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Minas Gerais envia primeiro carregamento de lítio “verde” para o mercado chinês

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Minas Gerais, o estado brasileiro conhecido por suas riquezas minerais, se destaca mais uma vez ao enviar o primeiro carregamento de “lítio verde” produzido no Vale do Jequitinhonha para o mercado chinês. A empresa canadense Sigma Lithium anunciou com orgulho a conquista, marcando um novo paradigma na indústria de lítio.

Esse lote inovador, que será destinado aos fabricantes de baterias para veículos elétricos, representa uma importante iniciativa de sustentabilidade socioambiental. Com uma produção que conta com “zero carbono, zero rejeitos, zero químicos nocivos” e utiliza energia renovável e 100% de água reutilizada, o lítio verde é essencial para a transição energética global.

A importância estratégica do lítio verde na indústria de veículos elétricos

O lítio, além de ser um insumo essencial para ligas metálicas, dispositivos médicos e produção de fármacos, tem se tornado ainda mais valioso na indústria de veículos elétricos. Com a crescente demanda por mobilidade sustentável, as baterias de longa duração que equipam esses veículos estão impulsionando a transição energética.

Minas Gerais conta com diferenciais competitivos, uma vez que o mineral encontrado na região é de alta pureza, tornando-o ideal para a fabricação de baterias mais potentes. O envio do carregamento de lítio verde ao mercado chinês é um marco na consolidação do Brasil como referência global na cadeia de fornecimento de insumos para veículos elétricos.

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O futuro promissor do Vale do Lítio em Minas Gerais

A região do Vale do Jequitinhonha, composta por 14 cidades, está se tornando um polo estratégico para a produção de lítio verde. Além da Sigma Lithium, outras empresas estrangeiras, como a CBL, também estão investindo na exploração do mineral na região.

O presidente da MG LIT, da canadense Lithium Ionic, destaca o potencial da região e anuncia planos de iniciar operações em 2025. A expectativa é que cerca de R$ 160 milhões sejam investidos no empreendimento até o final deste ano.

O papel do Governo de Minas Gerais e do Ministério de Minas e Energia

O sucesso do projeto do Vale do Lítio não seria possível sem o apoio do Governo de Minas Gerais e do Ministério de Minas e Energia (MME). Em maio, eles lançaram o projeto Lithium Valley Brazil, visando atrair investimentos internacionais para a exploração do mineral na região.

A iniciativa busca fortalecer o Brasil como um dos países com maior potencial de extração de lítio no mundo, ao lado de Chile, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

A responsabilidade socioambiental da indústria do lítio verde

A produção do lítio verde no Vale do Jequitinhonha é um exemplo de responsabilidade socioambiental na indústria. A Sigma Lithium se destaca ao evitar o uso de barragens de rejeitos, reciclar a água utilizada na purificação do mineral e comercializar os rejeitos residuais para recuperação de minerais.

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Essa abordagem sustentável torna o lítio verde do Brasil ainda mais atrativo no mercado global, uma vez que a demanda por matérias-primas sustentáveis cresce cada vez mais.

Com o primeiro carregamento do mineral embarcado para o mercado chinês e a previsão de exportação de cerca de 130 mil toneladas até o final do ano, a perspectiva para o mercado de lítio verde é promissora. A CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral, acredita que o Brasil pode triplicar esse número já no próximo ano, fornecendo lítio verde suficiente para abastecer 1,6 milhões de carros elétricos.

Esse cenário posiciona o Brasil como um importante ator na cadeia global desse material e reforça sua relevância na transição para uma economia mais sustentável e limpa.

O pilar da transição energética

A indústria de lítio verde tem um papel fundamental na transição energética, pois o mineral é uma matéria-prima essencial para as baterias de veículos elétricos e para a geração de energias renováveis.

Com a expectativa de crescimento de 40 vezes na demanda de lítio nas próximas duas décadas, a produção sustentável e responsável se torna ainda mais importante para atender à necessidade global de mobilidade limpa e energia renovável.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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