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MERCADOS

Ouro dispara com volatilidade financeira; ainda vale ter em carteira em 2025?

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Os solavancos da economia mundial no último ano levaram o investidor a buscar mais segurança. Não é à toa que o ouro chegou a ter uma valorização de quase 50% só nos últimos 12 meses, batendo recorde de US$ 2.690 a onça-troy, medida que corresponde a 31,1 gramas do metal. Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, como um ativo de reserva de valor desde os tempos antigos, o ouro é a materialização da estabilidade num mercado onde a instabilidade reina.

Por trás de tanta oscilação estão as tensões geopolíticas, com guerras na Europa e no Oriente Médio. A eleição de Donald Trump também deixa em suspenso a situação da economia mundial para 2025, bem como o acirramento das disputas entre Estados Unidos e China. O mercado especula sobre como os EUA irão agir em relação a todos esses conflitos e, principalmente, sobre como Trump irá conduzir a maior economia do mundo.

Junte nesse caldeirão, ainda, os movimentos dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, e teremos o caldo perfeito para sustentar o cenário de instabilidade que deve manter o metal em evidência. O que pode elevar o preço do ouro até US$ 3 mil a onça em 2025, de acordo com estimativas da Goldman Sachs.

Segundo o economista e professor de finanças do Ibmec Gilberto Braga, embora seja um ativo classificado como renda variável, o ouro é mais utilizado para momentos de volatilidade. “Não é uma aposta propriamente dita, e, assim como ativos imobiliários, o ouro é muito buscado como reserva de valor e uma forma de diversificação de investimentos em momentos de grande instabilidade econômica e política”, explicou.

Caso a guerra entre Ucrânia e a Rússia continue e as tensões no Oriente Médio sigam escalando, a aversão a risco pode levar mais investidores a buscar essa segurança.  “Quem apostou no ouro ganhou mais do que nos outros ativos. Ele valorizou mais que o dólar, e tudo indica que o cenário permanece o mesmo para 2025”, acrescentou.

Segundo o especialista, o investimento em ouro pode ser feito de várias maneiras, indo desde a compra física do metal – seja em barras, moedas ou joias – como também através de títulos atrelados a este ativo.

Além disso, o preço é negociado em dólar, e, com a disparada da moeda em relação ao real, essa posição se torna ainda mais interessante, conforme pontua Henrique Castiglione, representante da assessoria de investimentos EWZ Capital. “A alta performance do ouro tem a ver com toda a instabilidade, porque ouro é o grande porto seguro há muitos séculos”, afirmou.

Veja quais as formas de investir em ouro:

– Compra de ouro físico: É possível comprar ouro em barras, lingotes, moedas ou outros formatos, mas é importante comprar apenas em casas especializadas autorizadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O custo de armazenamento e transporte, porém, pode ser caro e arriscado;

– Bolsa de Valores: É possível investir em ouro na Bolsa de Valores por meio de: ETF de ouro, como o GOLD11, BDR de ETF de ouro, como o BIAU39. Além disso, existem ainda contratos futuros de ouro, fundos de investimentos em ouro, ações de mineradoras de ouro;

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– COE: É possível aplicar em Certificado de Operações Estruturadas (COE), instrumento financeiro que combina elementos de renda fixa e renda variável. É uma opção estratégica para quem quer investir, aumentando rentabilidade, mas com menos riscos.

Tributação sobre investimentos em ouro

A incidência de imposto de renda sobre o investimento em ouro tem o mesmo tratamento que outros investimentos em renda variável, indo do mínimo de 15% até 22,5%, dependendo da modalidade, segundo os analistas.

Perspectiva para 2025

A tendência para 2025, dizem os especialistas, é de que o ouro continue em alta, podendo atingir a marca de US$ 3 mil a onça, porque a insegurança global se mantém. Novos produtos, especialmente nos mercados futuros podem ajudar ainda mais no desempenho do metal.

Tributação sobre investimentos em ouro

A incidência de imposto de renda sobre o investimento em ouro tem o mesmo tratamento que outros investimentos em renda variável, indo do mínimo de 15% até 22,5%, dependendo da modalidade, segundo os analistas.

Perspectiva para 2025

A tendência para 2025, dizem os especialistas, é de que o ouro continue em alta, podendo atingir a marca de US$ 3 mil a onça, porque a insegurança global se mantém. Novos produtos, especialmente nos mercados futuros podem ajudar ainda mais no desempenho do metal.

“A valorização em 2024 foi estupenda, batendo recordes e tudo indica que esse movimento deve continuar, com cortes de juros, que levam os investidores a buscar o ativo de confiança”, disse Couto.

