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ENCONTRO COM TEBET

Mineradores do Brasil traçam prioridades do setor

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As mineradoras brasileiras apresentaram ao governo propostas sobre as prioridades do setor.

As propostas foram entregues por representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em reunião com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

Entre as prioridades estão o fortalecimento do órgão regulador Agência Nacional de Mineração (ANM) e do departamento de Serviço Geológico (SGB /CPRM), além do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).

Durante o encontro, o presidente do Ibram, Raul Jungmann, disse que a ANM enfrenta desafios devido ao pequeno orçamento.

Com a indústria de mineração contribuindo com bilhões para os cofres do Estado, o Brasil deveria ter uma agência reguladora com pessoal qualificado e capacidade de realizar fiscalizações em todo o vasto território, afirmou Jungmann em nota.

A atual situação da ANM pode resultar em greve, já que os funcionários representados pelo sindicato Sinagências convocaram uma para o dia 29 de maio para protestar contra as más condições de trabalho, falta de verbas e baixos salários.

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Por lei, a ANM deve empregar 2.121 profissionais, mas o quadro atual é de 675 e a situação preocupa.

“No Brasil, vimos uma redução orçamentária nos últimos anos nos reguladores, incluindo a ANM. Isso causa sérios problemas”, disse Pedro Galdi, analista de ações de mineração e metais da Mirae Asset Wealth Management, à BNamericas. “Se a ANM tivesse sido fortalecida, talvez teria antecipado a mudança de critérios para barragens de rejeitos e sido mais ágil com as licenças. Isso afeta o sentimento dos investidores em relação ao setor.”

Enquanto isso, Jungmann solicitou mais recursos para SGB/CPRM e CETEM a fim de diversificar a mineração no Brasil.

“Gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência é fundamental para entendermos melhor nosso subsolo. Além disso, é fundamental investir em inovação e avanço tecnológico para garantir a sustentabilidade e o crescimento do setor”, afirmou, acrescentando que apenas cerca de 4% do país está devidamente mapeado.

MINERAÇÃO ILEGAL

O Ibram também firmou parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para promover o uso de uma plataforma desenvolvida pela universidade para detecção e combate ao garimpo ilegal de ouro.

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A plataforma PCRO alerta os compradores de ouro para verificar se estão negociando um produto legal. Ao mesmo tempo, permite aos garimpeiros avaliar se sua produção está devidamente regulamentada.

“A plataforma é uma excelente solução porque consegue separar o ouro legal do ouro ilegal. Ao usá-lo, o comprador, seja um banco, uma joalheria ou um corretor de valores mobiliários, pode dizer não à compra de ouro sem comprovação de origem e conformidade regulatória”, disse Jungmann.

A indústria de mineração e as autoridades estão buscando adotar mais mecanismos de rastreabilidade que possam ajudar no combate à mineração ilegal, que afeta negativamente a reputação da indústria e o meio ambiente.

De acordo com um estudo da ONG com foco em sustentabilidade Instituto Escolhas, até 50% do ouro produzido no Brasil entre 2015 e 2020 pode ser ilegal.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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