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“Sem organização, a mineração não atrai investimentos”, diz representante da Câmara Brasil-Canadá sobre Mato Grosso

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A mineração em Mato Grosso foi um dos temas centrais das prospecções de negócios realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), com a Câmara de Comércio Brasil-Canadá na Feira Internacional de Comércio Exterior (Ficomex), realizada de 4 a 6 de setembro, em Goiânia (GO). Para Arminio Calonga Junior, do setor de desenvolvimento de negócios da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, o futuro do setor depende da capacidade de organização e da clareza das regras.

“Para o setor de mineração, só atrapalha quando não há organização. O governo precisa mostrar seriedade e segurança jurídica para que o investidor canadense venha. Esse trabalho que Mato Grosso está fazendo é crucial”, avaliou.

O Canadá é um dos maiores players mundiais da mineração e tem empresas com interesse em expandir suas operações no Brasil. Segundo Calonga, Mato Grosso precisa consolidar um ambiente de confiança para receber esse tipo de capital.

Além da mineração, a comitiva de Mato Grosso, formada pela Sedec, Agência Invest MT, prefeituras e empresários, se reuniu com embaixadas, câmaras de comércio e empresas internacionais interessadas em commodities, logística e novos investimentos.

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As agendas incluíram encontros com a Câmara Brasil-Haiti, Câmara Internacional de Negócios de Belo Horizonte, Cecibas (Centro de Investimentos, Comércio e Indústria Brasil–Arábia Saudita), Governo de Cabinda, República da Namíbia, Gana, União Europeia, Espanha, Argentina, Sérvia, Ruanda, Peru e Nepal.

Empresas do setor de ferramentas demonstraram interesse em abrir um centro de distribuição em Mato Grosso. Já um grupo peruano de mineração, que atua com mineração em Goiás, foi prospectado pela Sedec para conhecer o setor mineral mato-grossense.

Outro destaque foi o interesse internacional pela compra de soja, milho e carnes. Cuba buscou esclarecimentos sobre carne bovina de Mato Grosso e uma empresa exportadora de Goiás quis informações sobre produtores do Estado habilitados para sobre exportação de gado em pé. O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) recebeu demandas relacionadas às indústrias habilitadas para exportação de carne bovina, suína e de frango.

Estado em evidência

O diretor-presidente da Agência Invest MT, Mirael Praeiro, destacou que a feira foi estratégica para abrir portas. Esta foi a primeira feira internacional em que a agência participou. Ainda neste ano, vão participar junto à Sedec na Expoalimentaria, no Peru; Expocruz, na Bolívia; e na China International Import Expo (CIEE), no país asiático.

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“Foi um grande trabalho de captação de contatos e aproximação comercial. Agora é voltar para casa e efetivar essas parcerias, trazendo indústrias e investidores para Mato Grosso.”

O secretário municipal de Lucas do Rio Verde, Welligton Souto, destacou o espaço aberto para os municípios. A cidade é uma das principais produtoras de Mato Grosso e deve ser um entrocamento ferroviário futuramente.

“Mato Grosso internacionalizou, somos um estado que exporta muito e temos que estar dentro do mercado, sempre atento. Estar dentro do estande do Estado nos permite mostrar as potencialidades locais e conectar novos negócios.”

Já a responsável pelo comércio exterior da Cervejaria Louvada, Gabriela Catharino Silva, avaliou positivamente a feira e buscou novos parceiros estrangeiros para ganhar novos mercados para a empresa que nasceu em Cuiabá.

“Já exportamos para os Estados Unidos e agora abrimos conversas com Chile, Moçambique e Portugal. É fundamental esse espaço para mostrar o que Mato Grosso tem a oferecer para o mundo.”

 

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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