilegal.

Também foram feitos investimentos em mapeamento geológico, a primeira etapa para o desenvolvimento da mineração, diz Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo e professor da Universidade Federal do Paraná.

“Há mais de 25 anos, a China investiu pesado em pesquisas nesses depósitos. Não porque tivesse reservas muito maiores, mas porque o governo chinês enxergou o potencial de longo prazo e manteve consistência”, diz.

Hoje, a China também tem consolidadas indústrias de carros elétricos, turbinas eólicas e robótica, que criam demanda interna significativa para terras raras e contribuem para gerar mais valor na cadeira.

Descaso ambiental

Esses avanços foram possíveis, em grande parte, porque a China operou sob quase nenhuma regra ambiental.

O processo de lixiviação (método químico usado para separar minerais), por exemplo, é feito em pilhas – o minério é empilhado e a solução química escoa dissolvendo os elementos; ou in situ, quando a reação é injetada diretamente no corpo mineral no próprio local.

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As soluções usam ácidos fortes, como sulfúrico, nítrico ou clorídrico, que podem se infiltrar no solo e contaminar água e ar. O processo também exige grandes volumes de água e gera resíduos sólidos que, se não forem tratados, se acumulam como passivo ambiental. Um dos casos mais emblemáticos é o lago de rejeitos tóxicos em Baotou, na Mongólia Interior.

A separação e o refino de terras raras usam mais energia que a mineração inicial. A estimativa é entre 9 e 13 vezes a mais para cada tonelada processada.

Agora, países como Japão, Austrália, Canadá e Arábia Saudita vêm estabelecendo limites em suas políticas de minerais críticos, para não depender só da China, segundo Nery, do Ibram. Nesse cenário, o Brasil teria uma “janela de oportunidade” comercial.

“Se criar as condições necessárias, [o Brasil] pode avançar na cadeia de valor e estimular a industrialização local”, diz.

O domínio chinês gera incertezas para investimentos em novas minas e refinarias em outros países. A imprevisibilidade do mercado e a manipulação de preços tornam esses projetos arriscados e afastam capital de companhias no ocidente.

As descobertas de minerais e os processos de extração são de alto risco e investimento. No caso do Brasil, apenas uma mina extrai e exporta – para a China – um produto mais “puro” de terras raras, sem a separação de cada elemento.

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