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Saiba como o Brasil está explorando o lítio, usado nas baterias de celulares, laptops e veículos elétricos

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Desde a última quinta-feira 0 Jornal Nacional deu início a uma série de reportagem que mostram a importância estratégica de um metal fundamental para a indústria em todo o planeta. A matéria-prima das baterias dos celulares, dos laptops, dos veículos elétricos. Tudo isso precisa de lítio para funcionar, e o Brasil tem 8% das reservas mundiais.

O futuro movido a carros elétricos parece estar a quilômetros de distância do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Mas o lugar é hoje estratégico para a transição energética. Mais um paradoxo nessa terra de contradições, onde baixos indicadores sociais convivem com tesouros escondidos. A comerciante Cleusa Neves Lima, de 66 anos, guarda recordações do garimpo do ouro. Eram do pai dela.

As pedras nas paredes de algumas casas são lembrança de um tempo de prosperidade. A mineração sempre foi protagonista na história dessa região. Desde o século XVIII, se sabia que havia ouro, depois diamante e uma grande variedade de pedras de maior e ou de menor valor. Hoje em dia, já não é mais assim. Mas ainda existe um interesse muito grande pelo que está debaixo do chão.

Lítio: o mais leve dos metais, matéria-prima das baterias que são o coração dos carros elétricos. E, por lá, lítio tem aos montes. O subsolo do Vale do Jequitinhonha guarda 85% das reservas brasileiras.

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A equipe do Jornal Nacional foi até as profundezas da mina que está há mais tempo em operação na região – 32 anos. Um labirinto de vias e túneis subterrâneos para carros e máquinas, com ventilação e controle de temperatura e de atividade sísmica. Percorremos cerca de 2 km e descemos a mais de 200 m da superfície, onde outras galerias estão sendo abertas.

O interior da mina é como se fosse um prédio de ponta cabeça. Cada nível seria, então, um andar. O veio do minério está na parte mais clara, que é justamente o que interessa para mineração. Percebe-se que vem lá de cima e desce em direção ao subsolo. Isso quer dizer que no próximo nível, que seria o andar de baixo, também vai ter um ponto de exploração.

Um paredão gigante de rocha branca: é nessa rocha que ficam os cristais de um mineral chamado espodumênio – de onde é extraído o lítio. Alguns são bem grandes, bem fáceis de se ver.

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Do lado de fora da mina, essa rocha, que tem vários minerais, é triturada. O espodumênio é separado, carregando o lítio, que não existe sozinho na natureza. É esse concentrado que os fabricantes compram para usar baterias. A mineradora tem capacidade para produzir 45 mil toneladas desse material por ano, e tem planos de até triplicar esse número em quatro anos.

A corrida pelo lítio trouxe vizinhos para a mineradora brasileira. Em 2023, uma multinacional canadense também começou a explorar o lítio no Vale do Jequitinhonha. A capacidade inicial de produção é de 270 mil toneladas de concentrado de espodumênio por ano para exportação. A companhia opera uma mina a céu aberto.

A mais de 1 mil km de distância, em São Paulouma fabricante de ônibus elétricos tem capacidade para produzir 1,8 mil veículos por ano. As baterias são enormes. Não são feitas só de lítio, mas, mesmo assim, cada uma leva 150 kg do metal, de acordo com a empresa. E um ônibus como esse, precisa de seis baterias. Nesse caso, quanto mais lítio, melhor.

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Expominério 2025 reúne 17 painéis em três dias de debates técnicos

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A edição 2025 da Expominério terá uma das programações mais completas do setor mineral no país, reunindo ao longo de três dias, entre 26 e 28 de novembro, um total de 17 painéis distribuídos entre os auditórios Minerais e Flores, do Cento de Eventos do Pantanal.

Os debates abordam desde tendências geopolíticas e minerais críticos até desafios ambientais, novas tecnologias, relações comunitárias, políticas públicas e o futuro da mineração sustentável em Mato Grosso e no Brasil. Para um dos organizadores do congresso, Humberto Paiva, a edição deste ano consolida um novo patamar de articulação técnica e institucional.

“Reunir 17 painéis em três dias reforça o propósito da Expominério de ser um espaço real de construção de conhecimento e de diálogo qualificado. A cadeia mineral vive um momento de transformação profunda, em que tecnologia, sustentabilidade, segurança jurídica e participação social caminham juntos. Nossa intenção, ao trazer especialistas de diferentes áreas, é criar um ambiente que permita entender os desafios, apresentar soluções e aproximar cada vez mais o setor das demandas da sociedade”, afirma.

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O evento começa na quarta-feira (26.11), às 8 horas, no Auditório Minerais, com a abertura oficial do ciclo de palestras do IEL e segue para discussões sobre minerais críticos e estratégicos na transição energética, governança e regulação do setor, mineração de gemas, diversidade e inclusão nas operações e os desafios tributários da atividade. Especialistas de diferentes áreas farão análises sobre o momento atual da mineração e os cenários projetados para os próximos anos.

Na quinta-feira (27.11), às 08h30, os painéis tratam dos desafios da mineração diante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, das relações entre mineração e comunidades, dos conflitos socioambientais e dos avanços tecnológicos aplicados à cadeia produtiva, incluindo energia solar e inovação para eficiência das operações. A programação segue até o início da noite, quando será realizada a palestra magna com o professor titular da USP, Fernando Landgraf.

Ao mesmo tempo, o Auditório Flores recebe o encontro temático “Mercúrio: Olhando Juntos para o Futuro”, organizado pelo Instituto Escolhas. O dia será dedicado à discussão regulatória, análises sobre o futuro da mineração artesanal, apresentação de casos reais de transição para métodos livres de mercúrio e debates sobre alternativas tecnológicas. Representantes de entidades, pesquisadores, lideranças do setor e especialistas internacionais participam das mesas, reforçando o caráter multidisciplinar do encontro.

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No último dia da Expominério (28.11), o congresso encerra com discussões sobre investimentos e dinâmicas do mercado de ouro, políticas de desenvolvimento mineral para Mato Grosso, avanço dos mapeamentos geológicos e a importância dos agregados da construção civil para a infraestrutura estadual.

Os últimos debates tratam da produção de minerais críticos a partir de rejeito e da empregabilidade e desenvolvimento socioeconômico na mineração, antes do encerramento oficial da Expominério 2025, previsto para as 22h.

A Expominério 2025 será realizada de 26 a 28 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá.

Patrocinador Oficial: Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Também apoiam o evento a Fecomin e a Fomentas Mining Company (patrocinadores Ródio), Nexa Resources, Keystone e Brazdrill (Diamante), Aura Apoena, Salinas Gold Mineração e Rio Cabaçal Mineração (Ouro), além da GoldPlat Brasil e Ero Brasil (Prata).

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