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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Estudo da UNIR busca alternativa ao uso do mercúrio

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Um estudo realizado por professores e pesquisadores do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) investiga a utilização de uma planta amazônica como alternativa para substituir o uso do mercúrio no garimpo de ouro. Os resultados preliminares da pesquisa foram divulgados na sexta-feira (16) em um evento acadêmico no Campus UNIR de Porto Velho, o II Workshop do projeto Ochroma pyramidale, e também apresentados ao Ministério Público de Rondônia (MPRO), visando futuras parcerias para ações de educação ambiental, por exemplo.

O projeto de pesquisa é intitulado Potencial biotecnológico de Ochroma pyramidale (Cav. ex Lam.) Urb. (Malvaceae) como substituto do mercúrio na mineração de ouro”, ou simplesmente “Projeto Ochroma. Seu principal objetivo é avaliar o potencial do extrato dessa planta (Ochroma pyramidale), conhecida popularmente como Pau de Balsa, em substituição ao uso do mercúrio no garimpo de ouro, além da construção de viveiros para produção de mudas. Paralelo a isso, há também um trabalho de educação ambiental que está sendo conduzido nas áreas de atividade do garimpo, junto às comunidades ribeirinhas, conforme explicou o professor Wanderlei Rodrigues Bastos (UNIR), que coordena o projeto em parceria com a professora Marta Regina Pereira (UEA).

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Iniciado há cerca de quatro meses, o Projeto Ochroma é financiado pelas fundações de amparo à pesquisa de Rondônia (Fapero) e do Amazonas (Fapeam). Além do Grupo do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da UNIR, também estão envolvidos na pesquisa a Universidade Estadual do Amazonas (UEA), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro e a Coogarima (Cooperativa dos garimpeiros do Rio Madeira).

Resultados preliminares 

O mercúrio é um metal líquido de alto poder de contaminação, extremamente tóxico e prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Por isso, existe a necessidade urgente de se estudar novas substâncias que sejam menos prejudiciais à saúde e reduzam o dano causado por essa atividade. Assim surgiu o Projeto Ochroma, com o objetivo de estudar as propriedades físico-químicas da folha do pau de balsa, que já é utilizada por alguns garimpeiros na região Amazônica, e comprovar sua eficiência no processo de separação do ouro fino encontrado no Rio Madeira.

A pesquisa já comprovou que o material extraído do pau de balsa tem o mesmo efeito do mercúrio para separar o ouro dos sedimentos do rio. “Conseguimos observar uma interação do extrato da planta com o ouro, ele forma aglomerados das partículas de ouro. Agora estamos na fase de identificação das substâncias presentes e precisamos ajustar as concentrações adequadas, o tempo de contato e outras variações”, explica a pesquisadora Taise Vargas, uma das integrantes do grupo.

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O resultado preliminar representa um grande avanço como uso alternativo de forma natural na atividade de garimpo e é um importante instrumento para ajudar o Brasil a banir o elemento químico mercúrio dos rios. Assim, evita-se a contaminação de peixes e, por consequência, dos seres humanos que consomem o pescado, principalmente os moradores de comunidades ribeirinhas que têm o peixe como base da sua alimentação.

Ochroma pyramidale ou pau de balsa

Trata-se de uma planta nativa da América Central e do Sul. No Brasil, é possível encontrá-la em Rondônia, no Amazonas, em Roraima e em Mato Grosso. Taise Vargas explica que aqui essa planta é muito utilizada para venda de madeira, por ser mais leve e resistente, e também para reflorestamento de áreas degradadas. “Uma parte da equipe do projeto está testando as melhores condições de plantio e crescimento para passar esse conhecimento para as cooperativas de garimpo.  Assim, o plantio pode ser realizado para venda de madeira, por exemplo, e as folhas serem utilizadas para o processo de separação do ouro”, conclui.

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Notícias

Expominério 2025 reúne 17 painéis em três dias de debates técnicos

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A edição 2025 da Expominério terá uma das programações mais completas do setor mineral no país, reunindo ao longo de três dias, entre 26 e 28 de novembro, um total de 17 painéis distribuídos entre os auditórios Minerais e Flores, do Cento de Eventos do Pantanal.

Os debates abordam desde tendências geopolíticas e minerais críticos até desafios ambientais, novas tecnologias, relações comunitárias, políticas públicas e o futuro da mineração sustentável em Mato Grosso e no Brasil. Para um dos organizadores do congresso, Humberto Paiva, a edição deste ano consolida um novo patamar de articulação técnica e institucional.

“Reunir 17 painéis em três dias reforça o propósito da Expominério de ser um espaço real de construção de conhecimento e de diálogo qualificado. A cadeia mineral vive um momento de transformação profunda, em que tecnologia, sustentabilidade, segurança jurídica e participação social caminham juntos. Nossa intenção, ao trazer especialistas de diferentes áreas, é criar um ambiente que permita entender os desafios, apresentar soluções e aproximar cada vez mais o setor das demandas da sociedade”, afirma.

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O evento começa na quarta-feira (26.11), às 8 horas, no Auditório Minerais, com a abertura oficial do ciclo de palestras do IEL e segue para discussões sobre minerais críticos e estratégicos na transição energética, governança e regulação do setor, mineração de gemas, diversidade e inclusão nas operações e os desafios tributários da atividade. Especialistas de diferentes áreas farão análises sobre o momento atual da mineração e os cenários projetados para os próximos anos.

Na quinta-feira (27.11), às 08h30, os painéis tratam dos desafios da mineração diante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, das relações entre mineração e comunidades, dos conflitos socioambientais e dos avanços tecnológicos aplicados à cadeia produtiva, incluindo energia solar e inovação para eficiência das operações. A programação segue até o início da noite, quando será realizada a palestra magna com o professor titular da USP, Fernando Landgraf.

Ao mesmo tempo, o Auditório Flores recebe o encontro temático “Mercúrio: Olhando Juntos para o Futuro”, organizado pelo Instituto Escolhas. O dia será dedicado à discussão regulatória, análises sobre o futuro da mineração artesanal, apresentação de casos reais de transição para métodos livres de mercúrio e debates sobre alternativas tecnológicas. Representantes de entidades, pesquisadores, lideranças do setor e especialistas internacionais participam das mesas, reforçando o caráter multidisciplinar do encontro.

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No último dia da Expominério (28.11), o congresso encerra com discussões sobre investimentos e dinâmicas do mercado de ouro, políticas de desenvolvimento mineral para Mato Grosso, avanço dos mapeamentos geológicos e a importância dos agregados da construção civil para a infraestrutura estadual.

Os últimos debates tratam da produção de minerais críticos a partir de rejeito e da empregabilidade e desenvolvimento socioeconômico na mineração, antes do encerramento oficial da Expominério 2025, previsto para as 22h.

A Expominério 2025 será realizada de 26 a 28 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá.

Patrocinador Oficial: Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec). Também apoiam o evento a Fecomin e a Fomentas Mining Company (patrocinadores Ródio), Nexa Resources, Keystone e Brazdrill (Diamante), Aura Apoena, Salinas Gold Mineração e Rio Cabaçal Mineração (Ouro), além da GoldPlat Brasil e Ero Brasil (Prata).

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