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ECONOMIA

Corrida pelo ouro: o que está por trás da disparada do preço do metal em 2024?

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O contrato futuro de ouro mais negociado atingiu altas repetidas este ano, marcando um novo recorde de US$ 2.687,30 nesta terça-feira (25) antes de recuar. Isso ocorre após o Federal Reserve (Fed) reduzir as taxas de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto.

O ouro, tradicionalmente visto como um refúgio seguro, subiu cerca de 30% este ano, superando o ganho de 20% do índice de referência S&P 500. Isso se deve, em parte, ao aumento na demanda de bancos centrais, incluindo China, Turquia e Índia, que aumentaram suas reservas de ouro este ano para se diversificar em relação ao dólar americano.

No entanto, alguns investidores dizem que a corrida pelo metal precioso também sugere que mercados ainda estão preocupados com a saúde da economia dos EUA, apesar das novas altas no mercado de ações.

Os traders tendem a migrar para o ouro em períodos de incerteza, apostando que seu valor se manterá melhor do que outros ativos, como ações, títulos e moedas, caso a economia enfrente uma recessão.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse em coletiva após a reunião do banco central na semana passada que o corte significativo de meio ponto na taxa de juros foi destinado a antecipar uma fraqueza adicional no mercado de trabalho.

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Alguns economistas afirmam que, mesmo após a redução, a economia ainda não está livre de perigo, destacando que a taxa de desemprego é difícil de desacelerar uma vez que começa a subir. O nível de desemprego era de 4,2% em agosto, ainda baixa pelos padrões históricos, mas acima dos 3,8% de um ano atrás.

Novos dados de confiança do consumidor nesta terça-feira indicaram que os americanos estão se sentindo pessimistas sobre a economia dos EUA e o futuro do mercado de trabalho. O índice mensal de confiança do Conference Board caiu para uma leitura abaixo do esperado de 98,7 em setembro, abaixo dos 105,6 revisados para cima em agosto.

“Há uma preocupação persistente por parte dos investidores de que talvez este corte de 50 pontos-base seja realmente um corte de crise e que haja mais fraqueza na economia dos EUA do que se pode ver agora”, disse Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercado global da Invesco.

Essa incerteza pode ser uma vantagem para o ouro. Pesquisadores do JPMorgan Chase disseram em uma nota nesta segunda-feira (23) que esperam que o metal amarelo continue correndo em direção ao seu preço-alvo de US$ 2.850 por onça em 2025, à medida que o Fed reduz as taxas.

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O banco central americano prevê mais meio ponto percentual de cortes de taxa este ano e um ponto percentual completo de flexibilização em 2025.

A campanha de corte dos juros do Fed também está aumentando o apelo do ouro em relação aos títulos do Tesouro, que competem como um refúgio seguro. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento de 10 anos estava em cerca de 3,7% às 16h (horário de Brasília) de terça-feira, abaixo dos mais de 4% de retorno que os investidores conseguiram obter há apenas alguns meses.

“Neste estágio, não há realmente nenhuma maneira de pensar sobre o ouro que não seja positivamente”, disse Will Rhind, CEO da GraniteShares.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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