Evolução histórica

Desde os tempos antigos, o ouro tem sido valorizado por sua beleza e raridade. Durante o século XIX, muitos países adotaram o padrão-ouro em relações comerciais, vinculando diretamente suas moedas a uma quantidade específica de ouro. Esse período foi caracterizado por preços de ouro relativamente estáveis e taxas de câmbio fixas entre as moedas. O período entre 1880 e 1914 é conhecido como o padrão-ouro clássico, quando os Estados Unidos experimentaram um período de crescimento econômico sem precedentes, com comércio relativamente livre de bens, trabalho e capital.

Em 1944, o estabelecimento do Acordo de Bretton Woods impactou o preço do ouro. Sob esse novo sistema, os países participantes concordaram em vincular suas moedas ao dólar americano, que, por sua vez, tinha lastro em ouro a uma taxa fixa de US$ 35 por onça. Assim, o dólar americano tornou-se a principal moeda de reserva mundial, e outras moedas foram atreladas a ele com taxas de câmbio fixas.

Em 1971, o presidente Richard Nixon decidiu acabar com o sistema de Bretton Woods, causando um impacto profundo no preço do ouro e no sistema monetário global. Essa decisão significava que governos estrangeiros e bancos centrais não podiam mais trocar seus dólares americanos por ouro a uma taxa fixa, levando a flutuações significativas nas taxas de câmbio. Naquela época, o preço do ouro era US$ 43,15.

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Em janeiro de 1980, o preço do ouro atingiu um recorde de US$ 850 por onça, reagindo não apenas à alta inflação, mas também às tensões geopolíticas com a revolução iraniana e a invasão soviética ao Afeganistão.

O preço do ouro atingiu um novo patamar histórico na crise financeira de 2008, conhecida como Crise do Subprime, chegando a US$ 1.011 por onça − um aumento de mais de 50% em apenas nove meses. Isso marcou um ponto de virada para os preços.

Em agosto de 2020, os preços do ouro bateram um novo recorde, ultrapassando US$ 2.000 por onça, impulsionados por preocupações com o impacto econômico da pandemia de Covid-19, quando foram tomadas medidas de estímulo fiscal e baixas taxas de juros mundo afora.

Em dezembro de 2023, o ouro atingiu um novo resultado histórico, subindo para além dos US$ 2 mil, em meio a novos rumos da política monetária dos bancos centrais, que iniciaram um ciclo de cortes nas taxas de juros em outubro. Neste período o preço do metal chegou a atingir a marca dos US$ 2.690 a onça − o que correspondeu a um aumento de 45% em um ano.

Previsões de longo prazo

Conforme relatório da corretora Axi, muitos bancos, incluindo Goldman Sachs, Citi, ANZ e Commerzbank aumentaram suas previsões iniciais para o ouro, devido à possibilidade de uma crise bancária.

Os analistas do Goldman Sachs inicialmente esperavam que o preço do metal permanecesse estável no período entre 2023 e 2026, em torno de US$ 1.970 por onça. Mas tudo mudou e eles elevaram as projeções para US$ 3 mil por onça.

A previsão do preço do ouro para 2025 no Bloomberg Terminal está entre US$ 1,709.47 e US$ 2,727.94, como mostra o mesmo levantamento da Axi.

Estrategista da Bloomberg Intelligence, Mike McGlone prevê que tanto o ouro quanto sua “versão digital”, o bitcoin, terão apreciação em 2025. O preço do ouro mostrou força divergente, subindo 84% desde 2015, quando o Fed começou seu aperto monetário e pode estar caminhando para alta.

Mesmo acreditando na alta, os analistas têm dificuldades para precisar quanto o ouro ou de qualquer commodity pode custar nas próximas duas décadas. Entre os principais elementos que afetam os preços estão a taxa de inflação, a força do dólar americano, as taxas de juros dos bancos centrais e o aumento da oferta monetária.

Mesmo diante dessa complexidade, alguns se arriscam a traçar cenários de preços a longo prazo para o ouro de 2030 a 2050, variando US$ 7.000 até US$ 10.000 por onça, diante da expectativa por crescente demanda.

Desempenho histórico dos preços do ouro

Ano preço médio por onça (US$)
1833-49 18,93
1945 34,71
1972 58,42
1975 160,86
1979 306
1980 615
2010 1.224,53
2020 1.773,73
2022 1.801,87
2023 1.934,86
2024* 2.050,00*

Fonte: Axi

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Notícias

Especialistas debatem proibição do mercúrio na extração de ouro

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Foto: Ton Molina

Vários setores econômicos já abandonaram o uso do mercúrio devido a seu impacto na saúde das pessoas e no meio ambiente. Mas o metal continua a ser largamente utilizado na extração de ouro, especialmente na Amazônia. Apenas entre 2018 e 2022, 185 toneladas de mercúrio de origem desconhecida podem ter sido utilizadas nos garimpos do país.

