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Empresas de mineração sinalizam que querem investir no Brasil

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O setor de mineração está disposto a investir no Brasil, mas o poder público precisa resolver os gargalos para os investidores não migrarem do País. A constatação foi feita após a pesquisa de Sondagem do Setor Mineral da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), que mostra que 77% dos empresários pretendem investir para aumentar a capacidade produtiva nos próximos 12 meses.

Porém, a mesma pesquisa constata que 45,8% dos entrevistados possuem uma percepção definida como regular do desempenho da economia do País. Uma parcela menor (37,6%) indica uma percepção negativa (ruim ou péssima). E o restante como boa ou excelente (16,6%).

“Realmente constatamos um descasamento da percepção do empresário quanto ao desempenho da economia, que é mais pessimista, e às expectativas de investimentos, que são otimistas. Percebo que é uma característica do setor mineral no Brasil ser resiliente. A gente passa por crises, observa o problema e continua trabalhando porque é um setor que exporta e olha muito o mercado externo”, avaliou o gerente-executivo da ABPM, Daniel Vieira.

Avaliando este cenário, o executivo percebe que as expectativas são positivas para toda a cadeia da mineração. “Mesmo com todos os problemas que a gente tem, com todos os desafios que o setor impõe aos empresários, eles estão dispostos a investir, correr riscos e a ampliar a capacidade produtiva”, diz. Entretanto, ressalta que “existem gargalos que precisam ser observados e tratados pelo governo como consta a pesquisa”.

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De acordo com o estudo, os três principais problemas apontados pelos empresários se relacionam com a atuação governamental: a insegurança jurídica (56,3%), o excesso da burocracia (45,8%) e a dificuldade do licenciamento ambiental (44,8%). “A partir do momento que uma empresa trabalha dentro da legalidade, cumprindo prazos, mas tem o Ministério Público vindo em cima, isso causa insegurança jurídica para o investimento, assim como a ameaça de aumento de impostos”, exemplifica.

O gerente-executivo ressalta ainda que enquanto a média internacional para a construção de uma mina é de 15 anos, a média do Brasil é mais de 20. “Mas não porque não temos capacidade técnica, pelo contrário, nossos geólogos e engenheiros são os top class do mundo, a questão toda é a burocracia governamental e processos muito morosos de autorização e licenciamento que acaba sendo um desafio para o setor”, enfatizou.

Mesmo ressaltando os desafios, Daniel Vieira pondera que o Brasil possui muitos pontos interessantes de investimento e mineração. “Primeiro é a diversidade geológica, a gente encontra no Brasil toda a tabela periódica. Depois, a nossa matriz energética ser limpa, um aspecto absolutamente positivo e que atrai o investidor internacional. O terceiro ponto, é até ter um pouco contraditório, é a gente ter um código de mineração, com normas e regras que garantem uma estabilidade e respeito ao investimento privado. Você não tem, no Brasil, tendências de estatização dos minerais como fizeram Chile, Peru e Bolívia, aqui”, analisa.

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Neste cenário, Vieira concluiu que o investidor quer colocar dinheiro no Brasil, mas alerta: “Se a gente não atuar nesses gargalos a gente pode perder a janela de oportunidades que é a transição energética. Ela é um cavalo selado que passa à nossa porta. Se a gente não considerar o setor mineral como estratégico que pode gerar emprego e renda, essa oportunidade vai ser aproveitada por outros mercados”, diz.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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