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PRESIDENTE DO IBRAM

Raul Jungmann ressalta a importância econômica da mineração e defende a sustentabilidade

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Ocupando apenas 1% do território brasileiro e gerando lucros consideráveis, foram  R$ 339 bilhões em 2021, ano em que  o Governo Federal  recolheu 117 bilhões em  impostos, e R$ 10 bilhões em  royalties, o setor mineral ainda necessita de um correspondente de desenvolvimento institucional  e financeiro compatível com sua extensão. Essa avaliação  foi feita pelo diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, durante a EXPOSIBRAM 2022.

“O nosso setor tem muito o que caminhar, tem muito o que se desenvolver nesta direção de ter as ferramentas que outros setores já conquistaram. Nós temos que conquistar isso, é fundamental” disse Jungmann, se referindo a instituições como o BNDES, voltada a investimentos na indústria, e ao Banco do Brasil, principal ‘patrocinador’ do agronegócio brasileiro. O ex-ministro  também citou a Embrapa, que classificou como ‘joia tecnológica’, como uma das grandes responsáveis pela expansão do agro.

Presidente do IBRAM destacou ainda que o setor mineral tem sólidos compromissos com a promoção da qualidade de vida da sociedade, e ressaltou a necessidade de as empresas cumprirem  à risca as boas práticas em ESG.

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O IBRAM e as mineradoras associadas, lembrou Raul Jungmann, estruturam e já assinalam avanços na chamada Agenda ESG de Mineração do Brasil, formada por um conjunto robusto de compromissos, metas, indicadores e ações setoriais para tornar esta indústria mais segura, sustentável e responsável com as pessoas e o meio ambiente. As metas estabelecidas foram anunciadas em outubro de 2021, quando foi lançada a Agenda ESG.

SUSTENTABILIDADE

Raul Jungmann defendeu ainda, que a sustentabilidade, é condição básica para que a mineração possa ter maior investimento e maior participação na economia nacional, e afirmou que é obrigação das instituições mostrarem  à todo Brasil e a toda opinião pública que esse setor tem compromissos efetivos com a sustentabilidade.

Na avaliação do presidente, tornar a atividade mais transparente, não impacta apenas no  desenvolvimento pessoal e na captação de investimentos das empresas que adotarem as regras,  mas está relacionado  com o futuro da própria mineração.

Ele afirmou, de forma enfática,   que não há lugar nesse futuro se o setor não caminhar rumo a sustentabilidade.

“Este setor hoje é líder entre todos os setores do Brasil em apresentar como é que ele  está trabalhando a questão ambiental, a questão social e a questão de  boas práticas de governança. Demonstrando como é que nós vamos fazer o uso da água, da energia, como é que nós estamos trabalhando em termos de transparência, como é que  nós estamos  trabalhando  em termos de diversidade. Este setor tem a pretensão de liderar a sustentabilidade em termos dos demais setores do  Brasil”, vislumbrou.

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Como a China dominou minerais críticos da transição

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Tecnologias modernas têm como peças-chave 17 elementos da tabela periódica: as terras raras, essenciais para inteligência artificial, chips, bombas e produção de energia limpa. A China domina a produção, define preços e transforma esses metais em moeda geopolítica.

A mineração é apenas o primeiro passo. O maior desafio está no processamento, separação e refino dos elementos, que são caros e complexos.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que a China seja responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. É justamente isso que confere ao país uma posição de força no tabuleiro da geopolítica.

As terras raras também são importantes para sistemas de defesa avançados, como fabricação de jatos militares, mísseis e sistemas de radar.

Isso garante à China um poder de barganha. Em resposta às tarifas impostas por Donald Trump, por exemplo, a China restringiu exportações de certos elementos, o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos e a de defesa.

Não foi a primeira vez que terras raras entraram no centro de disputa dos EUA. Em 2022, Trump chegou a negociar com a Ucrânia a extração desses minerais em meio às conversas sobre um possível acordo de paz com a Rússia, ainda nos primeiros meses da guerra.

Hoje, países correm para diversificar suas fontes de suprimento e fortalecer suas próprias produções. “Mesmo antes do governo Trump, a Europa já havia acendido o alerta para os riscos da dependência externa de minerais estratégicos”, diz Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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A ascensão chinesa

A China reconheceu o valor estratégico das terras raras nos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dominavam o mercado. Desde então, começou a copiar o modelo americano e comprou empresas estrangeiras – inclusive a maior empresa americana de ímãs de terras raras, a Magnequench.

Isso permitiu que a China tivesse em mãos as patentes, equipamentos e expertise técnica.  Nos anos 1990, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), fez uma declaração que ficou famosa: “O Oriente Médio tem petróleo, a China tem terras raras.”

O investimento nesses minerais tornou-se uma estratégia de Estado. O país buscou consolidar a indústria, reduzindo-a para seis grandes empresas, em uma campanha chamada de “guerra secreta” contra a produção ilegal.

Também foram feitos investimentos em mapeamento geológico, a primeira etapa para o desenvolvimento da mineração, diz Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo e professor da Universidade Federal do Paraná.

“Há mais de 25 anos, a China investiu pesado em pesquisas nesses depósitos. Não porque tivesse reservas muito maiores, mas porque o governo chinês enxergou o potencial de longo prazo e manteve consistência”, diz.

Hoje, a China também tem consolidadas indústrias de carros elétricos, turbinas eólicas e robótica, que criam demanda interna significativa para terras raras e contribuem para gerar mais valor na cadeira.

Descaso ambiental

Esses avanços foram possíveis, em grande parte, porque a China operou sob quase nenhuma regra ambiental.

O processo de lixiviação (método químico usado para separar minerais), por exemplo, é feito em pilhas – o minério é empilhado e a solução química escoa dissolvendo os elementos; ou in situ, quando a reação é injetada diretamente no corpo mineral no próprio local.

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As soluções usam ácidos fortes, como sulfúrico, nítrico ou clorídrico, que podem se infiltrar no solo e contaminar água e ar. O processo também exige grandes volumes de água e gera resíduos sólidos que, se não forem tratados, se acumulam como passivo ambiental. Um dos casos mais emblemáticos é o lago de rejeitos tóxicos em Baotou, na Mongólia Interior.

A separação e o refino de terras raras usam mais energia que a mineração inicial. A estimativa é entre 9 e 13 vezes a mais para cada tonelada processada.

Agora, países como Japão, Austrália, Canadá e Arábia Saudita vêm estabelecendo limites em suas políticas de minerais críticos, para não depender só da China, segundo Nery, do Ibram. Nesse cenário, o Brasil teria uma “janela de oportunidade” comercial.

“Se criar as condições necessárias, [o Brasil] pode avançar na cadeia de valor e estimular a industrialização local”, diz.

O domínio chinês gera incertezas para investimentos em novas minas e refinarias em outros países. A imprevisibilidade do mercado e a manipulação de preços tornam esses projetos arriscados e afastam capital de companhias no ocidente.

As descobertas de minerais e os processos de extração são de alto risco e investimento. No caso do Brasil, apenas uma mina extrai e exporta – para a China – um produto mais “puro” de terras raras, sem a separação de cada elemento.

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