Um anel com um diamante rosa de 10.38 quilates — uma pedra raríssima que pertenceu à rainha Maria Antonieta –, criado pelo joalheiro Joel Arthur Rosenthal (JAR), foi vendido na última terça-feira por 13,98 milhões de dólares, o equivalente a 12,19 milhões de euros, tornando-se na joia assinada pelo designer mais cara de sempre. A peça fez parte do leilão da Christie’s Joias Magníficas, que foi promovido em Nova Iorque e arrecadou cerca de 76 milhões de euros, o maior valor já alcançado num leilão com proprietários variados nas Américas.

A peça estava inicialmente avaliada entre 5 e 7 milhões de dólares, mas recebeu um lance de 13,98 milhões, quase o dobro do que a casa de leilões esperava conseguir. Para Rahul Kadakia, chefe de joalheria na Christie’s International, o resulado deve-se “à tremenda demanda por joias com excecionais raridade, proveniência e perfeição“. Características presentes no anel, a começar pelo protagonista: o Marie Thérèse Pink.

O diamante raro com 10.38 quilates tem uma coloração rosa e lilás e pertenceu à última rainha da França. Depois da sua morte, as joias de Maria Antonieta foram entregues à filha, Marie-Thérèse de Angoulême. Sem descendentes, as peças da duquesa ficaram com a sobrinha, a duquesa Marie Thérèse de Chambord e, por fim, foram herdadas pela Rainha Maria Theresa da Bavaria, que morreu em 1919. A peça permaneceu na família até ser adquirida pela Sotheby’s, em Genebra, em 1996. “O diamante data de meados do século XVIII e provavelmente é oriundo de Golconda, uma das origens mais apreciadas do mundo e venerada pelas suas excecionais qualidades gemológicas”, diz o site da Christie’s.

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O Marie Thérèse Pink está no centro de uma flor de lis formada por outros 17 diamantes, no anel montado pelo joalheiro norte-americano com loja em Paris JAR, conhecido no mundo das joias pelo estilo que remonta os séculos XVIII e XIX. O designer, que já trabalhou para a Bulgari e é o primeiro artista de pedras preciosas vivo a ter uma exposição de retrospetiva no Metropolitan Museum of Arts, em Nova Iorque, produz apenas 100 peças por ano. “O diamante Marie-Thérèse também vem acompanhado de uma caixa de veludo que revela uma garra com uma desbotada Ordem Imperial Austríaca, provavelmente encomendada pela Duquesa Marie-Thérèse de Chambord em 1868”, conclui o comunicado da Christie’s, a explicar a raridade da joia.

Apesar de ser a peça de JAR mais cara já vendida, o anel com o diamante de Maria Antonieta está longe de ser a joia mais cara do mundo. Estima-se que a primeira posição seja do Diamante Hope, uma pedra azul escura de 45.52 quilates que inspirou o “coração do oceano” que aparece no filme Titanic, de 1999. O colar com o diamante, cravejado com outros 45 diamantes brancos, está desde 1958 no Smithsonian Institute, em Washington, e poderá custar cerca de 350 milhões de euros. Curiosamente, a pedra preciosa também fez parte da coleção de joias da realeza francesa e foi roubada em 1792, pouco tempo depois de Luís XIV e Maria Antonieta tentarem fugir da França.

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