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Cientistas descobrem como extrair ouro de celulares e notebooks antigos de forma sustentável

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Em 2022, estima-se que os seres humanos geraram 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico — o suficiente para encher mais de 1,5 milhão de caminhões de lixo. Esse volume aumentou 82% em relação a 2010 e deve chegar a 82 milhões de toneladas até 2030.

Esse lixo eletrônico inclui laptops e celulares antigos, que contêm materiais preciosos como o ouro. Menos de um quarto desse lixo é devidamente coletado e reciclado. Mas uma nova técnica desenvolvida para extrair ouro de forma segura e sustentável a partir de resíduos eletrônicos promete a mudar essa realidade.

Descrita em um artigo publicado neste sábado (28/6) na revista Nature Sustainability, o método apresenta uma alternativa ao uso de mercúrio e cianeto — substâncias altamente tóxicas empregadas na mineração tradicional.

Utilizando ácido tricloroisocianúrico ativado com água salgada e um polímero rico em enxofre derivado de resíduos da indústria petrolífera, a técnica permite solubilizar o ouro e depois recuperá-lo de forma seletiva. O processo também inclui reciclagem da água e regeneração dos reagentes químicos – processo que faz parte do conceito de economia circular.

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Testes mostraram a eficácia da tecnologia tanto em minérios quanto em placas de circuito de equipamentos eletrônicos antigos.

Para os pesquisadores, além de oferecer segurança ambiental, a inovação pode beneficiar milhões de garimpeiros artesanais que dependem do mercúrio, além de impulsionar a reciclagem de lixo eletrônico e reduzir a demanda por mineração primária.

“Nosso polímero é interessante porque é derivado de enxofre elementar, uma matéria-prima barata e abundante. O setor petrolífero produz mais enxofre do que consegue vender, então nossa síntese do polímero dá um novo destino a esse recurso subutilizado”, afirmou Justin M. Chalker, pesquisador da Universidade Flinders, na Austrália, em artigo para o The Conversation.

Os próximos passos incluem parcerias com governos, empresas e organizações sociais para testar o método em maior escala. Apesar de desafios em custo e produção, os pesquisadores consideram resultados preliminares promissores.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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