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Mineradores mato-grossenses reclamam de lentidão da Receita Federal na liberação de ouro para exportação

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Empresários e representantes de entidades do setor de mineração de Mato Grosso pediram a intervenção do senador Jayme Campos (UB) junto a Receita Federal, para que seja dada maior celeridade no processo de liberação de ouro destinado à exportação. Atualmente, devido a lentidão no sistema do órgão, mercadorias chegam a ficar retidas até quarenta dias no Aeroporto de Guarulhos (SP).

A demora na operação federal, de acordo com o grupo de empresários, está causando prejuízos a toda a cadeia econômica, principalmente na Baixada cuiabana, região que é nacionalmente reconhecida pela alta produção mineral. Em Poconé (104 km de Cuiabá), de acordo com o prefeito do município, Tata Amaral (UB), toda a sociedade já está sendo afetada, uma vez que o setor é a grande força motriz local.

“Poconé e vários municípios de MT dependem da mineração. Em Poconé, especificamente, temos mais de 2.500 pessoas com carteira assinada da mineração, o que gera emprego e renda”, pontuou Tata Amaral. Um total de 80% da produção de minérios estadual é referente a ouro e calcário, resultando em R$ 109.2 milhões no pagamento da taxa de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

Representando Peixoto de Azevedo, (a 670 quilômetros de Cuiabá), que também tem como base de sua economia a mineração, o ex-vereador Nilmar Nunes Miranda, mais conhecido como Paulistinha junto com o deputado Estadual Dilmar Dal Bosco (UB) também pediram ajuda para o senador Jayme Campos. “Tem mais de 30 dias que não conseguimos vender o ouro. A cidade parou. Estamos enfrentando problemas
econômicos que logo se tornará social. O pior é que o tem é o clandestino, que não paga imposto e prejudica todo mundo”.

O senador Jayme Campos se propôs a intervir na situação em prol da cadeia da mineração e entrou em contato com Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal, que, por sua vez, solicitou ao parlamentar documentos referentes à temática para que possa tomar as devidas providências. Para o congressista, é inadmissível a demora na liberação desse ouro que deveria ser exportado.

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“Uma empresa tem às vezes R$ 15 milhões adquiridos em ouro para exportação e fica ali parado. E isso demora tanto a ser liberado, que prejudica todo o setor. Se pensarmos que na medida que o cidadão que compra para exportar fica com esse valor parado, ele não vai ter capital de giro suficiente para atender as demandas que ele tem e isso dificulta toda uma cadeia, uma cidade que depende da mineração”,
reforçou Campos.

Humberto Oliveira, representante da Fecomin, pondera ainda que toda a economia está sendo afetada pela problemática e não somente aqueles que comercializam o ouro. Isso porque, considera, toda a comunidade local está sendo impactada. “No nosso estado, temos as regiões garimpeiras que geram não somente a parte econômica, mas também o social. O setor não pode ficar esperando uma liberação”.

Diante da atual situação, a deputada estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Janaína Riva (MDB), encaminhou nesta quartafeira (01.11), o ofício de número 562/2023 para o secretário especial da Receita Federal do Brasil, Robinson Barreirinhas solicitando providências com relação a demora da Receita Federal na liberação do ouro para exportação.

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No ofício ela descreve as dificuldades enfrentadas pelos municípios que têm como base da economia a mineração. A deputada questiona sobre quais são os motivos específicos para os atrasos na liberação dos lotes de ouro para exportação, quais medidas estão sendo adotadas pela Receita Federal para agilizar o processo de liberação dos lotes retidos e se existe um prazo estimado para a resolução desses atrasos.

No ofício, Janaina ainda quer saber quais as ações estão sendo tomadas para garantir que as empresas que estão em conformidade com a legislação possam continuar suas atividades sem interrupções indevidas. Ela destaca, no documento que a transparência e a resolução dessa questão são de extrema importância para o bemestar econômico de Mato Grosso e para o fortalecimento do setor minerador.

