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Exportações de cobre e níquel ultrapassam 100 mil t no semestre

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Fundo de investimento privado especializado em mineração, a Appian Capital Brazil exportou mais de 100 mil toneladas de concentrado de cobre e níquel sulfetado para América do Norte, Europa e Ásia durante o primeiro semestre de 2024. Com cinco anos de atuação no mercado brasileiro, a empresa detém dois ativos que produzem essas commodities no Brasil: Atlantic Nickel, produtora de concentrado de níquel sulfetado e a Mineração Vale Verde, produtora de concentrado de cobre. “Seguimos focados no crescimento e nossa performance no primeiro semestre evidencia a nossa excelência operacional na extração de cobre e níquel, importantes minérios para a transição energética mundial, assim como o compromisso com a segurança. Operamos com nossa capacidade máxima, sempre de forma segura e integrada ao meio ambiente e às comunidades do entorno”, explica Milson Mundim, CFO da Appian Capital Brazil.

Nos seis meses iniciais do ano, a empresa utilizou navios otimizados para exportação de minerais à Ásia e Europa, reduzindo o custo de frete, o que aumentou a eficiência na operação logística do fundo. O transporte destas commodities representa a movimentação de minérios base para o investimento em energia limpa, tornando a Appian protagonista de grande relevância para a transição energética. A Mineração Vale Verde (MVV) exportou 43.745 toneladas de concentrado de cobre produzido na mina Serrote. Desse volume, aproximadamente 9.665 toneladas eram de cobre contido. Os navios partiram do porto de Maceió com destino à China.

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Com três anos de operações atuando em capacidade máxima, a MVV já exportou mais de 240 mil toneladas de cobre para países da Europa e Ásia. O cobre é um dos metais com previsão de alta de demanda no mercado, devido à transição energética, estando presente em carros elétricos, baterias, turbinas eólicas e painéis solares, entre outros. Já a Atlantic Nickel embarcou 50.159 toneladas de concentrado de níquel sulfetado, sendo aproximadamente 6.647 toneladas de níquel contido em cinco embarques desde janeiro deste ano. Os navios seguiram do Porto de Ilhéus (BA) para o Canadá, China e Finlândia. O níquel sulfetado é um dos metais mais resistentes e versáteis da natureza, além de ser matéria-prima fundamental na fabricação de baterias para veículos elétricos.

O governador de Alagoas, Paulo Dantas, afirmou que o estado teve o melhor resultado na geração de empregos no Nordeste em 2023. Foram criados 1,2 mil empregos diretos e cerca de 5 mil empregos indiretos na região. Hoje, são mais de 1,2 mil empregados efetivos e terceirizados na MVV, atuando diretamente em Craíbas, com cerca de 70% originários de Alagoas. A Appian informa que investe na cultura preventiva de acidentes, no bem-estar e integridade física de seus empregados e contratados, graças à premissa de segurança em primeiro lugar, já são mais de 4 milhões de horas-homem trabalhadas (HHT) sem acidentes com afastamento.

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Como a China dominou minerais críticos da transição

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Tecnologias modernas têm como peças-chave 17 elementos da tabela periódica: as terras raras, essenciais para inteligência artificial, chips, bombas e produção de energia limpa. A China domina a produção, define preços e transforma esses metais em moeda geopolítica.

A mineração é apenas o primeiro passo. O maior desafio está no processamento, separação e refino dos elementos, que são caros e complexos.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que a China seja responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. É justamente isso que confere ao país uma posição de força no tabuleiro da geopolítica.

As terras raras também são importantes para sistemas de defesa avançados, como fabricação de jatos militares, mísseis e sistemas de radar.

Isso garante à China um poder de barganha. Em resposta às tarifas impostas por Donald Trump, por exemplo, a China restringiu exportações de certos elementos, o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos e a de defesa.

Não foi a primeira vez que terras raras entraram no centro de disputa dos EUA. Em 2022, Trump chegou a negociar com a Ucrânia a extração desses minerais em meio às conversas sobre um possível acordo de paz com a Rússia, ainda nos primeiros meses da guerra.

Hoje, países correm para diversificar suas fontes de suprimento e fortalecer suas próprias produções. “Mesmo antes do governo Trump, a Europa já havia acendido o alerta para os riscos da dependência externa de minerais estratégicos”, diz Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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A ascensão chinesa

A China reconheceu o valor estratégico das terras raras nos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dominavam o mercado. Desde então, começou a copiar o modelo americano e comprou empresas estrangeiras – inclusive a maior empresa americana de ímãs de terras raras, a Magnequench.

Isso permitiu que a China tivesse em mãos as patentes, equipamentos e expertise técnica.  Nos anos 1990, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), fez uma declaração que ficou famosa: “O Oriente Médio tem petróleo, a China tem terras raras.”

O investimento nesses minerais tornou-se uma estratégia de Estado. O país buscou consolidar a indústria, reduzindo-a para seis grandes empresas, em uma campanha chamada de “guerra secreta” contra a produção ilegal.

Também foram feitos investimentos em mapeamento geológico, a primeira etapa para o desenvolvimento da mineração, diz Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo e professor da Universidade Federal do Paraná.

“Há mais de 25 anos, a China investiu pesado em pesquisas nesses depósitos. Não porque tivesse reservas muito maiores, mas porque o governo chinês enxergou o potencial de longo prazo e manteve consistência”, diz.

Hoje, a China também tem consolidadas indústrias de carros elétricos, turbinas eólicas e robótica, que criam demanda interna significativa para terras raras e contribuem para gerar mais valor na cadeira.

Descaso ambiental

Esses avanços foram possíveis, em grande parte, porque a China operou sob quase nenhuma regra ambiental.

O processo de lixiviação (método químico usado para separar minerais), por exemplo, é feito em pilhas – o minério é empilhado e a solução química escoa dissolvendo os elementos; ou in situ, quando a reação é injetada diretamente no corpo mineral no próprio local.

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As soluções usam ácidos fortes, como sulfúrico, nítrico ou clorídrico, que podem se infiltrar no solo e contaminar água e ar. O processo também exige grandes volumes de água e gera resíduos sólidos que, se não forem tratados, se acumulam como passivo ambiental. Um dos casos mais emblemáticos é o lago de rejeitos tóxicos em Baotou, na Mongólia Interior.

A separação e o refino de terras raras usam mais energia que a mineração inicial. A estimativa é entre 9 e 13 vezes a mais para cada tonelada processada.

Agora, países como Japão, Austrália, Canadá e Arábia Saudita vêm estabelecendo limites em suas políticas de minerais críticos, para não depender só da China, segundo Nery, do Ibram. Nesse cenário, o Brasil teria uma “janela de oportunidade” comercial.

“Se criar as condições necessárias, [o Brasil] pode avançar na cadeia de valor e estimular a industrialização local”, diz.

O domínio chinês gera incertezas para investimentos em novas minas e refinarias em outros países. A imprevisibilidade do mercado e a manipulação de preços tornam esses projetos arriscados e afastam capital de companhias no ocidente.

As descobertas de minerais e os processos de extração são de alto risco e investimento. No caso do Brasil, apenas uma mina extrai e exporta – para a China – um produto mais “puro” de terras raras, sem a separação de cada elemento.

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