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Painel “Mineração & Comunicação de Valor” destaca a importância da aproximação entre mineração e sociedade

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No último dia da 2ª Expominério, o painel “Mineração & Comunicação de Valor” levantou a necessidade de o setor minerário aprimorar sua comunicação com a sociedade. Comunicadores discutiram como a mineração pode se tornar mais transparente e compreensível para o público, promovendo uma relação mais positiva e combatendo preconceitos enraizados.

O CEO do Instituto Minere, Gustavo Cruz, abordou o desafio que o setor enfrenta ao se comunicar. Segundo ele, a mineração ainda opera “dentro de uma bolha”, com dificuldades para dialogar com quem está fora do setor. Cruz destacou que a comunicação precisa ir além da geração de empregos e impostos, passando a enfatizar o legado que a mineração pode deixar para as comunidades locais, incluindo patrimônios socioculturais e ambientais.

“A geração de empregos é uma obrigação da mineração, mas o desafio da comunicação no setor é mostrar o que vai além disso: o legado que a atividade deixa para o território. Precisamos valorizar o que é gerado, do impacto socioeconômico ao patrimônio cultural, indo além do óbvio e atendendo às expectativas das comunidades”.

Ele também mencionou a importância de adaptar a linguagem conforme o público: enquanto comunidades locais respondem bem a veículos como o rádio, relatórios organizados e acessíveis são essenciais para a Agência Nacional de Mineração (ANM).

Disney de Paula, jornalista e organizador da Expominério, trouxe a experiência do canal Minera MT, criado para expandir a visão pública sobre o setor mineral. Segundo ele, é crucial “quebrar o algoritmo” que historicamente associa a mineração a uma imagem negativa.

“Quanto mais colegas vierem falar bem, porque tem notícias boas no setor, a gente vai furar a bolha, vai quebrar o algoritmo, porque se você dar um Google hoje e falar de garimpo, você só vê uma imagem negativa, só coisa ruim. Devido ao trabalho que a gente vem fazendo, já encontra coisas positivas nessa pesquisa da palavra garimpo”.

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Ele destacou o impacto positivo de levar jornalistas de outras áreas para conhecer de perto a mineração. Para ele, essa proximidade ajuda a mudar percepções ao expor a importância da atividade mineradora para o desenvolvimento das comunidades e do comércio local.

A jornalista Raphaella Padilha compartilhou seu processo de mudança de percepção sobre o setor. Ela relatou a visão inicial negativa do garimpo, mas ao visitar Peixoto de Azevedo, conhecida como “Cidade do Ouro”, se surpreendeu com a infraestrutura e o desenvolvimento econômico que o garimpo trouxe à região.

“A imagem que muitos têm do garimpo é a de um lugar precário, marcado por uma população flutuante, moradias temporárias e problemas sociais. Essa percepção negativa persiste até hoje. Em 1980, um primo do meu pai foi assassinado em Peixoto de Azevedo, e a cidade ficou marcada por essa memória. Mas quando fui a Peixoto há alguns anos, vi um município transformado: com infraestrutura, desenvolvimento, fruto do garimpo responsável. Peixoto é outra, mas ainda carrega o estigma de ser um lugar problemático, quando na verdade é uma cidade em pleno crescimento e mudança”.

A jornalista e assessora de imprensa da Fomentas Mining Company, Antonielle Costa, discutiu o trabalho interno de comunicação da empresa para desmistificar a imagem negativa da mineração. A Fomentas utiliza redes sociais para mostrar suas práticas sustentáveis, engajando colaboradores como porta-vozes de uma mineração responsável.

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Antonielle acredita que esse tipo de engajamento ajuda a criar uma imagem mais transparente e socialmente comprometida, em que a sustentabilidade e a segurança ambiental são prioridades.

Por fim, Jony Peterson, engenheiro de minas e criador do primeiro podcast de mineração no Brasil, reforçou a necessidade de investir em comunicação como meio de educar o público e defender o setor de acusações de ilegalidade. Para ele, é fundamental que o setor se posicione com conhecimento e utilize novos canais de mídia para informar a sociedade. Peterson acredita que ações como o podcast são formas essenciais de “furar a bolha” e promover uma mineração que dialogue com o público de maneira acessível e direta.

Sobre a Expominério 2024

A Expominério 2024 contou com o patrocínio oficial do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat). Também tem patrocínio da Alpha Minerals e da Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso (Fecomin), Azevedo Sette Advogados, Nexa, Keystone, Aura Apoena, Rio Cabaçal Mineração, Ero Brasil Xavantina e Fomentas Mining Company.

O evento conta com apoio institucional da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Grupo de Trabalho da Mineração da ALMT, Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin), Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto Brasileiro de Gemas & Metais Preciosos (IBGM), Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (Agemat), Federação Brasileira dos Geólogos (Febrageo), Núcleo de Mineração da USP (Nap.Mineração), Câmara de Comércio Brasil-Canadá, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Abrasel.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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