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ESG é fundamental na mineração e valoriza economia circular

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No painel “Mineração e ESG”, realizado neste sábado (09.11) na 2ª Expominerio, especialistas em sustentabilidade e governança corporativa discutiram a importância crescente do ESG (Environmental, Social, and Governance) para o setor mineral. A advogada Svetlana Miranda, da Azevedo Sette, Thalita Galvão, especialista em ESG, é a engenheira de minas, Lorrana Ferreira, da Fomentas, compartilharam insights sobre como esses critérios influenciam diretamente a avaliação das empresas, seu relacionamento com o mercado e a sua sustentabilidade a longo prazo.

Svetlana Miranda destacou que o ESG representa um conjunto de critérios que avaliam o desempenho das empresas em três áreas: ambiental, social e governança. Segundo ela, a adoção dessas práticas tornou-se um requisito para prosperidade das empresas, pois melhora a avaliação do negócio no mercado e atrai investidores.

“Grandes instituições financeiras verificam se as empresas que buscam financiamento cumprem os critérios ESG, pois isso reduz riscos de imagem e financeiros,” comentou.

Ela ressaltou que práticas ESG bem implementadas trazem benefícios tangíveis para as companhias, como melhor retorno acionário, redução nos custos de financiamento, maior produtividade e melhor reputação. Segundo Svetlana, a adoção de uma economia circular é uma das estratégias que vêm ganhando espaço. Empresas estão investindo em inovação para reaproveitar resíduos e transformar custos em receita.

“Ao transformar resíduos em subprodutos comercializáveis, essas empresas não só reduzem despesas, como geram novas receitas”, explicou.

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Thalita Galvão, por sua vez, frisou a necessidade de olhar a sustentabilidade como algo mais profundo e duradouro, que transcende as práticas empresariais isoladas. Ela abordou como, historicamente, a preocupação com o meio ambiente evoluiu de compensação de danos para uma responsabilidade integrada, na qual empresas precisam considerar seu impacto não apenas no ambiente, mas também na sociedade. Segundo ela, sustentabilidade deve ser “a veia da empresa”, integrando-se a todos os processos e decisões estratégicas.

“A sustentabilidade corporativa é sobre resultados, mas com uma visão holística, onde todos os riscos e obrigações são mapeados”, disse Thalita. Ela ressaltou a importância do relacionamento entre as empresas e suas comunidades, governo e stakeholders. “As companhias precisam atuar de forma interdependente, buscando um equilíbrio entre lucro e responsabilidade”, acrescentou.

Thalita também mencionou que a emergência climática demanda que as empresas atuem de forma ativa e colaborativa.

“Hoje, empresas do setor mineral não podem ignorar o impacto ambiental, pois secas extremas, inundações e outros eventos climáticos extremos já afetam as operações”, explicou. A governança também foi um ponto destacado por Thalita, que defendeu práticas éticas e transparentes como base para uma operação sustentável e rentável.

O painel também contou com a presença da engenheira de minas, Lorrana Ferreira. Ela trouxe um exemplo de uma ação ESG da Fomentas Mining Company com conceito de economia circular: uma casa construída a partir do rejeito de mineração de ouro.

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O protótipo de uma casa de 10,3 m2 executada em sete dias aponta que a tecnologia pioneira é uma alternativa para a gestão de resíduo sólido de resíduos da mineração. Ela é uma proposta de construção sustentável.

Sobre a Expominério 2024

A Expominério 2024 conta com o patrocínio oficial do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat). Também tem patrocínio da Alpha Minerals e da Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin), Azevedo Sette Advogados, Nexa, Keystone, Aura Apoena, Rio Cabaçal Mineração, Ero Brasil Xavantina e Fomentas Mining Company.

O evento conta com apoio institucional da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Grupo de Trabalho da Mineração da ALMT, Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM), Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Núcleo de Mineração da USP (Nap.Mineração), Câmara de Comércio Brasil-Canadá, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Abrasel.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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