CUIABÁ
Search
Close this search box.

ALTERNATIVA AO DÓLAR AMERICANO

Irã reforça compras de ouro como reserva nacional

Publicado em

Após décadas de pressão de sanções internacionais, o Irã está intensificando sua busca por alternativas ao dólar norte-americano, adotando medidas significativas rumo a uma ordem financeira global alternativa. Recentemente, o país ingressou na Organização para Cooperação de Xangai e no grupo BRICS.

Nos últimos dois meses, o Irã tem aumentado discretamente suas importações de ouro, adicionando mais de 4,1 toneladas de barras de ouro padrão às reservas nacionais durante os primeiros cinco meses do ano civil iraniano, de acordo com dados da Administração Aduaneira da República Islâmica do Irã, divulgados pela mídia local.

O valor dessas importações de ouro ultrapassa os US$ 265 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão) e representa mais de 1% de todas as importações iranianas durante esse período.

Tanto o governo quanto os cidadãos do Irã estão mostrando um interesse crescente pelo ouro. Em maio, a demanda por moedas e barras de ouro entre os iranianos aumentou significativamente, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro. O investimento em ouro atingiu 13 toneladas nos primeiros meses de 2023, um aumento de 26% em relação à média trimestral dos últimos cinco anos, à medida que os cidadãos buscam proteger seu patrimônio em meio à inflação e às pressões das sanções.

Leia Também:  Braga admite tirar da Reforma imposto sobre agro, mineração e petróleo

O chefe da Organização de Promoção Comercial Iraniana, Mehdi Zeighami, indicou que o aumento nas importações de ouro está relacionado com a flexibilização das regulamentações estatais no final do ano passado, permitindo que empresas que exportam produtos importem ouro para cumprir suas obrigações com o Banco Central do Irã em moedas estrangeiras.

Essas medidas são vistas como uma forma de contornar o uso do dólar e o acesso a instituições financeiras ocidentais, que estão sujeitas a sanções e restrições secundárias impostas pelos EUA e pela Europa. O Irã também tem trabalhado para acumular reservas de ouro e expandir a mineração doméstica, com descobertas significativas de reservas de ouro não exploradas recentemente.

O ouro tem se mostrado uma reserva de valor atrativa em meio à crescente inflação e incerteza em relação ao dólar e outras moedas fiduciárias. A especulação sobre o possível uso de uma moeda estável lastreada em ouro pelo grupo BRICS tem aumentado o interesse pelo metal precioso.

No início deste ano, autoridades russas e iranianas revelaram que estavam considerando o uso de um token de troca apoiado pelo ouro, conhecido como “token do Golfo Pérsico”. Especialistas financeiros acreditam que essa iniciativa poderia representar uma mudança significativa nas finanças internacionais, oferecendo uma alternativa atraente que não poderia ser usada como arma econômica pelos países emissores.

Leia Também:  Decisão que torna imprescritível o crime de mineração irregular favorece empresas sérias

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Notícias

Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

Published

on

RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

Leia Também:  Seminário debate desafios e oportunidades da mineração de gemas

“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

Leia Também:  Governador sanciona lei que permite a realocação de áreas para mineração

O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA