CUIABÁ
Search
Close this search box.

Notícias

Com a terceira maior reserva do mundo, Brasil pode faturar dezenas de bilhões de dólares com terras raras

Publicado em

O Brasil pode se tornar um dos cinco maiores produtores de terras raras do mundo nos próximos anos, com um potencial de geração de dezenas de bilhões de dólares em receitas, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Terras raras são fundamentais para a fabricação de tecnologias avançadas, como eletrônicos, energia limpa, veículos elétricos, e aplicações na medicina.

O Brasil possui a terceira maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de toneladas, ao lado da Rússia. Os maiores depósitos se concentram na China (44 milhões de toneladas) e no Vietnã (22 milhões de toneladas). Apesar do tamanho das reservas, a extração realizada no país é pequena, proveniente das reservas remanescentes da produção de monazita em uma unidade desativada em Buena, no Rio de Janeiro.

A nova política desenvolvida pelo MME visa conhecer o potencial produtivo e as características socioeconômicas e ambientais dos projetos de mineração, garantindo que a atividade seja segura, sustentável e traga desenvolvimento social com geração de empregos, impulsionando a competitividade do Brasil.

O preço de uma tonelada de óxido de neodímio, uma das terras raras mais valiosas, pode chegar a US$ 75.000, enquanto o preço do minério de ferro gira em torno de US$ 120 por tonelada. A comparação demonstra o alto valor agregado das terras raras em relação aos minérios tradicionais.

Leia Também:  Coogavepe fortalece mineração com doação de Testemunhos de sondagem à UFMT avaliado em R$ 35 mil

Atualmente, existem estudos de viabilidade de mineração em execução em Araxá-MG, Morro do Ferro-MG, Serra Verde-GO, Pitinga-AM, Foxfire-BA e Energy Fuels-BA. Já o projeto em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, está em fase avançada e entrará em operação em 2026.

Em um evento recente, o secretário nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vítor Saback, conheceu as operações do Projeto Caldeira, de responsabilidade da Meteoric Resources, em Poços de Caldas. Serão investidos R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos. O projeto compreende 51 processos minerários. A partir do início das operações, a previsão é que sejam gerados 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

“Minas Gerais é tradicionalmente uma referência na extração de minério de ferro e ouro. Nos últimos anos vem avançando na mineração de outras substâncias fundamentais que colocam o Brasil em um lugar de destaque na economia internacional. O lítio e o nióbio já são uma realidade. As terras raras vão trazer ainda mais desenvolvimento econômico e social para o estado, gerando emprego e renda para a população”, avaliou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Leia Também:  STF afasta presunção de legalidade no comércio de ouro

Vítor Saback, que representou o ministro Alexandre Silveira na visita, foi acompanhado de Inácio Cavalcante Melo Neto, diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), empresa vinculada ao MME. Saback destacou que entre as prioridades do Ministério de Minas e Energia está o fomento à extração de minerais estratégicos. Segundo ele, as terras raras são importantes na produção de energia limpa e renovável e estão tendo atenção especial das equipes técnicas.

“O Projeto Caldeira é promissor, assim como tantos outros que temos em estudo no país. Em poucos anos, podemos estar entre os três maiores produtores de terras raras do mundo. Será um movimento importante para reduzir a dependência internacional do minério”, afirmou Vítor Saback.

Além do potencial nas terras raras, o Brasil já é um grande exportador de minério de ferro. Em 2022, o país faturou cerca de US$ 41 bilhões com a exportação de minério de ferro, de acordo com dados do Ministério da Economia. A exploração das terras raras no Brasil pode se tornar um pilar econômico tão importante quanto a soja, gerando bilhões de dólares em receitas e posicionando o país como líder global na produção de minerais essenciais para tecnologias emergentes e sustentáveis.

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

Notícias

Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

Published

on

RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

Leia Também:  De garimpeiro a CEO: Nei transforma sonho em riqueza e gera empregos em Mato Grosso

“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

Leia Também:  Mineradora abre inscrições para o Programa de Trainee 'Talentos Plurais da Amazônia'

O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

COMENTE ABAIXO:
Continue Reading

MAIS LIDAS DA SEMANA