Em debate realizado nesta terça-feira (7) pelo jornal Correio Braziliense em parceria com o Instituto Escolhas, representantes do poder público, empresários e pesquisadores concordaram sobre a necessidade de pôr fim ao uso de mercúrio nos garimpos, mas divergiram sobre o que precisa ser feito até sua erradicação e sobre a conveniência de uma proibição imediata.

Ao abrir o evento, Sergio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas, destacou a importância de a discussão da erradicação do mercúrio e de alternativas viáveis economicamente a esse insumo da mineração acontecer às vésperas da COP30, que será realizada em novembro na cidade  de Belém (PA).

Primeiro convidado a falar, Eloy Terena, secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), afirmou que o garimpo ilegal está presente em 26 Terras Indígenas, de forma mais intensa e preocupante em quatro delas: Kayapó, Munduruku, Yanomami e Sararé. “O garimpo é vetor de violência, desmatamento, contaminação das águas e desestruturação social.”

Jair Schmitt, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, responsável pelas ações de fiscalização do órgão, listou as iniciativas tomadas pelo instituto no atual governo e usou uma imagem forte para falar da “explosão do garimpo ilegal na Amazônia” de 2017 a 2023. “Quando a gente olha as imagens dos satélites, o que a gente está vendo ali é a proliferação de um grande câncer”, afirmou.

 

Controles sobre o uso do mercúrio

Depois das falas inaugurais de Terena e Schmitt, teve início a primeira mesa do debate, que discutiu “Controles sobre o uso do mercúrio: desafios e perspectivas”. Renato Madsen Arruda, diretor substituto da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, afirmou que a PF tem como objetivo principal, ao lado de outros órgãos da administração pública, atacar o crime organizado que cerca a atividade da mineração ilegal.

“Não é aquele garimpeiro, aquele trabalhador braçal que está ali nos rincões da Amazônia que está acumulando essa riqueza. Há outros atores que estão acumulando essa riqueza e financiando a atividade. A estratégia da Polícia Federal tem sido principalmente descapitalizar esses atores que circundam a atividade da mineração ilegal e que enriquecem em prejuízo do meio ambiente e das comunidades que vivem na região amazônica”, disse Arruda.

O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), autor de um projeto de lei que proíbe o uso do mercúrio em atividades de mineração, lembrou que durante os governos Michel Temer (2016 a 2018) e Jair Bolsonaro (2019 a 2022) a “atividade minerária ilegal explodiu de forma extraordinária”. E lamentou a força política de parlamentares que buscam flexibilizar a legislação do setor. “Há um lobby muito forte da mineração dentro do Congresso que, por vezes, trabalha de forma conjunta com o lobby da mineração ilegal”, disse.

Diretora de Pesquisa do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues destacou que o uso do mercúrio na mineração já é altamente regulado, citando a necessidade de licenciamento ambiental e de autorização, pelo Ibama, de sua importação – o Brasil não produz mercúrio. “O que a gente podia fazer em termos de regulação para tentar diminuir a periculosidade do uso dessa substância já foi feito.”

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Apesar disso, os resultados positivos não apareceram e é hora de “mudar a chave”. “Esse esforço que a gente precisa fazer para usar o mercúrio numa condição um pouco mais segura é tão grande que eu acho que a gente poderia pegar esse mesmo esforço e colocar nas alternativas”, disse. E a melhor alternativa é a “erradicação”, declarou.

“Acho que, de fato, a gente precisa caminhar em direção à proibição total do mercúrio na extração de ouro, como a gente fez em outros segmentos.” A pesquisadora parabenizou Nilto Tatto, a seu lado na mesa, por apresentar o projeto que proíbe o uso do mercúrio.

O último a falar na primeira mesa, Giorgio de Tomi, professor titular da Escola Politécnica da USP e Coordenador Técnico do Projeto Ouro Sem Mercúrio, defendeu a importância do Estado na mudança da realidade do garimpeiro que atua de forma ilegal. “Existe a vontade dos garimpeiros de mudar e evoluir”, afirmou. “Mas eles precisam de ajuda.”

“Hoje eles trabalham em regiões remotas, sem apoio nenhum. A única presença do Estado, quando tem, é na hora de reprimir, fiscalizar”. Para De Tomi, os que usam mercúrio no garimpo ilegal “precisam de apoio técnico, econômico e de Estado para facilitar essa transição”.

Três convidados falaram entre as duas mesas do debate. Julevânia Olegário, diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável na Mineração (DDSM) do Ministério de Minas e Energia (MME), defendeu a eliminação do mercúrio nos garimpos, mas disse ser importante que o Estado brasileiro ajude a capacitar as pessoas envolvidas na extração de ouro, já que a “atividade é feita, na maioria das vezes, por comunidades tradicionais e vulneráveis”. Afirmou que é preciso fomentar alternativas ao mercúrio que sejam “economicamente viáveis”.

