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Pesquisa confirma importância de uso de minerais para aumentar produtividade de grãos

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O que era dúvida, e até mesmo motivo de discussão entre agricultores, agora a ciência confirma: aumentar de duas a três vezes as doses de calcário e gesso em áreas de primeiro cultivo eleva a produtividade de grãos em até 40%. Numa área de abertura de plantio de soja, por exemplo, com a quantidade tradicional de aplicação de calcário em torno de três a quatro toneladas por hectare, segundo o pesquisador Henrique Antunes, a produtividade fica entre 35 a 40 sacas de 60 quilos. “Mas com a aplicação de doses entre sete e dez toneladas de calcário por hectare, a produtividade salta para 50 ou mais sacas por hectare”.

A comprovação está nos resultados de um projeto de pesquisa que foi executado pela Embrapa Meio-Norte (Teresina/PI), em parceria com a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), e Universidade Federal do Piauí (UFPI, (campus de Bom Jesus) na região do Matopiba (que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Esses resultados serão mostrados nesta quinta-feira 31, em um encontro de produtores, pesquisadores, estudantes, professores e técnicos da extensão rural, no auditório do Gurguéia Palace Hotel, no município de Bom Jesus (a 603 quilômetros de Teresina), a partir das 18 horas.

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Nesse encontro, em formato de seminário, os pesquisadores Henrique Antunes, da Embrapa Meio-Norte; Julian Junio de Jesus Lacerda, da UFPI;  João Herbert Moreira Viana, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG); e Rafael Nunes, da Embrapa Cerrados (Planaltina/DF) mostrarão, passo a passo, como foi a execução da pesquisa que levou três anos. Os trabalhos foram conduzidos na fazenda União, no município de Currais, nos arredores de Bom Jesus.

Perfil do solo

As doses de calcário aplicadas em áreas de primeiro cultivo e recomendadas pelos boletins oficiais, segundo Antunes, “são em torno de três a cinco toneladas por hectare, dependendo do tipo de solo e qualidade do insumo disponível”. No entanto, muitos agricultores têm fugido a essa regra e aplicado “valores superiores”, com doses em torno de oito a 12 toneladas por hectare, conseguindo bons resultados na produtividade.

A ideia dos produtores  é  “corrigir o perfil do solo de maneira mais acelerada”, além da busca por produtividades satisfatórias logo na primeira safra. No Piauí, os produtores de soja apresentam, todo ano, uma taxa de 5% de aberturas de novas áreas.

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Nos ensaios de pesquisa, de acordo com o cientista, foram testados níveis de até 20 toneladas de calcário por hectare. O que ficou constatado em alguns experimentos é que “valores superiores a 15 toneladas de calcário por hectare geraram um desequilíbrio de nutrientes no solo, principalmente de fósforo,  potássio e micronutrientes”.

No entanto, segundo Antunes, o “uso de valores superiores aos recomendados pelos manuais oficiais se mostrou eficiente em corrigir o perfil do solo em até 60 centímetros”. Isso proporcionou a construção da fertilidade de maneira mais acelerada, “impactando positivamente no estado nutricional das plantas e no rendimento de grãos”.

É importante ressaltar que “a correção do perfil do solo se torna ainda mais estratégica na região do Matopiba, porque há eventos de veranicos (período sem chuvas na estação chuvosa) e isso gera condições adequadas (químicas – diminuição da acidez e alumínio) para exploração máxima desse perfil do solo em períodos de estresse hídrico, o que ameniza a falta de água”. Ele destaca, também, que a presença do gesso na correção “permitiu melhorar as concentrações do cálcio em subsuperfície e diminuição significativa das concentrações de alumínio”.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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