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Ouro dispara e supera novo recorde; veja o que está por trás da valorização

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Os preços do ouro atingiram um marco histórico nesta segunda-feira (4), impulsionados pelas crescentes expectativas entre os investidores de cortes nas taxas de juro, dólar mais fraco e tensões geopolíticas.

O metal chegou a ser cotado a US$ 2.135 (cerca de R$ 10.675) por onça (aproximadamente 30 gramas), o maior valor desde o recorde de US$ 2.072 (R$ 10.360), alcançado em agosto de 2020.

O preço perdeu fôlego ao longo do dia e fechou com queda acima de 2%, próximo de US$ 2.027 (cerca de R$ 10.135), segundo dados da Refinity.

Nas últimas semanas, os investidores têm ficado cada vez mais confiantes de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) conseguiu controlar a inflação mediante aumentos agressivos das taxas de juro e pode começar a reduzir os custos dos empréstimos já em março do próximo ano.

Taxas de juros mais altas aumentam os rendimentos de ativos como os títulos do Tesouro dos EUA, atraindo investidores.

Porém, quando as taxas de juros são baixas, estão caindo ou — como neste caso — se espera que caiam, a demanda por títulos do Tesouro diminui e o ouro, que não paga juros, torna-se relativamente mais atraente.

O rendimento do título de referência de 10 anos do Tesouro dos EUA caiu de uma alta de 5% em 16 anos, atingida em meados de outubro, para 4,3% nesta segunda-feira.

“As expectativas do fim do ciclo de aperto foram precificadas, empurrando os rendimentos de longo prazo para baixo”, escreveu Daria Efanova, chefe de pesquisa da plataforma de negociação Sucden Financial, em nota.

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“Isso criou um ambiente mais favorável para o ouro como um ativo sem rendimento”.

John Reade, estrategista de mercado do World Gold Council, uma associação de produtores de ouro, disse à CNN que, com os investidores prevendo vários cortes nas taxas de juros ao longo do próximo ano, os preços do ouro poderiam “muito possivelmente” disparar acima do recorde de alta registrado nesta segunda-feira.

Essas previsões de taxas também pesaram sobre o dólar americano, tornando o ouro mais atraente. Taxas de juros mais altas tendem a aumentar o valor de uma moeda, atraindo mais capital do exterior para o país, e o inverso ocorre quando as taxas caem.

O dólar caiu 3% no mês passado em relação a uma série de seis moedas das principais economias do globo. Como o ouro é cotado em dólares americanos, a queda no valor da divisa tornou a compra do metal menos cara para os investidores de fora dos Estados Unidos, o que deveria ter impulsionado a demanda e, por sua vez, elevado os preços.

Risco geopolítico

Em um período mais longo, o ouro se beneficiou de outro fator: uma profunda sensação de inquietação global. O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que este pode ser o momento mais perigoso que o mundo já viu em décadas.

Em geral, os investidores veem o metal como um porto seguro, pois é um ativo tangível e escasso que, em teoria, mantém seu valor. Os preços do ouro subiram 10% até agora neste ano.

“O ambiente de risco geopolítico parece ter mudado”, disse Reade. “Não apenas (por causa da) invasão da Ucrânia pela Rússia, não apenas pelas coisas terríveis que estão acontecendo em Israel e Gaza, mas pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, preocupações sobre o que acontecerá no Mar do Sul da China, preocupações sobre o que a China fará em Taiwan.”

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Um mundo mais fragmentado e febril tem incentivado os bancos centrais dos mercados emergentes a estocar o metal precioso, observou Reade. Além disso, os formuladores de políticas desses países, assustados com o congelamento das reservas cambiais do banco central russo no Ocidente, acumularam ouro como uma reserva alternativa de valor que eles consideram mais segura, acrescentou.

Conforme o Conselho Mundial do Ouro, os bancos centrais dos mercados emergentes compraram em média 473 toneladas métricas (521 toneladas) de ouro por ano, entre 2010 e 2021. No entanto, no ano passado, eles compraram 1.100 toneladas métricas do metal e, nos três primeiros trimestres deste ano, 800. Esse ritmo alucinante de compras “pode continuar por anos, se não décadas”, disse Reade.

Quase um quarto de todos os bancos centrais disse, em uma pesquisa publicada em maio, que planejava aumentar suas reservas de ouro nos próximos 12 meses.

“As preocupações com o cenário econômico global instável e o conflito entre Israel e Hamas alimentaram a demanda dos investidores por ativos portos-seguros, como o ouro”, disse Victoria Scholar, chefe de investimentos da Interactive Investor, em uma nota.

“Além disso, as expectativas de cortes nas taxas do Fed no próximo ano pressionaram o dólar americano para baixo (…) aumentando a atratividade do ouro.”

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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