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EXPOMINÉRIO

Expominério 2025 apresenta tecnologias que substituem o mercúrio na mineração

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A mineração brasileira vive um processo de transformação silenciosa e profunda, e Mato Grosso está entre os protagonistas dessa mudança. A Expominério 2025, o maior evento de mineração do Centro-Oeste, terá lançamento oficial na próxima quinta-feira, dia 25 de setembro, às 19h, no Aeroporto Santo Antônio, no município de Santo Antônio de Leverger.

Este ano, a feira contará com um embaixador especial: o minerador Valdnei Mauro de Souza, que representa a força e a tradição da mineração em Mato Grosso. Durante o lançamento, será realizada também a assinatura do Protocolo Ouro sem Mercúrio – uma iniciativa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), em parceria com o SEBRAE e mineradoras da Baixada Cuiabana. Um marco histórico para a mineração mato-grossense, reforçando o compromisso com práticas sustentáveis e responsáveis no setor.

Novos métodos como mesas vibratórias, lixiviação e calhas concentradoras têm ganhado espaço e permitido ganhos de eficiência, segurança e qualidade no processo de beneficiamento mineral. “Essa modernização não é apenas um discurso. Em Mato Grosso, mineradoras e cooperativas vêm testando e implementando práticas que reduzem os impactos ambientais, garantem maior controle técnico e, sobretudo, demonstram que a mineração pode gerar riqueza sem comprometer a saúde dos ecossistemas. Áreas mineradas e de garimpo, antes consideradas improdutivas, têm sido recuperadas e convertidas em novas oportunidades econômicas, como agropecuária e piscicultura. Há ainda experiências inovadoras, como o reaproveitamento de rejeitos da Baixada Cuiabana na produção de vasos decorativos, agregando valor a um subproduto da atividade”, explica a advogada especialista em direito minerário, Pamela Alegria, que é uma das organizadoras da Expominério.

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O avanço da mineração sustentável ganha ainda mais relevância quando associado à demanda mundial por minerais críticos — como zinco, níquel, manganês e fosfato — essenciais para a produção de baterias, carros elétricos, sistemas de defesa e inovações tecnológicas.

Mato Grosso, que já é líder nacional na produção de calcário corretivo, autossuficiente em cimento e água mineral, também se firma como fornecedor desses insumos estratégicos. Hoje, 23,8% do território estadual está sob processos minerários, o equivalente a duas vezes a área de Portugal.

Expominério 2025

A Expominério 2025 será realizada em Cuiabá de 26 a 28 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, e se consolida como o maior evento de mineração do Centro-Oeste. Mais do que uma feira de negócios, ela é a vitrine de uma mineração que busca se reinventar: reúne mineradoras, cooperativas, indústria, pesquisadores, governo e sociedade em torno de debates sobre responsabilidade social, inovação e preservação ambiental.

A mineração se apresenta como um vetor de estabilidade econômica, geração de divisas e oportunidades no país. Com R$270 bilhões movimentados no país em 2024 — quase metade da balança comercial —, o setor mostra que pode ser também protagonista em sustentabilidade, inovação e competitividade. A Expominério é a expressão desse movimento.

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O EVENTO – A Expominério 2025 é uma realização da DPH e tem como patrocinador oficial o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC-MT); patrocinadores Ródio: Federação das Cooperativas de Mineração de Mato Grosso – FECOMIN, Fomentas Mining Company; patrocinadores Diamante: Nexa Resources e Keytone; patrocinadores Ouro: Salinas Gold Mineração, Rio Cabaçal Mineração e Aura Apoena. Mais informações www.expominerio.com.br

SERVIÇO:
LANÇAMENTO DA EXPOMINÉRIO
DATA: 25 de setembro de 2025 (quinta-feira)
HORA: a partir das 19h
LOCAL: aeroporto Santo Antônio, no município de Santo Antônio do Leverger
Mais informações: (65) 98129-1005

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Como a China dominou minerais críticos da transição

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Tecnologias modernas têm como peças-chave 17 elementos da tabela periódica: as terras raras, essenciais para inteligência artificial, chips, bombas e produção de energia limpa. A China domina a produção, define preços e transforma esses metais em moeda geopolítica.

