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REAÇÃO DO MERCADO

Joalherias buscam ouro na AngloGold para evitar garimpo ilegal em crise Yanomami

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Depois da exposição da crise dos Yanomami, atingidos pelo garimpo ilegal, a gigante da mineração AngloGold Ashanti diz que foi procurada por joalheiras interessadas em comprar o ouro diretamente da mineradora. Hoje, a empresa tem contrato apenas com a Vivara, desde 2019, para vender ouro diretamente, mas o número pode aumentar.

Segundo a companhia, o varejo de joias vem buscado elevar a compra de ouro de mineradoras que tenham a cadeia de extração toda certificada por órgãos de fiscalização, considerada mais segura.

O instituto de gemas e metais preciosos, que reúne marcas como Vivara e HStern (IBGM ) também diz ter verificado o movimento. Segundo a presidente do instituto, Carla Pinheiro, as negociações ainda são iniciais e esbarram em questões como tributação, logística de distribuição e volume mínimo de compra.

Atualmente, as joalherias compram o ouro de DTVMs (distribuidoras de títulos e valores mobiliários). Apesar de contarem com certificações, o processo de emissão de notas e rastreabilidade do ouro ainda é considerado precário.

O IBGM diz que vai buscar, junto ao governo federal, uma forma de rediscutir a tributação em operações com ouro e tornar o negócio com joalherias mais atrativo para as mineradoras. Segundo Pinheiro, o alto valor do quilo do ouro é outro problema, já que as pequenas marcas têm dificuldade em desembolsar cerca de R$ 320 mil em um quilo do metal, o que estimula a compra em quantidades inferiores fora das mineradoras.

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Ainda é muito baixa a demanda das empresas de joias no Brasil, menor do que 10% da extração das mineradoras, segundo o IBGM. A maior parte é exportada

Segundo Pinheiro, as joalherias não estavam cientes do problema e se assustaram com a explosão do garimpo ilegal em terras Yanomami. Ela afirma que a descoberta do chamado ouro “legalizado” – manobra de algumas DTVMs para limpar o material extraído de forma ilegal – acendeu o alerta nas empresas.

“O setor compra da DTVM, onde se presume que o ouro tenha origem legal. Agora, descobrimos que existe o ‘ouro legalizado’ e pedimos que ele seja totalmente legal. Começamos a exigir dessas DTVMs transparência, regulação e protocolos a serem seguidos”, disse a presidente do IBGM.

Segundo Lauro Amorim, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos da AngloGold, a mineradora está empenhada na proposta do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) de avançar com o controle de origem do ouro extraído no país. A ideia da organização é aumentar a rastreabilidade do ouro, o que pode ajudar no combate ao garimpo ilegal.

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Na AngloGold, a operação é feita em Goiás e Minas Gerais com pesquisa, licenciamento, extração e preservação da área, segundo a empresa.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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