CUIABÁ
Search
Close this search box.

MINERAÇÃO

Dino marca audiência para discutir mineração em terras indígenas em RO e MT

Publicado em

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino marcou uma audiência sobre a disputa envolvendo a possibilidade de mineração dentro e no entorno de terras indígenas do povo Cinta Larga, nos Estados de Rondônia e Mato Grosso. A reunião será presidida por Dino em 20 de março, às 10h.

O objetivo é colher informações para o processo. O povo Cinta Larga poderá indicar até cinco lideranças, e o Ministério dos Povos Indígenas poderá indicar até três representantes. A Agência Nacional de Mineração (ANM) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também devem indicar membros para a audiência.

O despacho foi proferido no final do mês de janeiro de 2025, no âmbito de ação movida pela ANM contra decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que cancelou permissões para mineração nas terras indígenas do povo Cinta Larga e impediu a concessão de novas permissões no entorno de 10 km das terras.

Dino lembrou que a Constituição autoriza a exploração de recursos minerais em Terras Indígenas, desde que sejam atendidos alguns requisitos. “Desse conjunto de condições constitucionais, assume especial relevo os interesses do povo indígena diretamente alcançado pelo caso, na medida em que detém a posse permanente do território demarcado pelo Estado brasileiro”, anotou o ministro.

Leia Também:  ANM repassa R$ 465 milhões de royalties a estados e municípios mineradores

O ministro também destacou que a disputa “se alonga por várias décadas, inclusive com eventos trágicos em debate na Justiça Criminal”. O caso começou há 20 anos com uma ação do Ministério Público Federal (MPF) contra o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), atual ANM, que pleiteia a autorização para pesquisar e explorar recursos minerais na região.

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Notícias

Ouro rompe US$ 3.000 pela 1ª vez na história: o que motiva alta e até onde ela vai?

Published

on

O ouro ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 3.000 por onça, impulsionado pela forte demanda de bancos centrais, incertezas econômicas globais e as novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que estão reconfigurando as regras do comércio mundial.

O metal subiu até 0,4% nesta sexta-feira, atingindo US$ 3.001,20 por onça.

A superação desse patamar simbólico reforça o papel secular do ouro como reserva de valor em tempos turbulentos e um indicador do medo nos mercados. Nos últimos 25 anos, o preço do metal valorizou dez vezes, superando até o S&P 500, que quadruplicou no mesmo período.

Com a expectativa de novas tarifas, os preços do ouro nos EUA dispararam acima das referências internacionais, levando comerciantes a enviarem grandes volumes do metal para o país antes da vigência dos impostos. Desde a eleição presidencial até 12 de março, mais de 23 milhões de onças de ouro, avaliadas em cerca de US$ 70 bilhões, foram depositadas nos cofres da Comex, a bolsa de futuros de Nova York. Esse fluxo contribuiu para um recorde no déficit comercial dos EUA em janeiro.

Ouro como refúgio em tempos de crise

Os picos no preço do ouro costumam refletir momentos de estresse econômico e político. O metal superou US$ 1.000 por onça após a crise financeira de 2008 e rompeu US$ 2.000 durante a pandemia de Covid-19. Depois de recuar para cerca de US$ 1.600 no pós-pandemia, o ouro voltou a subir em 2023, impulsionado pela diversificação dos bancos centrais em meio ao temor de sanções dos EUA contra o dólar.

Em 2024, a compra de ouro pela China impulsionou ainda mais a demanda, à medida que preocupações com a economia do país se intensificavam. Após a eleição de Trump, a tendência de alta se acelerou devido ao impacto das novas políticas comerciais.

Leia Também:  Como fazer do ESG uma prática comum?

“O ouro preserva valor em diversos cenários macroeconômicos adversos”, disse Thomas Kertsos, co-gestor de portfólio na First Eagle Investment Management LLC. “Apesar da volatilidade, historicamente o ouro sempre manteve seu poder de compra e liquidez.”

Mesmo diante de ventos contrários, como juros elevados e um dólar forte – que normalmente reduzem a atratividade do ouro –, o metal continuou a subir. Isso se deve, em parte, ao enfraquecimento do yuan, que estimulou compras de investidores chineses, e ao temor persistente da inflação global.

Muitos investidores também não quiseram perder a valorização do ouro, segundo Philip Newman, fundador da consultoria Metals Focus: “Quando o ouro rompeu US$ 2.400, US$ 2.500 e US$ 2.600, muitos apostavam que haveria uma correção, mas isso não aconteceu. Agora, ninguém quer ficar de fora do rali dos US$ 3.000.”

Trump e a escalada das incertezas

As políticas comerciais de Trump foram um dos principais motores da disparada do ouro em 2025. O presidente impôs tarifas sobre Canadá, México e União Europeia, além de sobretaxar produtos chineses e metais como aço e alumínio. Em resposta às retaliações europeias, os EUA indicaram que podem escalar a guerra comercial.

A administração Trump também sugeriu medidas drásticas na geopolítica global, como a possibilidade de uso de coerção econômica – ou até militar – para assumir controle da Groenlândia e do Canal do Panamá. Além disso, o governo americano surpreendeu aliados ao anunciar negociações diretas com a Rússia sobre a Ucrânia, gerando dúvidas sobre a segurança da Europa.

Leia Também:  Portaria ANM Estabelece Comissão e Diretrizes para a 8ª Rodada de Disponibilidade de Áreas ANM

“Tudo isso cria uma enorme incerteza econômica global”, afirmou Ian Samson, gestor de portfólio da Fidelity em Cingapura.

Bancos centrais e a desdolarização

O movimento para diversificação das reservas dos bancos centrais também impulsionou o ouro. Desde que os EUA congelaram ativos russos após a invasão da Ucrânia, governos ao redor do mundo passaram a ver o dólar como um risco. A compra anual de ouro por bancos centrais dobrou desde então, passando de 500 para mais de 1.000 toneladas anuais.

A China, considerada um rival geopolítico dos EUA, ampliou suas compras de ouro em 2022. Embora o ritmo tenha desacelerado, outros países preencheram a lacuna, como Polônia, Índia e Turquia, que lideraram as compras no ano passado, segundo o World Gold Council.

Próximos alvos: US$ 3.500 no radar

Mesmo com a disparada recente, o ouro ainda está longe do seu recorde ajustado pela inflação, que foi de cerca de US$ 3.800 em 1980. Na época, uma combinação de baixo crescimento econômico, inflação descontrolada e tensões geopolíticas impulsionou a valorização do metal.

O avanço para US$ 3.000 veio mais rápido do que a maioria dos analistas previam. Ao longo do último ano, conforme o ouro superava marcos como US$ 2.000 e US$ 2.500, os analistas ajustaram suas previsões de alta. Agora, alguns já miram o próximo patamar.

“Para o ouro atingir US$ 3.500 por onça, a demanda de investidores precisaria crescer 10%”, escreveram analistas do Bank of America liderados por Michael Widmer em uma nota de 12 de fevereiro. “Isso é um grande desafio, mas não impossível.”

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA