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GARIMPEIROS DO VALE DO PEIXOTO

Presidente eleito da maior cooperativa em produção de ouro do Brasil quer implantar ações para redução do uso do mercúrio e rastreabilidade do minério

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O administrador de empresas e garimpeiro,  Gilson Camboim comandará, nos próximos três anos, as ações da Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Peixoto (Coogavepe) onde terá um duro desafio pela frente, que será promover, junto as autoridades públicas estaduais, políticas de incentivo a extração do ouro sem uso de mercúrio e também normas que permitiam  a rastreabilidade do minério produzido em Mato Grosso.

Eleito no último domingo (5) com 257 votos favoráveis, Gilson, que comanda a Coogavepe pela terceira vez, mostrou a unidade do setor que lançou chapa única para a nova gestão, que irá representar cerca de 7 mil garimpeiros, além de uma produção anual de aproximadamente 5,5 toneladas de ouro, considerada a maior cooperativa em produção do Brasil.

Segundo Gilson, a extração ilegal ocorrida em terras yanomamis respingaram na atividade garimpeira que precisa adotar medidas urgentes para reduzir ou abolir o consumo de mercúrio e fazer com que Mato Grosso se destaque no Plano de Ação Nacional para Extração de Ouro sem Mercúrio, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente em parceria com o Ministério das Minas e Energias .

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“A Coogavepe já vem atuando com uso adequado em circuito fechado, dessa forma atendendo as atuais legislação, porém precisamos avançar e dar sequência nos estudos e trabalhos já existentes. Estamos pesquisando, investindo e estudando outras alternativas como a Biolixiviação, Nanopartículas de Magnetita,  processo por micro ondas, processos mecânicos, produto do Pau de Balsa, entre outros. Esses estudos são opções para serem acompanhadas  e testadas  em nossa região”, pontuou.

Gilson destacou ainda outra  alternativa ao uso de mercúrio já adotada em Mato Grosso, trata-se do Projeto do Pelicano, da  Cooperpoconé, que utiliza Cianeto de Sódio, em circuito fechado, trazendo agilidade e segurança, porém não trata-se um projeto tão barato, tornando-se necessário uma planta central de tratamento do minério e assim fazer o uso compartilhado pelos cooperados.

Para promover a tão sonhada rastreabilidade, que agrega valor internacional ao ouro produzido no Brasil, Gilson vislumbra montar uma linha de trabalho que vai desde o acompanhamento para utilização da Guia de Transporte, com especial atenção à cópia da Licença Ambiental, passando pela verificação  legal e ambiental do posto de compra antes da emissão da Nota Fiscal para efetivação  do pagamento.

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“Após estes procedimentos a cooperativa terá os dados e informações para monitorar, acompanhar e cumprir preenchimentos legais como caso da RAL e Cadastro Estadual, além de poder posicionar o cooperado da compatibilidade produtiva com a referida lavra”, explicou.

O acompanhamento da saúde do garimpeiro será retomado pela nova gestão, que também tem em seu plano de trabalho 2023/2026, a realização de visitas periódicas nos garimpos, para promover orientação técnica e acompanhamento nas diversas fases da atividade, e a parceria com empresas como a Metamat,  Sescoop e Universidades e SGB para capacitação e treinamento técnico permanente.

“Desenvolver esse trabalho só será possível graças as parcerias que a Coogavepe possui e que pretendemos ampliar. Isso nos proporciona maior agilidade nos trabalhos planejados, minimiza custos, dá segurança e transparência, demostra a credibilidade e consolida a relevância de nossa atividade”, concluiu o novo presidente.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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