Impactos

Ouro, calcário, manganês, água mineral, estanho, diamante, agregados de construção civil (areia, brita) e zinco. Esses são os oito minérios mais explorados em Mato Grosso. Somente em 2022 foram produzidos R$ 6,8 bilhões, o que deixa o Estado em 6º no ranking dos maiores produtores de minérios do país. Cerca de 80% da produção mato-grossense é de ouro e calcário. Foram recolhidos R$ 109,2 milhões no pagamento da taxa de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

Deste total, R$ 16,3 milhões retornaram para o Estado. Metade do recurso é destinado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), 25% para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e 25% para a Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat).

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Investimentos em minerais críticos no Brasil estão decolando, diz presidente do Ibram

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RIO DE JANEIRO (Reuters) -Os investimentos em projetos de minerais críticos e estratégicos no Brasil “estão decolando” e devem atingir US$18,45 bilhões até 2029, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, nesta terça-feira.

A projeção representa uma alta de cerca de 3,5% em comparação com o valor previsto para o período de 2024 e 2028, de US$17,85 bilhões, e ainda 27% do total de investimentos em projetos de mineração no Brasil ao longo do período, de aproximadamente US$68,4 bilhões, segundo os dados do Ibram.

Dentre os elementos previstos em minerais críticos, as terras raras ganharam destaque recentemente no noticiário internacional depois que a China, que atualmente domina amplamente a produção desses minerais, restringiu o acesso à sua oferta de produtos de terras raras em meio a uma guerra comercial com os Estados Unidos.

No caso de projetos para terras raras no Brasil, o Ibram prevê investimentos de US$2,17 bilhões entre 2025 e 2029, com um aumento de cerca de 49% ante o período de 2024 a 2028.

O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras globais, atrás apenas da China, mas com poucos projetos em desenvolvimento.

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“Com relação à questão dos investimentos em minerais críticos estratégicos, eu não tenho a menor sombra de dúvida de que isso está decolando e vai decolar muito mais”, disse Jungmann em entrevista coletiva sobre os dados do setor de mineração no terceiro trimestre.

ungmann ressaltou que os minerais críticos incluem diversos fins, como segurança alimentar — quando se fala de potássio, fosfato e nitrogenado — ou para fabricação de equipamentos de alta tecnologia, como baterias, geradores eólicos e aplicações militares, quando se fala de minerais de terras raras, por exemplo.

A produção de baterias, considerada importante para iniciativas de eletrificação do transporte em meio à transição energética, tem impulsionado também a expectativa de demanda para minerais como lítio, níquel e nióbio, dentre outros.

“Não há possibilidade de que nós, como é o nosso sonho, como é o nosso desejo e, aliás, como é a nossa necessidade, sairmos de uma economia de base fóssil para uma economia renovável sem os minerais críticos e estratégicos”, disse Jungmann.

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O presidente do Ibram mencionou que tem recebido diversas representações do exterior, incluindo países como Austrália, Estados Unidos e China, para falar sobre os minerais estratégicos no país.

Ele também ressaltou que o Brasil está negociando com os Estados Unidos a retirada de taxas impostas aos produtos brasileiros e que, “evidentemente”, a questão dos minerais críticos será um dos eixos das discussões, sem entrar em detalhes sobre o que pode ser proposto.

Nessa linha, Jungmann ressaltou que o governo brasileiro avançou ao criar na semana passada o Conselho Nacional de Política Mineral, que visa analisar e propor políticas públicas para o desenvolvimento da cadeia produtiva de minerais críticos e estratégicos no país.

Dentre as iniciativas, o governo planeja instituir garantias financeiras para o financiamento de projetos minerais e incentivos fiscais para etapas de transformação e industrialização.

“As garantias são fundamentais para poder assegurar empréstimos”, disse Jungmann. “Nós não vamos adiante se não tivermos mecanismos de financiamento e mecanismos sobretudo voltados para garantias. Isso é absolutamente crucial e essencial para ser visto.”

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