CUIABÁ
Search
Close this search box.

GARIMPO EM PAUTA

1º EGASUS reúne mais de 300 pessoas no primeiro dia

Encontro teve programação formada apenas por mulheres, especialistas em meio ambiente e mineração, e garimpeiras, e segue com extensa programação nessa quinta-feira (23)

Publicado em

A secretária de Estado de Meio Ambiente Mauren Lazzaretti abriu o 1º Encontro Garimpo Sustentável de Mato Grosso (EGASUS). A palestra sob o tema “Arcabouço Legal utilizado pela SEMA/MT no Processo de Licenciamento de Atividades Garimpeiras (PLG)” reuniu mais de 300 pessoas, no Hotel Fazenda Mato Grosso. O evento exclusivo para inscritos segue na quinta e sexta-feira (23 e 24).

A secretária lembrou que a atividade minerária de modo geral já tem uma série de dificuldades de compreensão, e o objetivo da participação no evento era levar esses esclarecimentos. “Existem muitas dúvidas de como proceder, quais são as restrições, qual o procedimento adotado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente para licenciar a atividade minerária, e quero explicar numa linguagem acessível todo o complexo Arcabouço Legal e jurídico aplicável ao licenciamento ambiental tanto Federal quanto estadual”, afirmou Mauren Lazzaretti.

O primeiro dia desse encontro que é pioneiro foi dedicado às vozes femininas. A presidente da Comissão de Direito Minerário e de Base Mineral da OAB-MT, Naiara Boscoli Venancio Moraes, foi a moderadora da palestra de Mauren Lazzaretti. E em seguida, a Geóloga e servidora da METAMAT, Ethiane Agnoletto, a Chefe de mineração de Nova Bandeirantes (MT) e Presidente da Cooperativa do Vale do Juruena (Coogaveja), Marion Schimaida Moraes, se reuniram em mesa de debate com duas mulheres advindas do garimpo.

Moema Bessa Lucas ainda reside em Guiratinga, onde garimpou diamante junto ao marido desde os 17 anos, e Raquel Mendes, atualmente Chefe do Departamento de Contratos e Aquisições da Metamat, imigrou ainda criança com os pais para o garimpo, no município de Apiacás. Moema relembrou as mulheres que trabalharam na região conhecida como Bandeira, “dona Bainha, Dona Bolé, Dona Morena, todas morrera com mais de 90 anos e deixaram uma tradição”.

Leia Também:  Assembleia Legislativa instala CST da Mineração

Dona Moema reforçou a necessidade do evento e de uma nova formatação para um trabalho sustentável social, econômica e ambientalmente. “O pessoal do projeto Garimpo Sustentável que está aqui conheceu a nossa realidade, eles foram nas corrutelas e as vilas, que existem ainda, e o Estado de Mato Grosso pode não saber que existem, mas existem. É difícil pro garimpeiro conversar com um geólogo, o garimpeiro sabe quebrar pedra. Acredito que o garimpo sustentável faz os municípios sobreviver e viver. Condenam o garimpeiro, mas na nossa região o garimpo é diamante, nós nunca colocamos uma grama de mercúrio na nossa região. Nós de gente que olhe para gente, precisamos de alguém nos ajudar pra tornar essa realidade sustentável.

Garimpo Sustentável

O evento reúne garimpeiros tradicionais, autoridades da mineração, meio ambiente, desenvolvimento, em âmbito estadual e nacional, e organizações do terceiro setor, acadêmicos e docentes de geologia e engenharia da mineração da UFMT, e políticos em cargos eletivos, que querem colaborar na discussão de soluções para o garimpo artesanal de Mato Grosso.

O 1º EGASUS traz o mesmo nome do Projeto Garimpo Sustentável realizado pela Companhia Mato-grossense de Mineração (METAMAT), por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), e Governo do Estado de Mato Grosso, e Central das Pequenas Organizações do Estado de Mato Grosso (Cordemato), e para além das palestras e debates, irá apresentar os relatórios e documentário produzido durante o trabalho de pesquisa de campo.

Veja abaixo a programação completa:

08:00 às 08:30 – Credenciamento
08:30 – PALESTRA: Cooperativismo e associativismo: princípios legais e regramentos
PALESTRANTE: Gilson Camboim – Presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso – Fecomin
MODERADOR: Frederico Azevedo – Superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso – OCB/MT
MODERADOR: Marco Antônio Reis – Cooperativa dos Garimpeiros de Peixoto – Coogavepe
MODERADOR: Arthur Henrique de Melo, Presidente da Cooperativa de Extração Mineral de Nossa Senha do Livramento (COOPERLIVRA)

Leia Também:  Estudo mostra transformações na exploração de ouro na região do Tapajós

10:00 – PALESTRA: Reservas Garimpeiras e Regiões Garimpeiras Tradicionais
PALESTRANTE: Caiubi Emanuel Souza Kuhn – Mestre em Geociências, Coordenador do Curso de Engenharia de Minas da UFMT e Presidente da Federação Brasileira de Geólogos – Febrageo
MODERADOR: Vinicius Pinho – Diretor de ESG, Riscos e Compliance do Grupo FNX

14:00 – PALESTRA: O Papel da ANM no Processo de Ordenamento e Regularização do Subsolo de Região Garimpeiras Tradicionais
PALESTRANTE: Caio Mário Trivellato Seabra Filho – Superintendente de Ordenamento Mineral e Disponibilidade de Áreas da Agência Nacional de Mineração – ANM
MODERADOR: Deputado Wescley Tomaz PA

15:30 – Coffee break

16:00 – PALESTRA: PROJETO GARIMPO SUSTENTÁVEL
PALESTRANTE: Dr. Antonio João Paes De Barros – Doutor em Geociências e Geólogo da Companhia Mato-grossense de Mineração – METAMAT
MODERADOR: Francisco Alves – Editor Executivo da Revista Brasil Mineral
MODERADOR: Paulo César Corrêa da Costa – Pós -Doutor em Geociências e Diretor da Faculdade de Geociências

19:00 – LANÇAMENTO DO DOCUMENTÁRIO GARIMPO SUSTENTÁVEL

19:40 – SOLENIDADE DE FORMAÇÃO DO DISPOSITIVO DE AUTORIDADES

20:30 – PALESTRA: Inclusão Social, Sustentabilidade e ESG: reflexões sobre um futuro que já chegou – Leandro Karnal

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Notícias

Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

Published

on

RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

Leia Também:  Combate à extração ilegal de ouro enfrenta gargalos, regras antigas e falta de estrutura

“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

Leia Também:  A maior mineradora do Brasil produz 327 milhões de toneladas de minério e tem uma receita anual de US$ 38 bilhões

O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA