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MINERAÇÃO

Empreendedor diz que governo atrasa, de propósito, exportação do ouro de Mato Grosso

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Políticos e empresários de Mato Grosso estão denunciando, desde o mês passado, que os atrasos por parte da Receita Federal na fiscalização do ouro produzido no estado causa prejuízos a vários setores econômicos da sociedade mato-grossense. A suspensão da compra de ouro por empresas cadastradas no Banco Central, que não conseguem exportar os lotes acumulados no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), interfere na oferta e na procura do metal, que acaba se desvalorizando no mercado.

Na semana passada, o Brasil 61 mostrou que as reclamações envolveram até mesmo o governador Mauro Mendes (União Brasil-MT), além de parlamentares e entidades ligadas à indústria e ao comércio de Mato Grosso.

Nesta terça-feira (21), o empresário Disney de Paula subiu o tom. Segundo o empreendedor, que foi um dos organizadores da 1ª Expominério de Cuiabá, evento que reuniu na capital do estado centenas de formadores de opinião interessados no assunto, a lentidão na fiscalização do ouro produzido em Mato Grosso para fins de exportação faz parte de uma ação coordenada pelo governo federal para inviabilizar a produção do minério no Brasil.

Segundo ele, os atrasos provocados pela burocracia governamental colocam a mineração legal no mesmo nível da mineração ilegal  — e causam prejuízos a vários setores da atividade econômica de Mato Grosso, que dependem do setor mineral para sobreviver: “Na verdade, é uma ação do governo federal coordenada para que eles possam inviabilizar a atividade de mineração de ouro no Brasil. Esta é a realidade”, acusou.

“Não tem como o governo falar que tem outra finalidade, que tem outro viés, porque esse é o viés. Mas não adianta você viabilizar todo o setor porque temos a mineração legal e todos estão sendo colocados na mesma vala, tanto mineração legal como mineração ilegal. E isso está trazendo uma incerteza para um setor que é responsável, no caso do Mato Grosso, por quase 5% da economia do estado”, reclamou o empresário.

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Disney de Paula lembra que, atualmente,  Mato Grosso figura entre o quinto e o sexto lugar no ranking nacional do recolhimento da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), “o que demonstra o quanto a atividade é importante, estando inclusive a caminho de se igualar ao setor do agronegócio em nível de destaque estadual”. O empresário destacou, ainda, que a operação da Receita Federal está travando o funcionamento da Coogavepe (Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto) — uma das maiores de Mato Grosso, responsável pela produção de 4% do ouro do país, com mais de 7 mil cooperados. Ele afirma que a cooperativa “está passando por uma dificuldade muito grande, sem nenhum tipo de resposta por parte do governo federal”.

Outro lado

A reportagem do Brasil 61 entrou em contato com a Receita Federal por diversas formas, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta – apesar de ter conseguido falar, por telefone, com as secretárias da Assessoria de Imprensa do órgão.

Atrasos e prejuízos

Políticos e empresários de Mato Grosso estão denunciando, desde outubro, que os atrasos já somam vários dias e provocaram a suspensão da compra de ouro por empresas cadastradas no Banco Central, que não conseguem exportar os lotes acumulados no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

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De acordo com as reclamações, que envolveram inclusive o governador mauro Mendes (União Brasil-MT), além de parlamentares e entidades ligadas à indústria e comércio do estado, a lentidão provoca prejuízos à cadeia econômica de toda a região Centro-Oeste.

Cerca de 80% da produção mineral de Mato Grosso é composta por ouro e calcário. Na última segunda-feira (20), o governo do estado e as prefeituras dos 78 municípios produtores de minérios receberam, juntos, mais de R$ 7 milhões em CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) — os chamados “royalties da mineração” — aos quais, estados e municípios têm direito, em virtude dos impactos causados pela atividade minerária em seus territórios.

A Expominério

A 1ª Expominério reuniu, nos dias 16 e 17 de novembro, no auditório da Fatec Senai (Faculdade de Tecnologia), em Cuiabá (MT), centenas de empreeendedores, estudantes, professores, políticos e empresários interessados na atividade. O evento foi realizado com o apoio da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, da Fecomin (Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso) e da Metamat (Companhia Matogrossense de Mineração).

No local, especialistas apresentaram as principais discussões e inovações que estão sendo utilizadas no setor. Entre os debatedores, estiveram presentes o presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, deputado José Silva (Solidariedade-MG), e o advogado Valmor Bremm, especialista em Direito Minerário. Disney de Paula é um dos organizadores do evento, e disse que vai repetir a dose no ano que vem

 

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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