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OPINIÃO

A importância da legalização em áreas mineradas

Publicado em

     Marindia Feliciano dos Santos*

 

O processo de formalização da extração mineral de pequena escala incentivado pela Constituição federal desde 1988, por meio de prerrogativas de concessão de lavras de garimpos ou mineradoras buscando aumentar o controle governamental em sociedades que estiverem constituídas em cooperativas.

Desta forma o modelo ideal para a solução de problemas econômicos sociais de ordem legal, principalmente ambiental seriam, organizações formalizadas em cooperativas. A legalização das áreas mineradas proporciona a arrecadação da CFEM (compensação financeira mineral) valor quer retorna para o próprio município podendo ser destinado em várias ações socioeconômicas e ambientais.

As questões socioambientais são hoje parte integrante de qualquer empreendimento, cuja realidade é absorvida não só pelo setor mineral. Construir um cenário favorável que dê apoio às atividades minerais sustentáveis depende do governo e do próprio setor além das comunidades.

 Os objetivos que conduzem para um desenvolvimento sustentável, são aceitação social, sustentabilidade ambiental, viabilidade econômica de empreendimentos e desenvolvimento da utilização de tecnologias que permitam atingir os 3 primeiros objetivos.

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A mineração em áreas legalizadas com atuação de cooperativas proporciona fatores positivos à atividade mineral em gerar recursos de CFEM para os municípios em relação aos seus orçamentos. Atividade mineral de grande porte em si não é intensiva em mão-de-obra, mas gera inúmeros empregos indiretos, atividade mineral de pequeno porte é intensiva em mão de obra e tem geralmente um importante papel social local.

Recursos financeiros resultados do CFEM, podem ser aplicados em municípios mineradores em benefícios para a população local como melhoria de estradas, saneamento básico, saúde, educação além de proporcionar melhores condições socioeconômicas.

Trazemos como destaque a Cooperativa do Vale dos Garimpeiros de Peixoto a COOGAVEPE, que é referência como um dos principais casos de sucesso na área da extração de minério a qual representa um divisor de águas na produção mineral da região, é uma das primeiras cooperativas Minerais do estado de Mato Grosso, que como a maioria das cooperativas foi fundada juntamente pelo grupo de geologia da Metamat.

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Atualmente o estado de Mato Grosso possui 3 cooperativas minerais as quais são filiadas ao sistema de organização das cooperativas brasileiras de Mato Grosso onde 5 delas são integrantes da (FECOMIN) Federação das cooperativas minerais do estado de Mato Grosso. Com um potencial de comercialização que corresponde a 76% do principal produto de exploração mineral de Mato Grosso o ouro que movimentou 3, 5 bilhões no ano de 2021.

 

Marindia Feliciano dos Santos é professora Universitária graduado em administração Universidade de Cuiabá( UNIC),pós graduada em Docência do Ensino Superior pela faculdade de Sinop(FASIPE),pós-graduação em psicopedagogia institucional pela Universidade de São Paulo( UNICID) ,Mestrando em economia pela Universidade Federal de Mato Grosso-(UFMT) área de pesquisa economia e desenvolvimento Regional e sustentabilidade.

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O Brasil precisa assumir seu papel na corrida dos minerais críticos

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O Brasil está diante de uma oportunidade histórica. Com vastas reservas de lítio, nióbio, grafita, terras raras e outros minerais estratégicos, o país tem condições de se tornar protagonista da transição global para a energia limpa e a economia digital. Mas, para isso, é preciso abandonar improvisos e avançar em direção a uma política pública sólida e confiável.

O recente leilão da Agência Nacional de Mineração (ANM), no qual uma empresa recém-criada em Minas Gerais arrematou áreas de exploração maiores que o Distrito Federal, expôs de forma contundente a fragilidade do atual modelo. Ao permitir que agentes sem histórico ou capacidade financeira assumam concessões dessa magnitude, o Estado transmite o pior sinal possível: afasta investidores sérios e transforma recursos estratégicos em ativos especulativos.

Minerais críticos não são commodities comuns. Eles são a espinha dorsal da economia verde e digital, presentes em baterias, semicondutores, turbinas eólicas, telecomunicações e aplicações de defesa. Quem dominar sua produção, processamento e integração industrial terá papel decisivo na geopolítica do século XXI. Por isso, não se trata apenas de explorar reservas, mas de integrá-las a uma política industrial e tecnológica nacional.

Outros países compreenderam isso e já se moveram. A Turquia transformou suas reservas de boro em instrumento de influência industrial e diplomática, equilibrando cooperação entre Ocidente e China. A Índia lançou em 2025 a sua “National Critical Minerals Mission”, centralizando estratégia, conferindo ao governo federal autoridade exclusiva sobre os leilões e prevendo mais de mil projetos de exploração até 2031. O Canadá, por sua vez, vinculou sua política de minerais críticos diretamente à agenda climática e industrial, incentivando o refino doméstico e a agregação de valor local.

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O Brasil não parte do zero. Em 2024, o IBRAM lançou o “Green Paper”: Fundamentos e Diretrizes para a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE), propondo eixos estruturantes como definição clara da lista de minerais prioritários, integração com a transição energética, governança democrática, agregação de valor local, circularidade e inovação. Esse documento já oferece um caminho consistente para estruturar uma política de Estado.

Mais recentemente, o próprio governo federal reconheceu a urgência do tema. O Ministério de Minas e Energia anunciou que a Política Nacional de Minerais Críticos será lançada ainda em 2025. Na Câmara dos Deputados, tramita o PL 2780/2024, que institui a PNMCE e cuja aprovação é esperada antes da COP30, em novembro. A ANM também criou um departamento dedicado exclusivamente a minerais críticos e estratégicos, fortalecendo a institucionalidade do tema.

Além disso, foi lançado, em conjunto com o setor privado, um novo Green Paper sobre minerais críticos e a COP30, reforçando o papel do Brasil na diplomacia global desses recursos. Estas iniciativas apontam para um alinhamento promissor entre Executivo, Legislativo e setor privado. Mas para que se traduzam em confiança e atração de investimentos, é indispensável que o país estabeleça regras claras de pré-qualificação, exigindo capacidade técnica e financeira robusta de qualquer empresa interessada em concessões. Não podemos permitir que aventureiros se apossem de ativos vitais à transição energética e à reindustrialização.

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Se quisermos protagonismo, concessões devem ser condicionadas a compromissos de investimento real, processamento local e integração às cadeias produtivas nacionais. Mais que extrair, é preciso refinar, industrializar e inovar no Brasil.

A corrida global pelos minerais críticos não é apenas sobre geologia – é sobre visão, credibilidade e soberania. O Brasil tem os recursos, as propostas e as instituições necessárias para se tornar referência mundial. Agora falta transformar boas intenções em política pública efetiva e duradoura. A hora de agir é agora.

JEAN PAUL PRATES

*Mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia e Mestre em Economia da Energia pelo IFP School (Paris). Foi presidente da Petrobras (2023–2024) e senador da República (2019–2023)

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