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Esqueça China, sauditas são investidores do momento em mineração

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A venda de uma fatia da unidade de metais básicos da Vale este mês  promete se tonar um marco nos investimentos em mineração: a chegada da Arábia Saudita como player fundamental.

O acordo dá ao reino 10% de uma das principais fornecedoras mundiais de níquel e cobre — metais essenciais para a descarbonização.

Os sauditas também estão em outras negociações, inclusive com a Barrick para uma fatia em uma grande mina de cobre no Paquistão, segundo pessoas a par do assunto. Falando em condição de anonimato, executivos das principais mineradoras disseram que o valor do acordo de quinta-feira com a Vale deixou claro que os sauditas estão dispostos a gastar alto no setor.

A China, durante anos, foi a compradora dominante e uma importante fonte de financiamento, para garantir fornecimentos para sua rápida industrialização. Mas com o aumento das tensões com o Ocidente, a indústria de mineração agora enfrenta uma pressão cada vez maior para procurar outra fonte de investimentos.

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A Arábia Saudita busca participações minoritárias em ativos de mineração globais que, com o tempo, ajudarão a fornecer acesso a suprimentos de minerais estratégicos. O país também visa construir uma indústria de processamento de metais que, por sua vez, poderia tornar seus depósitos minerais mais atraente para mineradoras internacionais. Isso faz parte dos esforços sauditas para diversificar a economia além do petróleo.

O reino já investiu pesado em ativos industriais e financeiros, mas o acordo com a Vale é sua primeira grande incursão na mineração.

Para muitas mineradoras ocidentais, o reino oferece acesso a uma enorme reserva de capital, à medida que os fundos chineses se tornam menos aceitáveis ​​politicamente em seus países. Alguns investidores institucionais também se tornaram menos confortáveis ​​com a mineração por questões ambientais.

Os investidores da região do Golfo Pérsico agora provavelmente se tornarão os financiadores mais importantes do setor, de acordo com Robert Friedland, da Global Mining Management. O Catar já é um grande acionista da Glencore.

“Agora, provavelmente, a maior oferta de capital para a indústria de mineração virá do Oriente Médio”, disse Friedland, que passou os últimos anos desenvolvendo uma das maiores operações de cobre do mundo, na República Democrática do Congo, com a ajuda de fundos chineses.

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Mas a Arábia Saudita oferece algo além de dinheiro: respaldo político a empresas que buscam expandir no mundo muçulmano à medida que os depósitos em outras regiões se esgotam.

A canadense Barrick negocia com o fundo soberano saudita, conhecido como PIF, uma participação em seu projeto de cobre Reko Diq no Paquistão, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Trazer os sauditas a bordo não apenas aliviaria o ônus de financiamento da Barrick, mas também apresentaria um parceiro que tem influência política significativa no Paquistão, disseram as pessoas.

Porta-vozes do PIF e da Barrick não comentaram.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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