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MINERAÇÃO EM ALERTA!

Cobrança da nova taxa da mineração começa no sábado; setor teme impacto na produção e prejuízos aos pequenos

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No próximo sábado, dia primeiro de abril, entra em vigor a Lei Nº 11.991, que  institui a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários – TFRM e o Cadastro Estadual de Controle e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários – CERM, e sua regulamentação foi alvo de críticas por parte de representantes do setor.

O decreto, trazendo a regulamentação da nova norma, foi publicado no Diário Oficial de Mato Grosso nesta segunda-feira (27) e determina, entre outras coisas, que a TFRM tem como principal objetivo a fiscalização, já que o valor arrecadado será revertido para o exercício regular do poder de polícia conferido ao Estado sobre a atividade de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento dos recursos minerários. Mas esse “objetivo” é questionado pelo setor, uma vez que 10% da arrecadação será revertido aos municípios, sendo beneficiado, inclusive, cidades não produtoras de minérios.

A análise do decreto regulatório da Lei Nº 11.991 causou preocupação ao Presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso (Fecomin), Gilson Camboim, que afirmou que a taxa perdeu seu caráter fiscalizatório, como ocorre em outros estados brasileiros, e passou a ser arrecadatória, a partir do momento que destina parte dos recursos aos municípios produtores de minério.

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Camboim se refere ao 15º artigo da Lei, que determina repasse de 10% do valor da taxa aos municípios mato-grossenses, sendo que 75% destes valores serão repassados aos produtores do recurso minerário e 25% igualitariamente às demais cidades não mineradoras.

“O decreto perde seu objeto quando destina aos municípios, uma vez que deixa de ter o intuito exclusivo de fiscalização. Mas que isso, reverte valores aos municípios, mas não determina a sua aplicação. O que deixa os administradores livres para pagamento da folha, por exemplo, quando entendemos que deveria ser revertido em saúde, educação e infraestrutura, por exemplo, e minimizar os impactos sociais da atividade”, cobrou.

“Nossa maior preocupação é com a oneração do pequeno, que sempre faz seu recolhimento e que, certamente, será o mais impactado por esta cobrança”, completou o presidente da Fecomin.

Um dos principais intermediadores para redução dos valores de taxação propostos pelo governo de Mato Grosso, o instituto Somos do Minério, avalia que a nova norma estabeleceu um percentual muito alto aos mineradores e impõe muito sacrifício e restrição à categoria.

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“A taxa atinge pequenos e médios mineradores, como no caso Nexa lá em Aripuanã que terminou agora de implementar a sua planta e já vem sendo sacrificada a pagar taxas percentuais elevadíssimos.  Esses valores também tendem  a inviabilizar a vinda de outras empresas mineradoras ao estado de Mato Grosso”, pontuou Calvancanti.

Outro controversa levantada pelo Somos do Minério diz respeito a contradição entre a criação da taxa em Mato Grosso, que gera ônus substancial as empresas mineradoras sem nenhuma garantia de contrapartida, e  o Plano Nacional de Mineração, que  coloca como meta o incentivo à pequena e média mineração nos estados da Amazônia Legal.

O objetivo do Plano Nacional, segundo Roberto Cavalcanti, é gerar emprego, para que haja formação de capital social nas comunidades, nas nos municípios que são longínquos da capital, onde se processa o minério retirado dessas comunidades.

“A mineração é a atividade extrativista. Então, isso é a grande preocupação do Instituto Somos do Minério em relação a esse decreto”, concluiu.

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Notícias

Expominério 2025 reúne 17 painéis em três dias de debates técnicos

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A edição 2025 da Expominério terá uma das programações mais completas do setor mineral no país, reunindo ao longo de três dias, entre 26 e 28 de novembro, um total de 17 painéis distribuídos entre os auditórios Minerais e Flores, do Cento de Eventos do Pantanal.

Os debates abordam desde tendências geopolíticas e minerais críticos até desafios ambientais, novas tecnologias, relações comunitárias, políticas públicas e o futuro da mineração sustentável em Mato Grosso e no Brasil. Para um dos organizadores do congresso, Humberto Paiva, a edição deste ano consolida um novo patamar de articulação técnica e institucional.

“Reunir 17 painéis em três dias reforça o propósito da Expominério de ser um espaço real de construção de conhecimento e de diálogo qualificado. A cadeia mineral vive um momento de transformação profunda, em que tecnologia, sustentabilidade, segurança jurídica e participação social caminham juntos. Nossa intenção, ao trazer especialistas de diferentes áreas, é criar um ambiente que permita entender os desafios, apresentar soluções e aproximar cada vez mais o setor das demandas da sociedade”, afirma.

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O evento começa na quarta-feira (26.11), às 8 horas, no Auditório Minerais, com a abertura oficial do ciclo de palestras do IEL e segue para discussões sobre minerais críticos e estratégicos na transição energética, governança e regulação do setor, mineração de gemas, diversidade e inclusão nas operações e os desafios tributários da atividade. Especialistas de diferentes áreas farão análises sobre o momento atual da mineração e os cenários projetados para os próximos anos.

Na quinta-feira (27.11), às 08h30, os painéis tratam dos desafios da mineração diante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, das relações entre mineração e comunidades, dos conflitos socioambientais e dos avanços tecnológicos aplicados à cadeia produtiva, incluindo energia solar e inovação para eficiência das operações. A programação segue até o início da noite, quando será realizada a palestra magna com o professor titular da USP, Fernando Landgraf.

Ao mesmo tempo, o Auditório Flores recebe o encontro temático “Mercúrio: Olhando Juntos para o Futuro”, organizado pelo Instituto Escolhas. O dia será dedicado à discussão regulatória, análises sobre o futuro da mineração artesanal, apresentação de casos reais de transição para métodos livres de mercúrio e debates sobre alternativas tecnológicas. Representantes de entidades, pesquisadores, lideranças do setor e especialistas internacionais participam das mesas, reforçando o caráter multidisciplinar do encontro.

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No último dia da Expominério (28.11), o congresso encerra com discussões sobre investimentos e dinâmicas do mercado de ouro, políticas de desenvolvimento mineral para Mato Grosso, avanço dos mapeamentos geológicos e a importância dos agregados da construção civil para a infraestrutura estadual.

Os últimos debates tratam da produção de minerais críticos a partir de rejeito e da empregabilidade e desenvolvimento socioeconômico na mineração, antes do encerramento oficial da Expominério 2025, previsto para as 22h.

A Expominério 2025 será realizada de 26 a 28 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá.

Patrocinador Oficial: Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Também apoiam o evento a Fecomin e a Fomentas Mining Company (patrocinadores Ródio), Nexa Resources, Keystone e Brazdrill (Diamante), Aura Apoena, Salinas Gold Mineração e Rio Cabaçal Mineração (Ouro), além da GoldPlat Brasil e Ero Brasil (Prata).

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