Diretora do Departamento de Qualidade Ambiental do Ministério de Meio Ambiente, Thaianne Resende alertou para o impacto do mercúrio na saúde e no meio ambiente. “O mercúrio é silencioso, invisível, mas deixa marcas profundas na saúde, na água e na floresta”, afirmou.

Miguel Castro, ponto focal regional para Latam e Caribe do Centro CER da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), destacou a preocupação da organização em estabelecer padrões elevados de políticas públicas entre os 38 países-membros e países parceiros, como o Brasil.

Para a OCDE, a estabilidade das cadeias de fornecimento deve caminhar junto com a sustentabilidade. “Essa visão reforça a necessidade de uma mineração responsável, não apenas como uma exigência, mas também como uma oportunidade de desenvolvimento inclusivo e a longo prazo.”

 

Alternativas ao uso do mercúrio

Abrindo a segunda mesa, que debateu “Alternativas ao uso do mercúrio: para onde vamos?”, Larissa Rodrigues, do Instituto Escolhas, criticou a obrigação legal de que todo o ouro que sai dos garimpos precisa ser vendido para Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, as DTVMs. Cinco delas dominam hoje o mercado brasileiro de ouro.

“Nos últimos anos essas instituições financeiras que tinham ou que tem autorização do Banco Central comercializaram e financiaram o ouro ilegal que circulou pelo Brasil e ganhou o exterior”, afirmou. “Quando a gente fala de lavagem de ouro, essas instituições sempre foram um ponto de lavanderia.”

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A diretora do Escolhas defendeu a abertura de mercado, no qual uma indústria possa comprar diretamente de quem produz o ouro de forma responsável. “A gente não vai conseguir incentivar [as boas práticas] se a gente não tirar do meio do caminho as forças que até hoje só incentivaram o mercado ilegal.”

Larissa destacou ainda o fato de existirem hoje alternativas rentáveis ao mercúrio. “Muitas pessoas me perguntam: qual a alternativa ao mercúrio? Às vezes, a resposta não é tão complicada assim. Há algumas questões de tecnologia que às vezes são mais difíceis. Mas existem garimpos produzindo ouro sem mercúrio. Utiliza o quê no lugar? Nada. Utiliza água. A força mecânica da gravidade.”

Gilson Camboim, presidente na Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso, listou uma série de avanços tecnológicos que estão sendo desenvolvidos em centros de pesquisa e podem substituir o mercúrio – como o uso de nanopartículas de magnetita e o extrato das folhas do pau-de-balsa – e alguns que já estão sendo usados pelos garimpeiros – como o processo que une bombeamento de água e filtragem por meio de calhas.

Camboim destacou o papel do cooperativismo na busca de soluções que substituam o mercúrio. “O cooperativismo foi reconhecido pela ONU neste ano de 2025 como um mecanismo para o aprimoramento das atividades econômicas. Vamos lutar para conseguir chegar a este ponto, de eliminar o uso do mercúrio.”

Para Eduardo Gama, diretor de operação da startup Certimine, há muitos desafios para a substituição do mercúrio, um deles o fato de ser eficiente. “O mercúrio é muito tolerante e muito democrático. Aceita folha, areia. O que você alimentar, ele vai tirar ouro. O mesmo não pode ser dito sobre os outros métodos. Eu gosto de falar que o mercúrio é a força bruta, enquanto o resto é ajuste fino”.

Gama destacou a dificuldade de os pequenos mineradores irem para métodos mais sofisticados, pois não conseguem financiamento. “Eles ficam presos numa ratoeira, pois não conseguem migrar para outro regime. E precisam daquela atividade para sobreviver.”

Elena Crespo, professora titular da Universidade Federal do Pará e coordenadora do Instituto Amazônico do Mercúrio, lembrou que a Amazônia é responsável por 80% das emissões de mercúrio na América do Sul e a segunda região do mundo que mais emite a substância.  E destacou que o ouro não fica na Amazônia. “Mas somos os primeiros a receber todas as consequências, as mais graves.” Entre elas, danos ao desenvolvimento das crianças, que passam a ter problemas de aprendizagem. “Falamos aqui de comprometimento das gerações futuras.”

Crespo disse acreditar que os garimpeiros da Amazônia querem mudar esse panorama. “Ninguém quer se expor ou expor sua família simplesmente por ganância”, afirmou a pesquisadora. “Dando oportunidade para eles, vão tornar esse quadro muito mais sustentável.”

Assista à integra do debate no canal do Correio Braziliense no YouTube.

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