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CÂMARA SETORIAL TEMÁTICA

Assembleia Legislativa instala CST da Mineração

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso instalou, nesta quinta-feira (13), a Câmara Setorial Temática (CST) para estudos sobre a mineração no estado. Requerida pelo deputado estadual Max Russi (PSB), que a preside, a CST tem 180 dias para concluir os trabalhos, podendo ser prorrogada por igual período.

Durante sessão de instalação, Max Russi ressaltou que a evolução legislativa sobre mineração registrada nas últimas décadas no Brasil tem sido marcada por mudanças significativas na regulamentação da exploração de recursos minerais. No que tange à legislação estadual, lembrou que a Assembleia Legislativa aprovou a Lei 11.991/2022, que institui a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (TFRM) e o Cadastro Estadual de Controle e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CERM).

“Dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico apontam que Mato Grosso produziu, apenas no ano de 2022, 6,8 bilhões de reais em minérios, o que coloca o estado em 6º lugar no ranking dos maiores produtores de minérios do país [ …] Ou seja, a mineração é uma importante atividade para o fomento do estado, com um enorme potencial de crescimento, se tomadas as decisões governamentais corretas”, declarou o presidente da CST.

Entre os objetivos da câmara Setorial, segundo o parlamentar, está a realização de tratativas com o Ministério Público Federal para assinatura de um novo Termo de Ajustamento de Conduta, visando à regularização da exploração de águas subterrâneas nos municípios de Jaciara, Juscimeira e São Pedro da Cipa pelos balneários da região.

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O presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), Caiubi Kuhn, pediu que a CST trabalhe a elaboração de um projeto de lei visando à criação da política estadual de geologia e recursos minerais de Mato Grosso. “Essa criação está prevista na constituição de 89 do estado e até hoje não foi
consolidada. Então, essa seria uma contribuição muito importante da CST”, salientou.

Caiubi Kuhn defendeu ainda que parte dos recursos arrecadados por meio da taxa criada pela nova lei seja destinada à pesquisa e fomento e manifestou preocupação em relação à ausência de informações acerca da realidade do setor no estado, bem como à falta de estrutura nos órgãos e de profissionais qualificados.

“Quando foi que o Estado de Mato Grosso investiu de forma massiva em mapeamento geológico? Quando Mato Grosso investiu pela última vez em conhecimento técnico dessas áreas? Então é muito importante trazermos isso para a pauta, porque senão a gente acaba discutindo política pública de uma forma solta, sem ter dados técnicos”, alertou.

A necessidade de destinar recursos para pesquisa e fomento também foi levantada por outros especialistas e autoridades presentes. Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), Marcos de Sá pontuou alguns dos projetos que estão em andamento pela instituição, como o que pretende viabilizar a extração de minérios sem a utilização de mercúrio.

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“Temos também uma pesquisa financiada pela Fapemat, com pesquisadores da UFMT, que descobriram um fungo que consegue descontaminar o solo contaminado pelo mercúrio”, contou.

O deputado Wilson Santos (PSD) lembrou que CPI realizada recentemente pela Casa de Leis levantou informações acerca da prática de renúncia e sonegação fiscal do setor e chamou a atenção para a ausência de fiscalização no estado.

“Mato Grosso deve arrecadar entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões novos por ano. Com esse dinheiro, pode contratar mais funcionários para aprimorar a fiscalização, porque hoje toda a produção mineral no estado é autodeclarada, isto é, é o minerador quem diz o quanto ele produziu e o quanto ele deve pagar de impostos”, frisou.

Antônio João Paes de Barros, geólogo e servidor da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), solicitou que a CST promova um resgate das comunidades garimpeiras, definindo seus limites e instituindo políticas públicas que permitam o licenciamento de forma simplificada nas regiões tradicionais de garimpo.

“É muito importante destacar que toda a área de atividade mineradora do estado nesses últimos 50 anos se resume a 0,13% do território do estado. Nos garimpos legais do estado trabalham mais de 20 mil garimpeiros. Mato Grosso tem um débito com a mineração, que constituiu a base econômica do estado. Então tem que regulamentar. O setor carece de atenção no resgate desses direitos e dessa população esquecida”, disse.

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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