A mineração é apenas o primeiro passo. O maior desafio está no processamento, separação e refino dos elementos, que são caros e complexos.

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) estima que a China seja responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. É justamente isso que confere ao país uma posição de força no tabuleiro da geopolítica.

As terras raras também são importantes para sistemas de defesa avançados, como fabricação de jatos militares, mísseis e sistemas de radar.

Isso garante à China um poder de barganha. Em resposta às tarifas impostas por Donald Trump, por exemplo, a China restringiu exportações de certos elementos, o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos o que coloca as indústrias americanas de ponta em risco, como a de veículos elétricos e a de defesa.

Não foi a primeira vez que terras raras entraram no centro de disputa dos EUA. Em 2022, Trump chegou a negociar com a Ucrânia a extração desses minerais em meio às conversas sobre um possível acordo de paz com a Rússia, ainda nos primeiros meses da guerra.

Hoje, países correm para diversificar suas fontes de suprimento e fortalecer suas próprias produções. “Mesmo antes do governo Trump, a Europa já havia acendido o alerta para os riscos da dependência externa de minerais estratégicos”, diz Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

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A ascensão chinesa

A China reconheceu o valor estratégico das terras raras nos anos 1960, quando os Estados Unidos ainda dominavam o mercado. Desde então, começou a copiar o modelo americano e comprou empresas estrangeiras – inclusive a maior empresa americana de ímãs de terras raras, a Magnequench.

Isso permitiu que a China tivesse em mãos as patentes, equipamentos e expertise técnica.  Nos anos 1990, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), fez uma declaração que ficou famosa: “O Oriente Médio tem petróleo, a China tem terras raras.”

O investimento nesses minerais tornou-se uma estratégia de Estado. O país buscou consolidar a indústria, reduzindo-a para seis grandes empresas, em uma campanha chamada de “guerra secreta” contra a produção ilegal.

Também foram feitos investimentos em mapeamento geológico, a primeira etapa para o desenvolvimento da mineração, diz Guilherme Sonntag Hoerlle, geólogo e professor da Universidade Federal do Paraná.

“Há mais de 25 anos, a China investiu pesado em pesquisas nesses depósitos. Não porque tivesse reservas muito maiores, mas porque o governo chinês enxergou o potencial de longo prazo e manteve consistência”, diz.

Hoje, a China também tem consolidadas indústrias de carros elétricos, turbinas eólicas e robótica, que criam demanda interna significativa para terras raras e contribuem para gerar mais valor na cadeira.

Descaso ambiental

Esses avanços foram possíveis, em grande parte, porque a China operou sob quase nenhuma regra ambiental.

O processo de lixiviação (método químico usado para separar minerais), por exemplo, é feito em pilhas – o minério é empilhado e a solução química escoa dissolvendo os elementos; ou in situ, quando a reação é injetada diretamente no corpo mineral no próprio local.

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As soluções usam ácidos fortes, como sulfúrico, nítrico ou clorídrico, que podem se infiltrar no solo e contaminar água e ar. O processo também exige grandes volumes de água e gera resíduos sólidos que, se não forem tratados, se acumulam como passivo ambiental. Um dos casos mais emblemáticos é o lago de rejeitos tóxicos em Baotou, na Mongólia Interior.

A separação e o refino de terras raras usam mais energia que a mineração inicial. A estimativa é entre 9 e 13 vezes a mais para cada tonelada processada.

Agora, países como Japão, Austrália, Canadá e Arábia Saudita vêm estabelecendo limites em suas políticas de minerais críticos, para não depender só da China, segundo Nery, do Ibram. Nesse cenário, o Brasil teria uma “janela de oportunidade” comercial.

“Se criar as condições necessárias, [o Brasil] pode avançar na cadeia de valor e estimular a industrialização local”, diz.

O domínio chinês gera incertezas para investimentos em novas minas e refinarias em outros países. A imprevisibilidade do mercado e a manipulação de preços tornam esses projetos arriscados e afastam capital de companhias no ocidente.

As descobertas de minerais e os processos de extração são de alto risco e investimento. No caso do Brasil, apenas uma mina extrai e exporta – para a China – um produto mais “puro” de terras raras, sem a separação de cada elemento.

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